[DANÇA] Balé da Cidade de São Paulo faz estreia de temporada nesta sexta-feira (7), com coreografia inédita de artista cubana
A coreografia tem autoria de Judith Sánchez Ruíz, ex-integrante da Trisha Brown Dance Company (2006-2009) e primeira coreógrafa a ser comissionada pela companhia norte-americana, uma das mais conceituadas do mundo
Foto: Piedad Salvaje. Crédito Rafael Salvador
O Balé da Cidade de São Paulo, com direção artística de Alejandro Ahmed, inicia sua nova temporada de apresentações no palco do Theatro Municipal de São Paulo com a remontagem Horizonte+, de concepção e coreografia de Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, criada a partir da relação entre as práticas corporais asiáticas e a filosofia oriental. Partindo de uma pesquisa sobre o movimento com corpos que operam em perspectivas diferentes, a obra trabalha com o universo artístico de Tomie Ohtake.
Na mesma noite será apresentada a peça inédita Piedad Salvaje, da artista cubana Judith Sánchez Ruíz, cujo trabalho é norteado por questões como casualidade e complexidade humana, improvisação, comunidade e ativismo. As apresentações acontecem nos dias 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14 e 15 de junho e os ingressos variam de R$12 a R$87 (inteira), com classificação livre e 80 minutos com intervalo.
Horizonte+
A coreografia Horizonte+ foi criada a partir da partitura coreográfica, a princípio, feita e dançada por pelos dois coreógrafos paulistas Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, com música ao vivo do baterista Chico Leibholz. A peça foi composta na relação entre as práticas corporais asiáticas, que os artistas vêm estudando, e o universo de criação da artista visual nipo-brasileira Tomie Ohtake (1913-2015).
Ohtake é reconhecida por suas pinturas abstratas e geométricas e, também, pelas suas esculturas pendulares, de cores vibrantes e escalas diversas. Para os 32 bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo foi possível alargar a escala da peça original, somando e diversificando a partitura coreográfica. A obra acontece na paisagem horizontal dos corpos, que oscilam entre arranjos geométricos imperfeitos, formando espaços vazios. A trilha sonora foi composta simultaneamente à criação da partitura coreográfica, e é executada ao vivo por Chico Leibholz. Repetições e variações são acentuadas e fazem vibrar, não só a pele das paredes da Sala de Espetáculo.
“Transformamos essa coreografia para os vários corpos do Balé da Cidade. Essa criação fez um diálogo e teve um ponto de partida que é o universo de criação da artista visual Tomie Ohtake, conhecida pelas suas formas geométricas, suas escalas, suas linhas, pelas esculturas e pelo balanço de esculturas pequenas. E é neste lugar entre o vazio, o círculo, a forma e imperfeição que vamos trabalhar com os corpos do Balé da Cidade”, afirmam os coreógrafos Beatriz Sano e Eduardo Fukushima.
A peça é resultado de um edital para coreógrafos lançado pela primeira vez também em 2023. O edital visa fomentar novas colaborações com coreógrafos que não necessariamente tenham coreografado grandes companhias anteriormente e a proposta da dupla foi escolhida por uma banca formada por representantes dos bailarinos, o diretor artístico Alejandro Ahmed e a integrante do comitê curatorial do Theatro Municipal de São Paulo, Ana Teixeira.
Piedad Salvaje
A artista Judith Sánchez Ruíz, ex-integrante da renomada companhia de dança norte-americana Trisha Brown Dance Company (2006-2009), faz a estreia mundial da coreografia Piedad Salvaje no palco do Theatro Municipal. O espetáculo tem direção musical e composição original de Maria Beraldo.
A peça reconhece a importância das curvas, fases, alianças e padrões recorrentes em suas representações. Inspirada nas ideias de Henri Lefebvre (1901-1991), filósofo, sociólogo e geógrafo francês conhecido por sua crítica marxista da vida cotidiana, pela reflexão sobre o direito à cidade e sobre a produção do espaço social, Judith utiliza o espaço como meio de controle, uma vez que é um instrumento político poderoso na nossa sociedade.
A obra fabula como se dançaria a vida no fim do mundo e o absurdo que se criou em torno dos humanos. Em cena estarão 17 intérpretes, trazendo como base a técnica “breaking the house”, desenvolvida pela própria Judith, que trabalha com a ideia de quebrar os próprios hábitos do corpo e que parte de uma base de improvisação.
A coreografia traz estruturas como esqueletos que corroem, destilam e se dissolvem como o tempo e o espaço através de visões de danças. Corpos frisados, criaturas que viajam transportadas em grupos em constante relocação. Uma viagem finita busca por identidade, propósito e sentido do agora. Sabendo o quão homogêneo é o pensamentos das pessoas, nesta peça as pessoas vivem flutuando, quanto mais longe do chão melhor.
“Meu trabalho é a descoberta da natureza na arte. Piedad Salvaje é um hino ao sacrifício humano. A obra evoca uma fisicalidade da nossa existência”, conclui Judith Sánchez Ruíz.
Serviço:
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
Alejandro Ahmed, direção artística
Piedad Salvaje (estreia) e Horizonte +
07/06/2024 • 20h • sexta-feira
08/06/2024 • 17h • sábado
09/06/2024 • 17h • domingo
11/06/2024 • 20h • terça-feira
12/06/2024 • 20h • quarta-feira
13/06/2024 • 20h • quinta-feira
14/06/2024 • 20h • sexta-feira
15/06/2024 • 17h • sábado
Piedad Salvaje (estreia)
Judith Sánchez Ruíz, coreografia
Maria Beraldo, direção musical e composição original
Grissel Piguillen, design de luz
Vinicius Cardoso, cenografia
Karin Serafin, figurino
Horizonte +
Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, concepção e coreografia
Chico Leibholz, composição musical e performance ao vivo
Hideki Matsuka, luz e espaço cênico
Júlia Rocha, dramaturgia
Patrícia Savoy, assistente de iluminação
Vinícius Cardoso, assistente de projeto do espaço cênico
IRRITA – Rita Comparato, figurino
SOBRE O COMPLEXO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
O Theatro Municipal de São Paulo é um equipamento da Prefeitura da Cidade de São Paulo ligado à Secretaria Municipal de Cultura e à Fundação Theatro Municipal de São Paulo.
O edifício do Theatro Municipal de São Paulo, assinado pelo escritório Ramos de Azevedo em colaboração com os italianos Claudio Rossi e Domiziano Rossi, foi inaugurado em 12 de setembro de 1911. Trata-se de um edifício histórico, patrimônio tombado, intrinsecamente ligado ao aperfeiçoamento da música, da dança e da ópera no Brasil. O Theatro Municipal de São Paulo abrange um importante patrimônio arquitetônico, corpos artísticos permanentes e é vocacionado à ópera, à música sinfônica orquestral e coral, à dança contemporânea e aberto a múltiplas linguagens conectadas com o mundo atual (teatro, cinema, literatura, música contemporânea, moda, música popular, outras linguagens do corpo, dentre outras).
Oferece diversidade de programação e busca atrair um público variado. Além do edifício do Theatro, o Complexo Theatro Municipal também conta com o edifício da Praça das Artes, concebido para ser sede dos Corpos Artísticos e da Escola de Dança e da Escola Municipal de Música de São Paulo.
Sua concepção teve como premissa desenhar uma área que abraçasse o antigo prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e que constituísse um edifício moderno e uma praça aberta ao público que circula na área.
Inaugurado em dezembro de 2012 em uma área de 29 mil m², o projeto vencedor dos prêmios APCA e ICON AWARDS é resultado da parceria do arquiteto Marcos Cartum (Núcleo de Projetos de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura) com o escritório paulistano Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz.
Quem apoia institucionalmente nossos projetos, via Lei de Incentivo à Cultura: Nubank, Bradesco, IGC Partners, Lefosse, Banco Daycoval e Grupo Splice. Pessoas físicas também fortalecem nossas atividades através de doações incentivadas.
SOBRE A SUSTENIDOS
A Sustenidos é a organização responsável pela gestão do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, do Theatro Municipal de São Paulo e dos programas Musicou, Som na Estrada e MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchange); e pelos festivais Ethno Brazil e Big Bang. Foi responsável pela gestão do Projeto Guri, programa de ensino musical, no litoral e no interior do Estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA, de 2004 a 2021. Além do Governo de São Paulo, a Sustenidos, eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Sustenidos, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm suporte fiscal da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir no site da Sustenidos.
Quem apoia nossos projetos: Nubank, CTG Brasil, VISA, Bradesco, IGC Partners, Lefosse, Banco Daycoval, Bayer, Cipatex, Sicoob, Grupo Splice, Lei Paulo Gustavo e Microsoft.
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