[News] Segunda temporada inédita da série ‘Brasil Visual’ explora os impactos sociais na produção artística

 

O artista plástico Denilson Baniwa em entrevista à série ‘Brasil Visual’ (Crédito: Divulgação/Curta!)



A pandemia de COVID-19, as manifestações políticas que tomaram conta do país e o uso da inteligência artificial foram acontecimentos que impactaram a sociedade nos últimos anos. Os artistas reagem a esses acontecimentos nas obras que vêm criando, sejam pinturas, esculturas, instalações, performances ou trabalhos de videoarte. A segunda temporada da série “Brasil Visual”, de Rosa Melo, chega ao Curta! com exclusividade para mostrar como aqueles eventos afetaram as artes visuais brasileiras.

“Esse projeto fala sobre a vida através da arte, mostrando um pouco como a produção artística foi atravessada por questões tão importantes do nosso cotidiano”, afirma a diretora.


Dividida em 13 episódios, a série traz eixos temáticos como “Do Invisível”, “Insubordinação” e “Distópicos do Presente”. O primeiro invoca as vozes ancestrais que permeiam a criação dos artistas; o segundo foca nos corpos em luta que constituem o campo de florescimento das criações; e o terceiro, na arte de desfuncionalizar os comandos da tecnologia contemporânea. A produção traz entrevistas com artistas, pesquisadores, povos indígenas, povos de terreiros, entre outros.


No primeiro episódio, “Memórias: Fragmentos do Invisível”, os artistas Cildo Meireles, Denilson Baniwa, Novíssimo Edgar, Rosana Paulino, Sallisa Rosa e Xadalu Tupã Jekupé, e o pedagogo Luiz Rufino comentam sobre os apagamentos e salvamentos culturais da história do Brasil e como isso se relaciona com a produção artística do país ao longo dos anos. “Se o que nos resta são ruínas, são pedaços, fragmentos de uma história, precisamos ocupar esses espaços em branco com ficções. Se a ficção branca é válida, a ficção indígena e a negra têm que ser válidas”, explica o artista Denilson Baniwa.


O movimento de resgate cultural é o que guia o primeiro episódio da nova temporada. Nele, são exibidas diversas imagens das obras produzidas pelos artistas participantes, e o público é convidado a visitar locais importantes para a cultura brasileira que foram esquecidos e estão sendo recuperados recentemente. Um deles é o Cais do Valongo, cenário da conversa entre o músico, artista e apresentador da série, Cabelo, e o pedagogo Luiz Rufino.


Localizadas na Zona Portuária do Rio de Janeiro, as ruínas do que era o local de embarque e desembarque de pessoas escravizadas no Brasil foi redescoberto em uma escavação realizada em 2011. A área, assim como os objetos encontrados nela, receberam o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). “Esse lugar nos convoca a pensar um Brasil profundo, um chão de Brasil que precisa ser escavado e rememorado. Não pra gente entender o passado, mas para alargarmos o presente”, afirma Rufino.



“Brasil Visual” é uma produção da Rosa Melo Produções Artísticas viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser vista no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br) um dia depois da estreia no canal. A exibição é no dia temático Terças das Artes, 25 de junho, às 20h30.





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