[Teatro]Angu, com texto e direção de Rodrigo França, faz últimas apresentações no Sesc Ipiranga

 Angu, com texto e direção de Rodrigo França, faz últimas apresentações no Sesc Ipiranga

 

Peça com Alexandre Paz, João Mabial e Orlando Caldeira termina temporada no próximo domingo (23) no Sesc Ipiranga
 

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Cena de Angu - Foto de Tiago Silva



‘Angu, sem dúvida, alcança seu objetivo de enaltecer e iluminar os corpos pretos e gays que lutam minuto a minuto pela felicidade e existência. A montagem mesmo com tom festivo, necessário, faz denúncias importantes de como a objetivação dos corpos pretos tornou-se uma das facetas do racismo e do patriarcado branco’.

Trecho da crítica no blog E-Urbanidade, por Celso Farias.

 

O espetáculo Angu, idealizado por Alexandre Paz e Nina da Costa Reis, faz as últimas apresentações no Sesc Ipiranga nesta sexta, 21, sábado, 22 e domingo, 23 de junho. Com direção e dramaturgia de Rodrigo França, o espetáculo combate estereótipos ao contar histórias de pessoas pretas e gays.

Na trama, histórias de “bixas pretas” se entrelaçam, mostrando ao público que as vidas dessas pessoas não se resumem apenas às situações de violência. “Nos meus trabalhos, gosto de mostrar que existem outras realidades possíveis. Ficção e documental se misturam no trabalho, gerando empatia dos espectadores”, afirma França. O texto concorreu ao Prêmio Shell de 2024 pelo Rio de Janeiro.

Além de evocar narrativas passíveis e possíveis envolvendo negros gays, a montagem celebra e agradece ícones como Madame SatãGilberto França; o bailarino Reinaldo PepeRolando Faria Luiz Antônio (Queer Les Étoiles) e Jorge Laffond. Em cena estão Alexandre PazJoão Mabial e Orlando Caldeira.

 

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Foto Tiago Silva

Sobre a encenação

“Angu é um grito. Não necessariamente de socorro, porque acima de tudo existe potência, amor, desejo e intensidade na vida. O espetáculo é um Ebó. Que saiamos do teatro limpos e reequilibrados daquilo que nos oprime, nos aliena, nos engessa de sonhar”, acrescenta o diretor.

A peça tem a missão de enaltecer esses corpos que estão lutando por sua felicidade e existência. Os espectadores acompanham um sargento da Polícia Militar que honra a sua farda, mas tem a sua sexualidade como alvo de piadas para seus colegas; um jovem estudante de enfermagem que se deslumbra com a classe média branca e deseja ser por ela incluído, porém, é somente hiperssexualizado; um sonhador que fica diariamente sentado no banco da rodoviária e se envolve numa tarde de amor em um banheiro público; um menino encantando com o que dizem do seu tio Gilberto, um homem negro gay que desapareceu no mundo para fazer a sua arte longe da família homofóbica; Madame Satã – transformista que teve que largar a arte para viver à margem como malandro da Lapa; e uma homenagem ao Les Étoiles, icônica dupla queer negra brasileira que abriu as portas da Europa para a MPB.

Todos os personagens subvertem o esperado: não haverá um homem negro performando a sua masculinidade ultra, mega viril e heteronormativa. “Muito do que vivemos no nosso cotidiano foi incorporado aos personagens, o que enriquece a montagem”, diz Alexandre.

Ao retomar as referências artísticas da negritude, o espetáculo configura-se como um resgate à ancestralidade preta e gay. “Estamos homenageando pessoas que morreram apenas por ser quem são. Gente que foi pioneira e acabou embranquecida, abandonada ou esquecida, principalmente quando se fala na luta LGBTQIAPN+, que costuma ter como protagonista o homem gay e branco”, comenta Rodrigo.

O cenário de Clebson Prates, que concorreu ao Prêmio Shell de 2024, é uma grande metáfora para tudo isso. “Em cena está um grande armário, mas a provocação que fazemos é: quem realmente pode ficar ‘dentro do armário’? Usamos essa ideia para discutir o que é o patriarcado no aspecto cultural, econômico e filosófico. É esse pensamento que mata tudo o que foge dessa estrutura de poder”, defende França.

Já a trilha sonora assinada por Dani Nega contribui na criação de uma ambiência ritualística para o espetáculo. “Queremos que o público seja transformado pelo nosso Angu. E que celebre as bixas pretas, já que ser bixa preta tem consternado muita gente”, defende Orlando.

Sinopse
A trama conta seis histórias paralelas vivenciadas por pessoas negras gays, ou bixas pretas, buscando subverter o olhar social fetichista que as objetifica, criminaliza e hiperssexualiza.

Ficha Técnica
Idealização: Alexandre Paz e Nina da Costa Reis
Dramaturgia e direção: Rodrigo França
Diretor assistente: Kennedy Lima
Elenco: Alexandre Paz, João Mabial e Orlando Caldeira
Direção de movimento e preparação corporal: Tainara Cerqueira
Direção de imagens: Carol Godinho
Cenário: Clebson Prates
Figurino: Tiago Ribeiro
Visagismo: Diego Nardes
Trilha sonora: Dani Nega
Iluminação: Pedro Carneiro
Operação de som e vídeo: Igor Borges
Contrarregragem: Wil Thadeu
Fotos e vídeos: Charlinhus
Programação visual e mídias sociais: Júlia Tavares
Produção: MS Arte e Cultura
Assistentes de produção: Igor Borges e Wil Thadeu
Produção executiva: Anne Mohamad

Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques e Daniele Valério
Coordenação de produção: Alexandre Paz e Orlando Caldeira
Direção de Produção: Aline Mohamad

Serviço
Angu

Até 23 de junho, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 18h
Local: Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga - São Paulo - SP
Ingresso: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena)
Compre aqui:
 https://www.sescsp.org.br/programacao/angu/
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 90 minutos

Informações à imprensa
Canal Aberto Assessoria de Imprensa

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