[News]“MÃE BAIANA” ESTREIA EM 8 DE MARÇO NO CCBB RIO
“MÃE BAIANA” ESTREIA EM 8 DE MARÇO NO
CCBB RIO
Com texto criado a partir das escutas da
filósofa Helena Theodoro,
peça fala sobre relações e perdas, por
meio de memórias preservadas pela oralidade
Espetáculo presta homenagem a Léa Garcia,
que estrelou a versão audiovisual da peça em seu último trabalho artístico
Montagem integra a trilogia Matriarcas,
idealizada
pela atriz Vilma Melo e pelo produtor
cultural Bruno Mariozz
“Quando as pessoas são
lembradas, elas não morrem”, disse a
filósofa, escritora e professora Helena Theodoro nas conversas com as autoras
Thaís Pontes e Renata Andrade, que escreveram a
dramaturgia de “Mãe baiana”. Com direção
de Luiz Antonio Pilar, o espetáculo estreia em 8 de março de 2024 no
Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil, com Dja Marthins e Luiza Loroza no
elenco. No palco, a dupla interpreta avó e neta que, ao viver um momento de
luto em família, vê a relação entre as duas renascer. A peça, que joga luz
sobre o papel poderoso e fundamental da mulher negra na sociedade, estreia na
data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. O projeto é apresentado pelo
Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria
de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei
Paulo Gustavo, e Banco do Brasil.
O espetáculo faz parte da
trilogia “Matriarcas”, ao lado de “Mãe de santo” e “Mãe preta”, idealizado pela
atriz Vilma Melo e o produtor cultural Bruno Mariozz. A peça parte da perda de
um filho, fato que Helena Theodoro viveu quando seu menino de quatro anos
morreu afogado. Apesar da premissa triste, as autoras preocuparam-se em não
pesar o espetáculo, até porque a personagem da avó – assim como a autora –
sofre, mas entende a morte. No início, a neta não compreende, mas passa a entender
ao longo da história.
Todo o pensamento da filósofa
e primeira doutora preta do Brasil Helena Theodoro passa por suas experiências
pessoais e afirma o princípio feminino preto com todas as suas possibilidades
de existir, conservar, transformar e melhorar o mundo.
“Esse espetáculo é sobre
relações – sobre relação de avó e
neta, relação com a morte, com a cozinha, com a religião. A gente vai se transformando nos nossos, a gente vai se vendo... Escrever com a Renata Andrade foi um doce exercício de memórias, em que fomos
lembrando histórias das nossas famílias”, conta
Thaís Pontes, que recorda as conversas com a avó
durante as madrugadas na cozinha
de casa.
Para o diretor Luiz
Antonio Pilar, a concepção de “Mãe baiana”
nasce da proposta do texto. Nele, estão os conflitos de gerações e de
conceitos entre uma jovem mulher de seus 20 e poucos anos e sua avó,
octogenária.
“Um conflito que não significa
necessariamente violência ou brigas, mas as diferenças de ideias de tempos que
já passaram. São dois mundos diferentes que hoje estão no mesmo espaço”,
analisa o diretor, que fala também sobre a perspectiva racial da montagem. “Me
ressinto com a dramaturgia nacional que quando vai falar do negro,
principalmente o urbano, é sempre no conflito da violência. A questão nunca é
contraditória ou está na diferença de perspectiva. É sempre no jovem negro
matando ou morrendo, da família desconstruída, da falta de afeto. Em ‘Mãe baiana’
o conflito está inserido numa sociedade cotidiana e na família geracional,
constituída por mulheres, convivendo no mesmo espaço”, finaliza Pilar.
O cenário criado por
Renata Mota e Igor Liberato é composto por ambientes de uma casa, divididos
entre sala, cozinha e quintal onde avó e neta conversam, cozinham e recordam as
histórias da família. No quintal, são usados dez quilos de terra e de sementes
de girassol.
Homenagem a Léa
Garcia
“Mãe baiana” também
presta homenagem a Léa Garcia – grande dama do teatro
negro brasileiro falecida
em 2023. Léa estrelou a versão audiovisual do espetáculo em 2022, ao lado da
atriz e apresentadora de TV Luana Xavier.
Na
ocasião da temporada online, Léa falou sobre o trabalho. “Este personagem é
importante porque traz uma avó, uma
mãe preta, uma mãe baiana não
estereotipada, nada submissa. Ela é uma mulher atual, avançadinha, o que me
agrada muito. A personagem tem a consciência de sua existência enquanto mulher, mulher preta, um ser humano que lutou muito,
uma cidadã, uma mulher consciente de sua ancestralidade, de sua vida
enquanto mulher preta na sociedade,
uma mulher inteira, sem artifícios,
uma mãe moderna”.
Abrindo a programação, no
dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, às 16h, haverá um cortejo com lavagem
simbólica do CCBB Rio, com participação da cantora Maryzelia Conceição e das
baianas do Salgueiro. O percurso começa no estacionamento do Centro Cultural e
vai até o Cinema 2, onde, durante toda a temporada, o público vai conferir a
exposição inédita e gratuita “Baobá de Memórias”, com fotos de cena e de
bastidores, além de áudios e figurinos da peça, que foi o último trabalho de
Léa Garcia.
Reverenciando a memória
da atriz Léa Garcia, no mesmo dia (8/3), às 17h, a filósofa Helena Theodoro
convida a Secretária Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de
Janeiro, Tainá de Paula, e as autoras Thaís Pontes e
Renata Andrade para uma roda de conversa, no Cinema 1. Além disso, ao longo da temporada, a peça online será exibida
gratuitamente, às 18h, em todos os sábados de março após a estreia (dias 9, 16,
23 e 30).
Exposição Baobá
de Memórias
Ao entrar na exposição, no
Cinema 2, o público passa por uma cerca de bambu, atravessa um labirinto de
turbantes, numa instalação elaborada pela cenógrafa Renata Motta, até se
deparar com um grande baobá com mais de 300 flores em formato pendular, que
saem do teto em várias camadas. Quem assina a montagem da exposição é Winnie
Nicolau, jovem artista de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
“Nessa homenagem,
representamos Léa através desse baobá. Léa é nossa grande árvore que foi
enraizada, que criou essas grandes raízes dentro desses 90 anos de vida em
terra”, explica Bruno Mariozz, um dos idealizadores do projeto, ao lado de
Vilma Melo. “É como se o público estivesse dentro dessa grande árvore,
visitando as memórias de Léa. Lá, encontraremos imagens, fotos, áudios,
recordações e muitas alegrias que tivemos ao lado de Léa Garcia ao longo do
processo de gravação de ‘Mãe Baiana’. Há também uma grande estante de
referências de livros de pessoas pretas, especialmente mulheres”, adianta.
Ficha técnica: Argumento:
Helena Theodoro | Texto: Thaís Pontes e Renata Andrade | Direção: Luiz Antonio
Pilar | Elenco: Dja Marthins e Luiza Loroza | Direção Musical: Wladimir Pinheiro |
Direção de Produção: Bruno Mariozz | Diretora
Assistente: Lorena Lima | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino: Clívia
Cohen | Cenário: Renata Mota e Igor Liberato | Elementos Cenográficos: Clívia
Cohen | Visagismo: Késia Lucas | Programação Visual: Patricia Clarkson | Design
Gráfico: Rafael Prevot | Comunicação: Natasha Arsenio | Assessoria de Imprensa:
Catharina Rocha e Paula Catunda | Produção Executiva: Walerie Gondim |
Assistente de Produção: Mariana Pantaleão | Artesãs: Cíntia Miller, Winnie
Nicolau, Ludmila Azevedo, Maria de Paiva | Cortador: Alex Coutinho Cenotécnico: André Salles | Coordenação
Financeira: Ingryd Cardozo | Contabilidade: Davi Andrade | Idealização: Bruno
Mariozz e Vilma Melo | Produção e Realização: Palavra Z Produções Culturais
Biografias
Helena Theodoro
Bacharel em Ciências
Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), graduada em Pedagogia pela Faculdade de
Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Educação pela UFRJ e doutora em
Filosofia pela Universidade Gama
Filho. Em 2019, terminou o
pós-doutorado no IFCS/UFRJ/PPGHC (Programa de Pós-Graduação em História
Comparada). Foi presidente do Conselho Deliberativo do FUNDO ELAS e
coordenadora do Comitê Pró-equidade de Gênero, Raça e Etnia da Casa da Moeda do
Brasil até junho de 2016.
Atuou
como professora auxiliar
da Universidade Estácio de Sá, tendo sido coordenadora da Pós-graduação de
Figurino e Carnaval da Universidade Veiga de
Almeida (UVA), de 2010 a 2015.
Participou da comissão julgadora nas
edições de 2011, 2012 e 2013 do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento,
produzido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de
Janeiro/Cojira-Rio. Foi vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos do
Negro – CEDINE. Exerceu a
vice-presidência do Fundo ELAS, de 2008 a 2015, tendo sido jurada do Estandarte
de Ouro do jornal O Globo durante
27 anos. Coordenou o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) da FAETEC de
2008 a 2013. Escreveu os livros “Mito e Espiritualidade: Mulheres Negras”
(1996), “Os Ibéjis e o Carnaval” (2009), “Caderno de Cultura Afro-brasileira”
(2009), “Iansã, rainha dos ventos e tempestades” (2010) e “Martinho da Vila - Reflexos no Espelho” (2018).
Luiz Antonio
Pilar
Diretor
de teatro, televisão e cinema. Formado bacharel em Artes Cênicas,
especialização de direção teatral pela UniRio, em 1990. Com grande experiência
em televisão, dirigindo as novelas “Desejo proibido”, “Sinhá Moça”, “A
padroeira” na TV Globo; “Xica da Silva”, “Brida”, “Mandacaru” e “Tocaia Grande”,
na extinta TV Manchete. No cinema, dirigiu “Lima Barreto, ao terceiro dia”, o
documentário “Candeia” e o curta-metragem “A mãe e o filho da mãe". Venceu
o 13º Festival de Curtas do Rio de Janeiro e, como prêmio, representou o Brasil
no Festival de Cinema de Angérs, na França. Em parceria com a produtora
Lapilar, o Canal Futura e a TV Globo, desenvolve o projeto “A cor da cultura”
(conjunto de programas voltados para temática negra, em cumprimento a
determinação da Lei 10.639). Em 1993, fundou sua produtora, realizando projetos
de sucesso de temática afro-brasileira como o espetáculo teatral “Os negros”,
de Jean Genet. Em 2023 fez parte da direção da novela “Todas as Flores”, da TV
Globo, que ganhou o prêmio ROSE D’OR LATINOS, como melhor telenovela.
Atualmente está indicado no Prêmio Shell de Teatro pela direção do musical
“Leci Brandão – Na Palma da Mão”.
Dja Marthins
Baiana da cidade de
Salvador, Djacira da Silva Martins é fascinada em aprender. É veterana nos
palcos cariocas, começou sua carreira com Ernesto Piccolo e Rogério Blat.
Alguns de seus trabalhos mais recentes: curtas “Interiores” (2022), “Viventes”
(2022) e “Você” (2022); no teatro, “Favela” e “Favela 2” e “A gente não desiste”
(desde 2011); na TV, novelas “Cara e Coragem” (2022) e “Fuzuê” (2023); séries, “Justiça
2” (2022), “Capoeira” (2023) e “Dona Beja” (2023).
Luiza
Loroza
Luiza Loroza é atriz e diretora. Formada pela Escola
de Atores Wolf Maya e aluna do curso de Artes Cênicas (UNIRIO). Dirigiu “Erê”
(onde também assina a adaptação de dramaturgia), “O Pequeno Herói Preto” e “Yabá
- Mulheres negras”. Assina a direção de movimento e adaptação de dramaturgia do
espetáculo “Leci Brandão - Na palma da mão”. Destaque para os trabalhos como
atriz com o espetáculo “Jacksons do Pandeiro - O musical”, com a direção de
Duda Maia; “Museu Nacional”, com direção de Vinicius Calderoni - onde Luiza
além de atuar escreveu uma das cenas da peça, a cena “museu do futuro”; “Tempestade”,
com direção de Aluísio Abranches, e como Cristal, na novela “Vai na fé”, da
Rede Globo. Foi diretora assistente de Duda Maia em “Zaquim”, “Manoel” e na
remontagem de “Auê”. E assistente de direção de Isaac Bernat em “O Encontro -
Martim Luther King e Malcolm X”. Foi indicada para o Prêmio APTR na categoria
Jovens Talentos. Em 2022 foi indicada pela direção de “O pequeno herói preto”
ao prêmio CBTIJ.
Palavra Z Produções Culturais
Fundada
em 2011, a Palavra Z Produções
Culturais atua principalmente nas artes cênicas, como na música e no
carnaval carioca. Com mais de 30 espetáculos no currículo, seus últimos tiveram
como parceiros Banco do Brasil, Oi Futuro, Eletrobrás, Porto Seguro e Vale.
Entre os mais recentes estão "Leci Brandão - Na Palma da Mão" (2023),
idealizado e dirigido por Luiz Antonio Pilar, com três indicações no Prêmio Shell;
“Órfãos” (2022), adaptação de sucesso da Broadway dirigido por Fernando
Philbert; e "Mãe de Santo", monólogo por Vilma Melo com indicações
nos principais prêmios. Atualmente vencedor dos prêmios APCA e do prêmio CBTIJ
de Teatro Infantil com "Vamos Comprar um Poeta". Um dos pioneiros da campanha
Teatro Online, lançada na pandemia, com mais de 120 mil visualizações e mais de
50 espetáculos exibidos.
Inaugurado em 12 de
outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo
arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da
revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém
uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, artes
cênicas, cinema, música e pensamento. Em 34 anos de atuação, foram mais de
2.500 projetos oferecidos aos mais de 50 milhões de visitantes. Desde 2011, o
CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper,
projetando o Rio de Janeiro entre as cidades com as mostras de arte mais
visitadas do mundo. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2
mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e
biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com
restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para
clientes Banco do Brasil. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
funciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos
domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de
atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais
e/ou mentais e seus acompanhantes.
SERVIÇO Espetáculo: “Mãe baiana” Temporada: de 8 a 31 de março
de 2024 Dias e horários: de quinta a sábado, às
19h | domingo às 18h Local: Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB) – Teatro 2 Endereço: Rua Primeiro de
Março, 66 - Centro – RJ Informações: (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$
15,00 (meia) Estudantes, maiores de 65
anos e Clientes Ourocard pagam meia-entrada. Bilhetes disponíveis na
bilheteria do CCBB ou pelo site bb.com.br/cultura Funcionamento: De quarta a segunda, das
9h às 20h (fecha às terças). ATENÇÃO Domingos, das 8h às 9h -
horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências
intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal
(Lei Municipal nº 6.278/2017 Capacidade Teatro 2: 153 lugares Classificação: 12 anos. Duração: 60 min. Dia 8 de março, às 16h, estacionamento do CCBB Cortejo de lavagem do CCBB Rio, com participação da cantora Maryzelia
Conceição e das baianas do Salgueiro. Dia 8 de março, às 17h, Cinema 1 Roda de conversa com Helena Theodoro, Thaís Pontes e Renata Andrade Ingressos gratuitos
disponíveis a partir das 9h do dia do evento, na bilheteria física ou online. Dias 9, 16, 23 e 30 de março, às 18h, no Cinema 2 Sessão online da peça “Mãe Baiana”, com Léa
Garcia e Luana Xavier Ingressos gratuitos disponíveis a partir
das 9h do dia do evento, na bilheteria física ou online. Siga o CCBB RJ nas redes sociais bb.com.br/cultura | facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj | x.com/ccbb_rj Nas redes sociais @maebaiana.teatro |
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