[News]ESPETÁCULO “MÃE BAIANA” ESTÁ EM CARTAZ ATÉ 31 DE MARÇO NO CCBB RIO
ESPETÁCULO “MÃE BAIANA” ESTÁ EM CARTAZ
ATÉ 31 DE MARÇO NO CCBB RIO
Roberto Carneiro - Mãe Baiana
Com texto criado a partir das escutas da
filósofa Helena Theodoro,
peça fala sobre relações e perdas, por
meio de memórias preservadas pela oralidade
Espetáculo presta homenagem a Léa Garcia,
que estrelou a versão audiovisual da peça em seu último trabalho artístico
Montagem integra a trilogia Matriarcas,
idealizada
pela atriz Vilma Melo e pelo produtor
cultural Bruno Mariozz
“Quando as pessoas são lembradas, elas não morrem”, disse a filósofa, escritora e professora Helena
Theodoro nas conversas com as autoras Thaís Pontes
e Renata Andrade, que
escreveram a dramaturgia de “Mãe baiana”. Com
direção de Luiz Antonio Pilar — vencedor do Prêmio Shell de Melhor Direção
por “Leci Brandão - Na Palma da Mão” — o espetáculo está em cartaz até
31 de março de 2024 no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil, com Dja Marthins
e Luiza Loroza no elenco.
No palco, a dupla interpreta avó e neta que, ao viver um momento de
luto em família, vê a relação entre as duas renascer. A peça, que joga luz
sobre o papel poderoso e fundamental da mulher negra na sociedade, estreia na
data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. O projeto é apresentado pelo
Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria
de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei
Paulo Gustavo, e Banco do Brasil.
O espetáculo faz parte da trilogia “Matriarcas”, ao lado de “Mãe de
santo” e “Mãe preta”, idealizado pela atriz Vilma Melo e o produtor cultural
Bruno Mariozz. A peça parte da perda de um filho, fato que Helena Theodoro
viveu quando seu menino de quatro anos morreu afogado. Apesar da premissa
triste, as autoras preocuparam-se em não pesar o espetáculo, até porque a
personagem da avó – assim como a autora – sofre, mas entende a morte. No
início, a neta não compreende, mas passa a entender ao longo da história.
Todo o pensamento da filósofa e primeira doutora preta do Brasil
Helena Theodoro passa por suas experiências pessoais e afirma o princípio
feminino preto com todas as suas possibilidades de existir, conservar,
transformar e melhorar o mundo.
“Esse espetáculo é sobre relações – sobre relação de avó e neta, relação com a morte, com a
cozinha, com a religião. A gente vai
se transformando nos nossos, a gente vai
se vendo... Escrever com a Renata Andrade foi
um doce exercício de memórias, em
que fomos lembrando histórias das nossas famílias”,
conta Thaís Pontes, que recorda as conversas com a avó durante as madrugadas na cozinha de casa.
Para o diretor Luiz Antonio Pilar,
a concepção de “Mãe baiana” nasce da proposta do texto. Nele, estão os
conflitos de gerações e de conceitos entre uma jovem mulher de seus 20 e poucos
anos e sua avó, octogenária.
“Um conflito que não significa necessariamente violência ou brigas,
mas as diferenças de ideias de tempos que já passaram. São dois mundos
diferentes que hoje estão no mesmo espaço”, analisa o diretor, que fala também
sobre a perspectiva racial da montagem. “Me ressinto com a dramaturgia nacional
que quando vai falar do negro, principalmente o urbano, é sempre no conflito da
violência. A questão nunca é contraditória ou está na diferença de perspectiva.
É sempre no jovem negro matando ou morrendo, da família desconstruída, da falta
de afeto. Em ‘Mãe baiana’ o conflito está inserido numa sociedade cotidiana e
na família geracional, constituída por mulheres, convivendo no mesmo espaço”,
finaliza Pilar.
O cenário criado por Renata Mota e Igor Liberato é composto por ambientes
de uma casa, divididos entre sala, cozinha e quintal onde avó e neta conversam,
cozinham e recordam as histórias da família. No quintal, são usados dez quilos
de terra e de sementes de girassol.
Homenagem a Léa
Garcia
“Mãe baiana” também presta homenagem a Léa Garcia – grande dama do
teatro
negro brasileiro falecida em 2023. Léa estrelou a versão audiovisual
do espetáculo em 2022, ao lado da atriz e apresentadora de TV Luana Xavier.
Na ocasião da temporada online, Léa falou sobre o
trabalho. “Este personagem é importante porque traz uma avó, uma mãe preta, uma mãe baiana não estereotipada, nada submissa. Ela é uma
mulher atual, avançadinha, o que me agrada muito. A personagem tem a
consciência de sua existência enquanto mulher,
mulher preta, um ser humano
que lutou muito, uma cidadã, uma
mulher consciente de sua ancestralidade, de sua vida enquanto mulher preta na sociedade, uma mulher inteira, sem artifícios, uma mãe moderna”.
No Cinema 2, durante a temporada, o público vai poder conferir a
exposição inédita e gratuita “Baobá de Memórias”, com
fotos de cena e de bastidores, além de áudios e figurinos da peça, que foi o
último trabalho de Léa Garcia. Ao entrar na exposição, o público atravessa
um labirinto de turbantes, numa instalação elaborada pela cenógrafa Renata
Motta, até se deparar com um grande baobá com mais de 300 flores em formato
pendular, que saem do teto em várias camadas. Quem assina a montagem da
exposição é Winnie Nicolau, jovem artista de Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense. Nos sábados de março, às 18h, o público
ainda tem a oportunidade de assistir, gratuitamente, a peça online no Cinema 2.
“Nessa homenagem,
representamos Léa através desse baobá. Léa é nossa grande árvore que foi
enraizada, que criou essas grandes raízes dentro desses 90 anos de vida em
terra”, explica Bruno Mariozz, um dos idealizadores do projeto, ao lado de
Vilma Melo. “É como se o público estivesse dentro dessa grande árvore,
visitando as memórias de Léa. Lá, encontraremos imagens, fotos, áudios,
recordações e muitas alegrias que tivemos ao lado de Léa Garcia ao longo do
processo de gravação de ‘Mãe Baiana’. Há também uma grande estante de
referências de livros de pessoas pretas, especialmente mulheres”, adianta.
Ficha técnica: Argumento:
Helena Theodoro | Texto: Thaís Pontes e Renata Andrade | Direção: Luiz Antonio
Pilar | Elenco: Dja Marthins e Luiza Loroza | Direção Musical: Wladimir Pinheiro |
Direção de Produção: Bruno Mariozz | Diretora
Assistente: Lorena Lima | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino: Clívia
Cohen | Cenário: Renata Mota e Igor Liberato | Elementos Cenográficos: Clívia
Cohen | Visagismo: Késia Lucas | Programação Visual: Patricia Clarkson | Design
Gráfico: Rafael Prevot | Comunicação: Natasha Arsenio | Assessoria de Imprensa:
Catharina Rocha e Paula Catunda | Produção Executiva: Walerie Gondim |
Assistente de Produção: Mariana Pantaleão | Artesãs: Cíntia Miller, Winnie
Nicolau, Ludmila Azevedo, Maria de Paiva | Cortador: Alex Coutinho Cenotécnico: André Salles | Coordenação
Financeira: Ingryd Cardozo | Contabilidade: Davi Andrade | Idealização: Bruno
Mariozz e Vilma Melo | Produção e Realização: Palavra Z Produções Culturais
Biografias
Helena Theodoro
Bacharel em Ciências
Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), graduada em Pedagogia pela Faculdade de
Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Educação pela UFRJ e doutora em
Filosofia pela Universidade Gama
Filho. Em 2019, terminou o
pós-doutorado no IFCS/UFRJ/PPGHC (Programa de Pós-Graduação em História
Comparada). Foi presidente do Conselho Deliberativo do FUNDO ELAS e
coordenadora do Comitê Pró-equidade de Gênero, Raça e Etnia da Casa da Moeda do
Brasil até junho de 2016.
Atuou
como professora auxiliar
da Universidade Estácio de Sá, tendo sido coordenadora da Pós-graduação de
Figurino e Carnaval da Universidade Veiga de
Almeida (UVA), de 2010 a 2015.
Participou da comissão julgadora nas
edições de 2011, 2012 e 2013 do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento,
produzido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de
Janeiro/Cojira-Rio. Foi vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos do
Negro – CEDINE. Exerceu a
vice-presidência do Fundo ELAS, de 2008 a 2015, tendo sido jurada do Estandarte
de Ouro do jornal O Globo durante
27 anos. Coordenou o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) da FAETEC de
2008 a 2013. Escreveu os livros “Mito e Espiritualidade: Mulheres Negras”
(1996), “Os Ibéjis e o Carnaval” (2009), “Caderno de Cultura Afro-brasileira”
(2009), “Iansã, rainha dos ventos e tempestades” (2010) e “Martinho da Vila - Reflexos no Espelho” (2018).
Luiz Antonio
Pilar
Diretor
de teatro, televisão e cinema. Formado bacharel em Artes Cênicas,
especialização de direção teatral pela UniRio, em 1990. Com grande experiência
em televisão, dirigindo as novelas “Desejo proibido”, “Sinhá Moça”, “A
padroeira” na TV Globo; “Xica da Silva”, “Brida”, “Mandacaru” e “Tocaia Grande”,
na extinta TV Manchete. No cinema, dirigiu “Lima Barreto, ao terceiro dia”, o
documentário “Candeia” e o curta-metragem “A mãe e o filho da mãe". Venceu
o 13º Festival de Curtas do Rio de Janeiro e, como prêmio, representou o Brasil
no Festival de Cinema de Angérs, na França. Em parceria com a produtora
Lapilar, o Canal Futura e a TV Globo, desenvolve o projeto “A cor da cultura”
(conjunto de programas voltados para temática negra, em cumprimento a
determinação da Lei 10.639). Em 1993, fundou sua produtora, realizando projetos
de sucesso de temática afro-brasileira como o espetáculo teatral “Os negros”,
de Jean Genet. Em 2023 fez parte da direção da novela “Todas as Flores”, da TV
Globo, que ganhou o prêmio ROSE D’OR LATINOS, como melhor telenovela.
Atualmente está indicado no Prêmio Shell de Teatro pela direção do musical
“Leci Brandão – Na Palma da Mão”.
Dja Marthins
Baiana da cidade de
Salvador, Djacira da Silva Martins é fascinada em aprender. É veterana nos
palcos cariocas, começou sua carreira com Ernesto Piccolo e Rogério Blat.
Alguns de seus trabalhos mais recentes: curtas “Interiores” (2022), “Viventes”
(2022) e “Você” (2022); no teatro, “Favela” e “Favela 2” e “A gente não desiste”
(desde 2011); na TV, novelas “Cara e Coragem” (2022) e “Fuzuê” (2023); séries, “Justiça
2” (2022), “Capoeira” (2023) e “Dona Beja” (2023).
Luiza
Loroza
Luiza Loroza é atriz e diretora. Formada pela Escola
de Atores Wolf Maya e aluna do curso de Artes Cênicas (UNIRIO). Dirigiu “Erê”
(onde também assina a adaptação de dramaturgia), “O Pequeno Herói Preto” e “Yabá
- Mulheres negras”. Assina a direção de movimento e adaptação de dramaturgia do
espetáculo “Leci Brandão - Na palma da mão”. Destaque para os trabalhos como
atriz com o espetáculo “Jacksons do Pandeiro - O musical”, com a direção de
Duda Maia; “Museu Nacional”, com direção de Vinicius Calderoni - onde Luiza
além de atuar escreveu uma das cenas da peça, a cena “museu do futuro”; “Tempestade”,
com direção de Aluísio Abranches, e como Cristal, na novela “Vai na fé”, da
Rede Globo. Foi diretora assistente de Duda Maia em “Zaquim”, “Manoel” e na
remontagem de “Auê”. E assistente de direção de Isaac Bernat em “O Encontro -
Martim Luther King e Malcolm X”. Foi indicada para o Prêmio APTR na categoria
Jovens Talentos. Em 2022 foi indicada pela direção de “O pequeno herói preto”
ao prêmio CBTIJ.
Palavra Z Produções Culturais
Fundada
em 2011, a Palavra Z Produções
Culturais atua principalmente nas artes cênicas, como na música e no carnaval
carioca. Com mais de 30 espetáculos no currículo, seus últimos tiveram como
parceiros Banco do Brasil, Oi Futuro, Eletrobrás, Porto Seguro e Vale. Entre os
mais recentes estão "Leci Brandão - Na Palma da Mão" (2023), idealizado
e dirigido por Luiz Antonio Pilar, com três indicações no Prêmio Shell;
“Órfãos” (2022), adaptação de sucesso da Broadway dirigido por Fernando
Philbert; e "Mãe de Santo", monólogo por Vilma Melo com indicações
nos principais prêmios. Atualmente vencedor dos prêmios APCA e do prêmio CBTIJ
de Teatro Infantil com "Vamos Comprar um Poeta". Um dos pioneiros da campanha
Teatro Online, lançada na pandemia, com mais de 120 mil visualizações e mais de
50 espetáculos exibidos.
Inaugurado em 12 de
outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo
arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da
revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém
uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, artes
cênicas, cinema, música e pensamento. Em 34 anos de atuação, foram mais de
2.500 projetos oferecidos aos mais de 50 milhões de visitantes. Desde 2011, o
CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper,
projetando o Rio de Janeiro entre as cidades com as mostras de arte mais
visitadas do mundo. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2
mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e
biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com
restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para
clientes Banco do Brasil. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
funciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos
domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de
atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais
e/ou mentais e seus acompanhantes.
SERVIÇO Espetáculo: “Mãe baiana” Temporada: de 8 a 31 de março
de 2024 Dias e horários: de quinta a sábado, às
19h | domingo às 18h Local: Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB) – Teatro 2 Endereço: Rua Primeiro de
Março, 66 - Centro – RJ Informações: (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$
15,00 (meia) Estudantes, maiores de 65
anos e Clientes Ourocard pagam meia-entrada. Bilhetes disponíveis na
bilheteria do CCBB ou pelo site bb.com.br/cultura Funcionamento: De quarta a segunda, das
9h às 20h (fecha às terças). ATENÇÃO Domingos, das 8h às 9h -
horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências
intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal
(Lei Municipal nº 6.278/2017 Capacidade Teatro 2: 153 lugares Classificação: 12 anos. Duração: 60 min. Dias 9, 16, 23 e 30 de março, às 18h, no Cinema 2 Sessão online da peça “Mãe Baiana”, com Léa
Garcia e Luana Xavier Ingressos gratuitos disponíveis a partir
das 9h do dia do evento, na bilheteria física ou online. Siga o CCBB RJ nas redes sociais bb.com.br/cultura | facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj | x.com/ccbb_rj Nas redes sociais @maebaiana.teatro |
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