[Crítica] A Ordem do Tempo

 

Sinopse:

A Ordem do Tempo é um filme italiano de drama dirigido por Liliana Cavani e selecionado para o Festival do Rio de 2023. O longa acompanha um grupo de amigos que se encontra todos os anos para celebrar um aniversário. Este ano, em uma vila à beira-mar, algo está diferente: eles descobrem que o mundo vai acabar em apenas algumas horas. Após a notícia bombástica, estranhamente, o tempo que lhes resta parece acelerar e, ao mesmo tempo, permanecer interminável. Confrontados com sua mortalidade iminente, cada personagem lida com a situação de maneira única, revelando segredos há muito guardados, desenterrando velhos conflitos e expressando sentimentos que nunca haviam sido ditos. À medida que as horas finais se desenrolam, os amigos refletem sobre o significado de suas vidas, o valor das suas relações e o que realmente importa no tempo que lhes resta. A bela visão cinematográfica e a direção sensível de Cavani capturam a intensidade emocional do grupo, tornando este filme uma profunda meditação sobre o tempo, a amizade e a inevitabilidade do fim.


                         O quê eu achei?

Dirigido pela italiana Liliana Cavani(responsável por alcançar Charlotte Rampling ao estrelato),é uma co-produção ítalo-belga,toda ambientado no Sul da Itália  e falado inteiramente em italiano, esse filme foi seleção do Festival de Veneza e é fácil entender o porquê.

Baseado no livro homônimo do renomado físico italiano Carlo Rovelli(no momento que escrevo esta crítica, ainda não o li mas pretendo) que levanta questões sobre o verdadeiro significado do fluxo do tempo tais como: por quê nos lembramos apenas do passado? Nós existimos no tempo ou o tempo existe dentro de nós?, o longa narra a história de um grupo de amigos que todo ano se juntam numa casa de veraneio para comemorar o aniversário de Elsa(Claudia Gerini, de A Paixão de Cristo e Sob o sol da Toscana)e tudo vai bem até descobrirem que há um asteroide a caminho da Terra e que eles tem apenas algumas horas de vida.

Curiosamente, ao mesmo tempo que as horas parecem fluir, elas também aparentam demorarem a passar. E é durante esse intervalo que eles compartilham reflexões sobre suas escolhas de vida e segredo vem à tona como o relacionamento extraconjugal de um deles e o filho ilegítimo, um meio-irmão do qual nem se sabia da existência.

Eles tentam recorrer ao físico quântico do grupo, Enrico(Edoardo Leo)que trabalha na elite de sua área, em busca de uma resposta, porém nem mesmo ele é capaz de fornecer mais detalhes; apenas que há uma chance em vinte de serem atingidos pelo asteroide.Ou seja,é melhor se preparar para o pior.

Outro detalhe que vale a pena mencionar são os personagens excluídos: a empregada peruana, que fica preocupadíssima com seu filho de 8 anos-a quem ainda está no Peru e a quem ela não vê desde seu nascimento- e o magnata do mercado financeiro, punido com a morte de sua esposa e pelo arrependimento da realização de ter arruinado tantas vidas devido à sua ganância.

Embora eu tenha gostado do filme, ainda acho que o tema da inevitabilidade e da fugacidade da nossa existência poderia ter sido trabalhado mais a fundo e o final não me surpreendeu. Mas ainda é um longa que vale a pena ser conferido.

Em cartaz nos cinemas nacionais desde 13 de junho.


                        Trailer:







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