[News]Dia 13 de junho Circo Voador - UM SOM PRO SUL - Ana Frango Elétrico, Rachel Reis, Duda Beat, Marcos Valle e mais
Uma noite no Circo Voador, em 13 de junho, com renda 100% revertida para apoio ao Rio Grande do Sul, através do movimento RS Música Urgente. Com as enchentes e o cenário de calamidade no Estado, profissionais dos setores de Cultura e Música, assim como espaços destinados aos segmentos, perderam tudo. Toda a cadeia produtiva sofre com as perdas materiais, cancelamentos e paralisação dos trabalhos, sem falar nas imensuráveis perdas pessoais. O RS Música Urgente foca no amparo, auxílio e reorganização do setor, de forma séria, ética e organizada.
A MangoLab e a Noize se uniram para mobilizar artistas, marcas e produtores culturais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul para a realização dessa noite beneficente, entre elas estão Agulha, Believe, Bonus Track, Galpão Ladeira das Artes, O Cerco, Olga, Rinoceronte e The Blackhaus, além do próprio Circo Voador.
“Em Porto Alegre, algumas das regiões mais atingidas foram justamente aquelas onde estão instalados inúmeros estúdios, locadoras/assistências de equipamentos, bares e casas de shows. A cena musical daqui, assim como o Estado do Rio Grande do Sul quase por inteiro, vai precisar de muita ajuda e força para conseguir se reerguer”, fala Eduardo Titton, representante do @agulha.poa.
"A MangoLab existe para fomentar a cena artística independente brasileira e nesse momento tão importante não poderíamos deixar de nos mobilizar, enquanto pessoas e enquanto empresa. Reunimos amigos e parceiros em torno dessa causa e da criação de projetos que beneficiem artistas, produtores, curadores, técnicos de som e toda a cadeia produtiva, para que os palcos gaúchos voltem a ativa o quanto antes. O Circo é só o primeiro deles", indica Thaís Tolentino, CMO da MangoLab.
“A NOIZE tem suas raízes na cena cultural gaúcha e de Porto Alegre, onde desde 2007 nos sentimos parte inserida deste mesmo ecossistema, fomentando, reportando e existindo junto de uma série de profissionais e empresas que fazem essa roda girar. Assim como diversas outras empresas e elementos do aparelho cultural gaúcho, fomos atingidos diretamente pelas águas, perdendo diversos bens materiais, mas não a força de vontade e amor pela música, cultura, arte e a cidade onde nascemos como marca. Acreditamos que para recomeçar devemos nos unir, trazendo iniciativas para o estado, conectando marcas e pessoas de todo o país para reforçarem essa corrente que para a gente começa na cultura, mas necessita atenção para a reconstrução e reparação do estado de uma maneira muito mais ampla” traz Rafael Rocha, Sócio e Diretor Criativo da Noize.
O show, que contará com Nelson Motta e Lúcio Mauro Filho como mestres de cerimônia, terá também o apoio da Deezer nos custos de logística, rider artístico e operações, e da Eventim, que fará a operação de venda de ingressos com isenção total de taxas.
Participações
Alulu
Ana Frango Elétrico
Bela Ciavatta
Biltre
Caio Prado
Clarice Falcão
Dora Morelenbaum
Duda Beat
Duda Brack
Gilsons
Hugo Ojuara
Kalebe
Marcos Valle
Mari Jasca
Nova Orquestra
Rachel Reis
Rafa Pinta
Simone
Vitória Rodrigues
DJs: Bruna Lennon, MangoLab DJ Set & Sô Lyma
Os ingressos terão preço único de R$70 com venda pela Eventim. Os valores serão destinados a partir do mapeamento de necessidades feito pelo grupo RS Música Urgente (Link ).
Um Som para o Sul
Local: Circo Voador – R. dos Arcos, s/n - Lapa, Rio de Janeiro - RJ, 20230-060
Horário: 21h
Abertura da casa: 20h
Ingressos: R$ 70 – compra online pela Eventim
CARTA ABERTA DO SETOR DA MÚSICA DO RIO GRANDE DO SUL
"RS MÚSICA URGENTE"
O QUADRO
O Estado do Rio Grande do Sul foi severamente afetado por uma catástrofe climática ocorrida entre abril e maio de 2024. Diante da situação de calamidade pública em que 93% do Estado se encontra, são imensos os problemas enfrentados pela população e pelas autoridades. Muitos cientistas têm afirmado que a tragédia no RS é a primeira grande tragédia mundial com origem nas mudanças climáticas. Todos têm sido afetados de alguma forma por esse evento, que representa uma verdadeira “divisão de eras”. Além das perdas materiais e imateriais, os prejuízos em hospitais, clínicas, escolas, fábricas, comércios e plantações paralisaram ou prejudicaram muitas frentes de trabalho, inclusive da arte e da cultura. E por muito tempo.
O SETOR DA MÚSICA NO RS NESTE DESASTRE CLIMÁTICO
A atividade da Música possui o maior número de CNPJs da Indústria Cultural no RS. Muitos perderam também seus instrumentos, equipamentos, estúdios, escolas de música, locais de shows, veículos e moradias. Em decorrência destes fatos, a maior parte do setor perdeu oportunidades de trabalho e receitas devido ao cancelamento de inúmeros eventos culturais, shows e demais trabalhos. Soma-se a isto as dificuldades de circulação, devido às estradas interrompidas que dificultam o acesso às cidades, a maioria delas sem condições de receber atividades culturais de qualquer tipo. Desta forma, estão suspensas praticamente todas as atividades e eventos culturais do Estado por tempo indeterminado, impossibilitando que milhares de profissionais da cultura exerçam seu trabalho, sem garantia de renda ou perspectivas de retorno.
A ECONOMIA DA CULTURA
É reconhecida a importância da atividade cultural para a sensibilidade e pensamento crítico de um povo. Porém, só recentemente a sociedade brasileira tem reconhecido a importância do Setor Cultural e das Indústrias Criativas na economia, no desenvolvimento social e na geração de renda do país. Estes setores representam 4,1% do PIB do Estado do RS e 3,11% do PIB do país, empregando 7,5 milhões de trabalhadores, e tem crescido. No RS gera mais de 400 mil empregos diretos. Tais números superam os da indústria automobilística, calçadista e aproximam-se do segmento da construção civil. Indiretamente, o setor emprega vários profissionais relacionados aos eventos, como por exemplo, na limpeza, alimentação, segurança, transporte e hospedagem entre outros. Segundo a FGV, para cada real empregado em renúncia fiscal volta R$1,60 para o caixa dos governos. Sendo assim, reivindicamos medidas de incentivo e proteção à cultura, fundamentais para o sustento de trabalhadores e empresas, especialmente num momento como o que estamos vivendo. A cadeia produtiva da cultura precisa ser vista como uma atividade econômica significativa, que contribui com valores relevantes em impostos para o Estado. A paralisação devido a esta catástrofe ambiental não impacta apenas a vida dos profissionais do setor musical, mas irá repercutir no âmbito sociocultural e econômico das cidades como um todo, já que a música é um elemento fundamental na vida cotidiana, presente nos momentos de socialização, educação, saúde mental e física, e no entretenimento.
QUEM SOMOS & QUEM REPRESENTAMOS
Diante deste quadro, surgiu a iniciativa de um amplo grupo de trabalhadores do setor da música do Rio Grande do Sul, de criar um coletivo de enfrentamento de crise em âmbito estadual, nacional e internacional, denominado RS Música Urgente. Assim, o coletivo está empenhado em diagnosticar, planejar e elaborar propostas e estratégias de ações, em constante diálogo com o poder público nas instâncias municipais, estaduais e federal, com a sociedade civil, bem como agentes internacionais, embaixadas e consulados com representação no Brasil. Para essa finalidade, foram criados grupos de trabalho específicos, que operam em conjunto. Buscamos viabilizar propostas emergenciais de políticas públicas para a cadeia produtiva da música, enquanto durar o estado de calamidade, através de medidas urgentes, eficazes e concretas. Desta forma, podemos em conjunto propor e realizar ações estruturantes deste setor duramente atingido, visando a reconstrução a curto, médio e longo prazo. Simultaneamente, como forma de embasar ações e projetos, o movimento realiza um mapeamento abrangente do setor da música, buscando reunir e condensar os diversos mapeamentos, em curso ou já realizados. Além disso, buscamos arrecadar e distribuir donativos para os colegas mais necessitados.
MENSAGEM FINAL
Diante do cenário de um estado devastado pela tragédia ambiental, além de agradecermos ao povo brasileiro e a todas as mobilizações internacionais vindas para nosso Estado, queremos que os partidos, os políticos eleitos e os gestores públicos em todas as esferas comprometam-se fielmente não só em enxergar o nosso setor da cultura como uma área vital à sociedade e à economia, mas também em estabelecer compromissos reais em relação ao meio ambiente, para que tragédias como esta não voltem a ocorrer. Parar não é uma opção. Confiança e Fé.
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