[News] Protagonizado por pessoas com deficiência, Festival Experimenta começa hoje no CCBB Rio

 

Rio de Janeiro, 21 de junho de 2024 – Começa hoje (21) e vai até dia 30 de junho o Festival Experimenta no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ). De sexta a domingo, encenações de teatro e dança, duas oficinas e uma videoinstalação celebram o artista com deficiência como criador e protagonista, incentivando a produção artística e oferecendo visibilidade para corpos não típicos e olhares diversos. A programação é gratuita e conta com recursos como audiodescrição e interpretação em LIBRAS. Para participar, é necessário retirar os ingressos gratuitos na bilheteria física (no CCBB RJ) às 9h do dia de cada evento ou pelo site AQUI.

O Festival Experimenta abre hoje com a apresentação do espetáculo o Canto dos Malditos com Marcos Abranches. Na encenação, a solidão, o fracasso e a tristeza são pontos de partida no solo de dança contemporânea concebido e performado por ele. Amanhã, 22, o artista estará novamente no palco para Corpo Sobre Tela. Inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon, teatro e dança se fundem para Abranches usar seu próprio corpo e gestual como “pincel” para a criação de imagens abstratas em grande escala. Domingo, 23, a bailarina e atriz Mona Rikumbi encena Kiua Matamba, salve a força dos ventos, um monólogo inspirado na cultura banto. Também no domingo, 23, Marcos Abranches volta ao CCBB Rio para a oficina Dança para todos os corpos, entre 15h e 18h, destinada a todos os públicos e indicada para maiores de 14 anos. É necessário fazer inscrição.

 


A videoinstalação SOM, uma coreografia para surdos, criada por Clara Kutner, poderá ser visitada durante seis dias do festival no Cinema II, entre 15h e 18h. A instalação de videodança conta com dispositivo vibratório para surdos e ouvintes perceberem a música através da pele. A composição feita para a obra será sentida tatilmente pelo corpo do espectador em pontos como mãos, pés e costas. Cada ponto que vibra corresponde a um instrumento. E cada intérprete do vídeo realiza uma coreografia que se relaciona com o ritmo e as sensações produzidas por cada um destes instrumentos: alfaia, baixo, trombone e cajón.

 


O FESTIVAL

Produzido pela Cinema Falado Produções, mesma produtora do “Assim Vivemos - Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência”, o mais antigo e longevo festival de cinema nacional focado nas temáticas das deficiências, o Festival Experimenta tem como proposta conectar artistas ao público. De um lado, pessoas com deficiência que produzem obras de altíssimo nível técnico e artístico, mas que muitas vezes não encontram espaços para mostrarem suas criações. E do outro, o público geral, ávido por novas experiências, que frequentemente não têm a oportunidade de assistir às obras criadas por estes artistas.

 


“Acreditamos que a diversidade em cena enriquece a vivência do coletivo, tornando-o mais democrático, rico e expandindo conceitos e visões. Solidificado por nossa ampla vivência nesta temática por meio do ‘Assim Vivemos’, que é referência na discussão e fomento das questões para pessoas com deficiência há tantos anos, o ‘Festival Experimenta’ surge como um espaço de celebração e pertencimento da arte feita por artistas com corpos e visões não típicas”, afirma Graciela Pozzobon, diretora da Cinema Falado Produções e especialista em acessibilidade comunicacional em conteúdos culturais.

 


Com apresentações repletas de inquietações, questionamentos e novos pontos de vista, o evento acredita que a diversidade é enriquecedora e fundamental para a evolução civilizatória. Entre outros destaques da programação estão peças como: Entre Nuvens, espetáculo de dança e teatro de Moira Braga, cujo trabalho é parte de uma pesquisa sobre a vida e obra da bailarina e coreógrafa Angel Vianna; e Meu Corpo Está Aqui, de Julia Spadaccini, idealizadora do projeto e também pessoa com deficiência, e da diretora e bailarina Clara Kutner. Alguns trabalhos são inéditos no Rio de Janeiro.

 


A programação do Festival conta ainda com a oficina Acessibilidade em conteúdos culturais, com Felipe Monteiro, Graciela Pozzobon e Rodrigo de Bonis, indicada para produtores e fazedores da cultura, gestores e artistas. Para participar das sessões, oficinas e interagir com videoinstalação é necessário retirar os ingressos gratuitos na bilheteria física (no CCBB RJ) às 9h do dia de cada evento ou pelo site AQUI.

 


Confira abaixo a programação completa e sinopses dos espetáculos do ‘Festival Experimenta’:

 


Canto dos Malditos - com Marcos Abranches


Dia: 21/6


Horário: 19h


Local: Teatro II


Duração: 60 minutos;


Classificação indicativa: 12 anos


Sinopse: A solidão, o fracasso e a tristeza são pontos de partida no solo de dança contemporânea concebido e performado por Marcos Abranches. Como um desabafo, Abranches traz para a cena conflitos e questões do homem na contemporaneidade, inconsistência e a precariedade das suas próprias relações.



Corpo Sobre Tela - com Marcos Abranches.


Dia 22/6


Horário: 19h


Local: Teatro II


Duração: 60 minutos;


Classificação indicativa: LIVRE


Sinopse: Inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon, Corpo sobre Tela é um espetáculo de dança/teatro que tem a concepção, coreografia e direção de Marcos Abranches. O artista usa seu próprio corpo e gestual como “pincel” para a criação de imagens abstratas em grande escala. A obra traz para a cena movimentos singulares do dançarino, que possui paralisia cerebral, que expressam dramaticidade impregnados de cores e sentimentos inquietantes.



Kiua Matamba, salve a força dos ventos- Com Mona Rikumbi


Dia 23/6


Horário: 19h


Local: Teatro II


Duração: 70 minutos


Classificação indicativa: LIVRE


Sinopse: A bailarina, atriz e performer Mona Rikumbi realiza o monólogo inspirado na cultura banto. O texto autoral fala de cura ao evocar a divindade Matamba, que leva com seus ventos todo o mal do mundo. Adetayo Ariel, percussionista, acompanha a artista nos cânticos e toques de ngoma (tambores).



Entre Nuvens - com Moira Braga


Dia 28/6


Horário: 19h


Local: Teatro II


Duração: 70 minutos


Classificação indicativa: LIVRE


Sinopse: Novo espetáculo de dança/teatro da artista Moira Braga. O trabalho é parte de uma pesquisa sobre a vida e obra de Angel Vianna, tendo a audiodescrição como tecnologia assistiva e como dispositivo de criação.

 


Meu Corpo Está Aqui - De Julia Spadaccini e Clara Kutner (2 apresentações)


Dia: 29/6


Horários: 17h e 19h


Local: Teatro II


Duração: 60 minutos


Classificação indicativa: 16 anos


Sinopse: Partindo da experiência pessoais de atrizes atores com deficiência, a peça traz um jogo entre as pulsões e os obstáculos encontrados por eles em suas descobertas afetivas e sexuais. Em cena,o elenco fala abertamente sobre relacionamentos, corpos e desejos por meio de depoimentos ficcionalizados por Julia Spadaccini, idealizadora do projeto e também pessoa com deficiência, e pela atriz, diretora e bailarina Clara Kutner.

 


O SubNormal - Com Cleber Tolini


Dia 30/6


Horário: 19h


Local: Cinema II


Duração: 70 minutos


Classificação indicativa: LIVRE


Sinopse: A comédia documental narra, com humor e delicadeza, a trajetória do ator Cleber Tolini, que aos 24 anos, após uma neurocirurgia, tem seu nervo ótico afetado passando a enxergar 20% (tem baixa visão a pessoa que enxerga menos de 30% mesmo após correção com óculos).

 


Som, uma coreografia para surdos - De Clara Kutner


Dias: 21, 22, 23, 28, 29 e 30/6


Horário: 15h às 18h


Local: Cinema II


Duração: Experiência individual com duração de 15 minutos


Classificação indicativa: LIVRE


Retirada de ingressos na bilheteria e pelo site.


Sinopse: Uma instalação de videodança performática com dispositivo vibratório para surdos e ouvintes perceberem a música através da pele, com concepção de Clara Kutner. A composição feita para a obra é sentida tatilmente pelo corpo do espectador em alguns pontos: mãos, pés e costas.

 


Oficina - “Dança para todos os corpos” - com Marcos Abranches.


Dia: 23/6


Horário: De 15h às 18h


Local: Sala de Ensaios


Duração: 2 a 3h


Classificação indicativa: 14 anos


Público-alvo principal: Todos

 


Oficina “Acessibilidade em Conteúdos Culturais” - Com Felipe Monteiro, Graciela Pozzobon e Rodrigo de Bonis.


Dia: 30/6


Horário: De 15h às 18h


Local: Auditório do 3° andar


Duração: De 2h a 3h


Classificação Indicativa: Livre


Público-alvo principal: Produtores culturais, gestores e artistas

 


Serviço:


Festival Experimenta


Data: 21 a 30 de junho – de sexta a domingo


Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ)


Rua Primeiro de Março, 66 – 2º andar - Centro – Rio de Janeiro / RJ


Teatro 2 (153 lugares, sendo 3 para cadeirantes + 3 acompanhantes, 1 lugar para PCD com Cão


Guia e 1 lugar para Obeso + acompanhante)


Ingressos gratuitos para sessões e oficinas disponibilizados às 9h do dia do respectivo evento na bilheteria física ou em Link


Mais informações em bb.com.br/cultura


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A EMPRESA - A Cinema Falado Produções Artísticas foi criada em 2008 e desde então dedica-se às atividades de produção e aplicação de recursos de acessibilidade como a audiodescrição, a Língua Brasileira de Sinais e legendas descritivas em filmes, espetáculos de teatro e dança, exposições de arte, festivais, eventos esportivos e institucionais. É proponente de projetos culturais desde 2019, sendo a empresa responsável pelo Festival Assim Vivemos- Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência.


GRACIELA POZZOBON – Diretora da Cinema Falado Produções, Graciela é especialista em acessibilidade comunicacional em conteúdos culturais. Licenciada em artes cênicas, dedica-se desde 2003 à produção e aplicação de recursos de acessibilidade. É pioneira na produção da audiodescrição no Brasil e reconhecida por grupos e instituições ligados à defesa da pessoa com deficiência.

 


Participou da implementação das políticas públicas sobre recursos de acessibilidade na comunicação e na cultura junto ao Ministério das Comunicações e Secretaria dos Direitos Humanos. Atualmente coordena a aplicação da audiodescrição no Teatro EcoVilla RiHappy, primeiro teatro com acessibilidade permanente do Rio de Janeiro e a aplicação da audiodescrição em projetos do Museu da Vida - FIOCRUZ. Coordenou projetos contínuos de acessibilidade em diversos espaços como o Teatro Carlos Gomes, Vivo Rio, Teatro Maison de France e Oi Futuro. Formou e coordenou a maior equipe de audiodescritores do Brasil na Conferência Rio+20, da ONU. É diretora do Festival Assim Vivemos - Festival Internacional de filmes sobre deficiências, evento pioneiro a oferecer a audiodescrição no Brasil, que caminha para a 11ª Edição em 2024. Possui experiência como conferencista, palestrante e ministrante de cursos em universidades e instituições do Brasil e exterior. Ministrou curso como especialista convidada em Lisboa, formando a equipe de audiodescritores portugueses “Audiodescrição.PT – ouço, logo vejo”. Ministrou curso no Instituto Benjamim Constant para profissionais da casa. Ministrou a disciplina “Audiodescrição em grandes eventos” no Curso de Especialização em Audiodescrição da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Participou como professora convidada de seminários na PUC Belo Horizonte. Escreveu artigo no primeiro livro publicado no Brasil sobre o tema da Audiodescrição: “Audiodescrição – Transformando Imagens em Palavras”, com organização de Lívia Motta e Paulo Romeu Filho. Participou, como convidada, de seminários, encontros e palestras em universidades e Instituições do Brasil e do exterior.


 


SOBRE O CCBB RJ Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e pensamento. Em 34 anos de atuação, foram mais de 2.500 projetos oferecidos aos mais de 50 milhões de visitantes. Desde 2011, o CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper, projetando o Rio de Janeiro entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes Banco do Brasil. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o prédio e as exposições abrem em horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes. 





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