[News]Com dramaturgia e atuação de Suzana Nascimento,“Em Nome da Mãe” faz única apresentação em 20 de abril, no Sesc Madureira

 Com dramaturgia e atuação de Suzana Nascimento,“Em Nome da Mãe” faz única apresentação em 20 de abril, no Sesc Madureira

 


Contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, espetáculo será apresentado em oito unidades do Sesc no estado do Rio de Janeiro

 

Dirigida por Miwa Yanagizawa, peça é baseada na obra homônima

do autor italiano Erri de Luca

 

Versão audiovisual da montagem foi laureada em quatro categorias no 16º Prêmio APTR de Teatro: espetáculo, atriz, direção e música

 

 

Ao deixar de lado o aspecto religioso e desmistificar a figura de Maria de Nazaré, mãe de Jesus, o espetáculo “Em Nome da Mãe” aborda a jornada íntima de uma mulher jovem, pobre, não casada – e grávida, tendo por isso sofrido os preconceitos de uma sociedade conservadora, patriarcal e machista. A história milenar, escrita por homens na Bíblia, aqui é contada por sua protagonista antes de se tornar a mãe do filho de Deus. Baseada na obra homônima do premiado autor italiano Erri de Luca, a peça foi concebida para o palco por Suzana Nascimento, que também estrela o monólogo, em sua primeira montagem no Brasil. A direção é de Miwa Yanagizawa.

 

Contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, o espetáculo “Em Nome da Mãe” faz única apresentação em 20 de abril (sábado) no Sesc Madureira, às 16h. A montagem fará uma circulação por oito unidades do Sesc no estado do Rio, entre abril e maio: Teresópolis, Barra Mansa, Valença, Madureira, Campos, Nova Friburgo, São João do Meriti e São Gonçalo.

 

Em 2015, Suzana Nascimento teve contato pela primeira vez com a obra de Erri de Luca. O livro “Em Nome da Mãe” conta em primeira pessoa a história da gestação de Maria de Nazaré, desde o anúncio de sua gravidez imaculada pelo anjo Gabriel até o nascimento de Jesus. Arrebatada pelo livro, a atriz construiu uma dramaturgia para ser encenada, aprofundando o olhar para o feminino. Nela, a jovem mulher ganha voz própria e coloca em evidência sua dimensão não apenas humana como feminina: ela relata sua coragem e suas incertezas, as perseguições, os constrangimentos diante de intrigas e acusações, seus medos e sonhos.

 

A peça fez sua estreia em versão audiovisual durante a pandemia, em agosto de 2021, dentro do projeto “Arte em Cena – Temporadas”, braço de temporadas teatrais do projeto em que o Sesc RJ transmite espetáculos artísticos em suas plataformas digitais. A montagem foi laureada em quatro categorias no 16º Prêmio APTR de Teatro, em 2022: espetáculo, atriz protagonista (Suzana Nascimento), direção (Miwa Yanagizawa) e música (Federico Puppi).

 

“Não estamos fazendo uma transposição do audiovisual para o presencial. Estamos retrabalhando a linguagem, a luz foi criada para o palco pela Ana Luzia Molinari de Simoni em parceria com Hugo Mercier”, diz Suzana Nascimento. A atriz também destaca os momentos pontuais de interação com público na montagem presencial. “Essa interação é uma característica do meu trabalho desde o meu monólogo ‘Calango Deu! Os Causos da Dona Zaninha’, premiado nos Festivais FITA e Cena Contemporânea, em 2014, que também fez circulação por diversas unidades do Sesc”, explica.

 

A ideia de ir além da simples adaptação do texto para o teatro veio aos poucos. Desde a primeira leitura do livro, Suzana sentiu a necessidade de abordar importantes transformações em relação ao universo feminino, e construiu uma nova dramaturgia, com outros personagens e situações. Ao lançar um olhar contemporâneo sobre uma história contada há mais de 2 mil anos, a peça abre espaço para reflexões sobre o feminismo e sobre os comportamentos patriarcais que atravessaram o tempo até nossos dias.

 

A peça passeia por importantes arquétipos da alma feminina. Em cena, Suzana dá voz a três mulheres – a donzela Maria (ou Miriam, como é chamada em hebraico), a atriz (uma mulher de 46 anos) e a anciã (Maria, em sua velhice, carregando em si a ancestralidade feminina) – que relatam a jornada da protagonista, intercaladas com histórias da vida da própria atriz e temas da atualidade. “Só existem seis falas atribuídas a Maria em toda a Bíblia. Pouco se escreveu sobre ela. A peça é uma investigação sobre sua jornada íntima, trazendo uma Maria profundamente humana, em plena metamorfose, se apoderando de sua própria história”, conta Suzana.

 

“Fui arrebatada pela obra. Foi uma desconstrução da imagem romântica que eu tinha da Maria, que nos chega perfeita, como aquela que vemos nos presépios de Natal”, conta a diretora Miwa Yanagizawa. “Humanizar a figura da Maria e mostrar a opressão sofrida por essa mulher amplia o movimento libertário feminista”, diz a diretora, que vê neste trabalho um diálogo com seus dois espetáculos anteriores, “Nastácia” e “Eu matei Sherazade, confissões de uma árabe em fúria”.

 

A turnê

13/4 – Sesc Teresópolis

18/4 – Sesc Barra Mansa

19/4 – Teatro Sesc Rosinha de Valença

20/4 – Sesc Madureira

26/4 – Sesc Campos

27/4 – Sesc Nova Friburgo

03/5 – Sesc São João de Meriti

11/5 – Sesc São Gonçalo

 

 

Serviço:
Espetáculo: Em Nome da Mãe

Local: Sesc Madureira (Rua Ewbank da Câmara, nº 90 – Madureira)

Única apresentação: 20 de abril, sábado, às 16h.

Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Grátis (Credencial Plena e PCG), R$ 5 (meia entrada estendida a professores e classe artística mediante apresentação de registro profissional) e R$ 10.

Vendas na bilheteria do teatro.
Duração: 60 min.
Classificação etária: 14 anos

Nas redes: @emnomedamae.teatro

 


Ficha técnica

 

Direção: Miwa Yanagizawa

Concepção, dramaturgia e atuação: Suzana Nascimento a partir da obra de Erri de Luca

Tradução: Federico Puppi

 

Direção de arte, figurino e cenografia: Desirée Bastos e Jovanna Souza

Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni e Hugo Mercier

Supervisão de movimento: Denise Stutz

Trilha sonora original: Federico Puppi

 

Participações especiais (trilha) Cantoras: Rita BenedittoKacau GomesMari BlueFernanda Santanna e Alexia Evellyn

Percussão: Marco Lobo

Voz da mãe (a própria): Irene Pereira do Nascimento

 

Direção de palco: Sabrina Savino

Operação de som e projetor: Roberto Lucaro

Operação de luz: Dudu Nobre

 

Fotografias: Elisa Mendes e Júlio Ricardo

Vídeos: Elisa Mendes

Edição de vídeos para projeção: Almir Chiaratti – Okoto Produções

 

Assessoria de imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha

Design gráfico: Raquel Alvarenga – Studio Janela Aberta

Mídias Sociais: Rafael Teixeira

 

Direção de produção: Alessandra Reis e Cristina Leite

Coordenação geral: SP Nascimento Produções

Produtoras associadas: AR 27 Produções Artísticas Ltda e SP Nascimento Produções

 

 

Currículos

 

ERRI DE LUCA – Escritor, poeta e tradutor. Nasceu em Nápoles em 1950 e é considerado um dos mais conceituados autores italianos contemporâneos. Integrou o movimento esquerdista Lotta Continua. Durante a guerra na ex-Iugoslávia, dirigiu comboios humanitários destinados à população da Bósnia. Publicou o seu primeiro livro (“Non ora, non qui”) aos 39 anos. Estudou hebraico e tornou-se tradutor de livros bíblicos e crítico de traduções da Bíblia, sem ser religioso. Em 2010, publicou “Em Nome da Mãe” (no Brasil o livro é publicado pela Companhia das Letras) sem querer dar uma explicação teológica ou filosófica ao mistério da Anunciação. Escreveu cerca de 60 livros, vários best-sellers na Itália, França e Israel, tendo sua obra foi publicada em muitas línguas.

 

MIWA YANAGIZAWA – Atriz, diretora de teatro, fundadora do Areas Coletivo, onde destacam-se as seguintes criações: “Naquele dia vi você sumir”, “Plano sobre queda e Breu”, de Pedro Brício, que recebeu os prêmios Questão de Crítica (melhor direção e iluminação) e APTR (melhor cenografia). Dirigiu Nastácia, de Pedro Brício, obra a partir do romance O Idiota, de Fiódor Dostoiévski, vencedora dos prêmios Shell e APTR de 2019 (melhor direção). Com frequência, ministra a oficina Estudo para o ator: a escuta, um eixo de pesquisa do Areas Coletivo, que, em 2020, estendeu sua atuação para o espaço virtual como A Escuta: distâncias e aproximações.

 

Como atriz, trabalhou com diretores de teatro como Guilherme Leme Garcia, Gustavo Paso, Adriano Guimarães, Ticiana Studart e José Possi Neto, entre outros. Foi integrante da ciateatroautônomo, dirigida por Jefferson Miranda, por 18 anos. Na TV, participou de novelas e séries como Spectros (Netflix) e da quinta temporada de Sessão de Terapia (com direção de Selton Mello, no GNT e Globoplay). No cinema, fez longas e curtas-metragens como “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello e “Omoidê”, de Dannon Lacerda.

 

SUZANA NASCIMENTO – Atriz, dramaturga, diretora, contadora de histórias, produtora cultural, com 25 anos de carreira. Formada em interpretação (CAL) e Produção Cultural (UFF). Premiada como Melhor Atriz, pelos solos de sua autoria “Em nome da mãe”, com direção de Miwa Yanagizawa (agraciado com APTR 2022 nas categorias melhor atriz, espetáculo, direção e música) e “Calango Deu! Os causos da Dona Zaninha”, dirigido por Isaac Bernat (premiado nos Festivais FITA e Cena Contemporânea, 2014).

 

Atuou em mais de 20 espetáculos, com destaque para “Julius Caesar – Vidas Paralelas”, peça comemorativa de 35 anos da Cia. Dos Atores, com direção de  Gustavo Gasparani (Prêmio de Melhor Elenco no festival FITA 2023); “Os impostores” e “Alice mandou um beijo”, direção de Rodrigo Portella; “Dançando no escuro”, direção de Dani Barros; “Preciso Andar”, direção de Ivan Sugahara; “A menina Edith e a velha sentada”, direção de Lázaro Ramos; “Consertam-se Imóveis”, direção de Cynthia Reis; “O que você gostaria que ficasse”, direção de Miguel Thiré; “Peças de Encaixar”, da Cia. dos Atores, com direção de Cesar Augusto e Susana Ribeiro), entre outras.

 

Criou o curta “Árvore mãe” (2020). Escreveu o livro “Calango Deu!” (ed. Cândido, 2017) e a peça “Contracapa” (2018). Dirigiu “Boquinha…e assim surgiu o mundo”, em parceria com Lázaro Ramos, e “Espaçonave” em parceria com o Corpo Coletivo/MG. Apresentadora e coroteirista da série “Janela Janelinha”, na TV Brasil, em 2014 (indicada ao Prêmio TAL TV da América Latina).

 

Em cinema, atuou em “A suspeita”, direção de Pedro Pelegrino; “Santas”, de Roberval Duarte; “Uber Pool”, de Daan Gielis; “Trauma”, de Lara Lazzaretti. Atuou em diversas novelas na Rede Globo: “Elas por elas”, “Vai na fé”, “Pega pega”, “Segundo Sol”, “Malhação”, “Espelho da vida”; e nas séries “Se eu fechar os olhos agora” e “Ernesto – o exterminador de seres monstruosos e outras porcarias”, na TV Brasil.

 

Como apresentadora e narradora, trabalhou com as orquestras: OSN (Orquestra Sinfônica Nacional) – “Sonho de uma noite de verão” e “Dom Quixote”, regência de Tobias Volkman, e OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) – “Concertos para a juventude” e “Pedro e o Lobo”.

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