[Crítica] A Alegria é a Prova dos Nove


Sinopse: A Alegria é a Prova dos Nove é um filme memorial, de amor, sobre a viagem realizada a Marrocos nos anos 70 por Jarda Ícone (Helena Ignez) artista, sexóloga e roqueira octogenária, como se define, e Lírio Terron (Ney Matogrosso) defensor dos direitos humanos. Na verdade, uma viagem que não acabou em suas vidas.

O que achei? Dirigido e roteirizado por Helena Ignez e protagonizado por Helena Ignez e Ney Matogrosso, A Alegria é a Prova dos Nove é um filme contracultura e político, mas não no sentido tradicional, pelo menos na forma como ele é montado.

Os temas vistos no filme são comuns que vemos em filmes contracultura como feminismo, sexo, relacionamentos não-tradicionais de acordo com a sociedade como a poligamia, críticas ao autoritarismo de ditaduras e à extrema-direita, etc.

Estes temas são colocados de forma livre, alternadas com flashbacks que começam e terminam em si para relembrar de momentos da vida de Jarda Ícone para dar contexto da construção da personagem e cenas de esquete que funcionam sozinhas. Personagens que vem e vão. O filme é mais simbólico do que uma crítica concreta.

Os personagens debatem a sociedade, mas de uma forma despretensiosa, utópica, algo que a solução fica somente no campo das ideias, mas sem oferecer ou debater uma solução mais prática que cause um impacto e não tem algo que conecte todos os flashbacks, cenas autônomas, personagens passageiros que dê algo para o espectador acompanhar a narrativa. A linguagem do filme é teatral em alguns momentos.

O longa foi feito como uma homenagem aos movimentos da contracultura e isso é refletido na forma como a narrativa foi montada, embora os debates ficam mais no campo de troca de ideias e não um plano de colocar a mão na massa para mudar o status quo. 

A Alegria é a Prova dos Noves é distribuído pela Mercúrio Produções, com apoio do produtor cultural Cavi Borges e seu lançamento será no dia 24 de maio no Reag Belas Artes em São Paulo e na Estação Net Rio/Botafogo no Rio de Janeiro, no mês onde Helena Ignez será homenageada pelo Cinema Reag Belas Artes, onde terá uma sala com seu nome e uma mostra especial com suas obras mais importantes.

Trailer: 


Escrito por Michelle Araújo Silva




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