[Teatro] Lais Lage estreia “Ato I: ensaio sobre uma atriz que está ficando cega” em 25 de julho, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto

 Lais Lage estreia “Ato I: ensaio sobre uma atriz que está ficando cega” em 25 de julho, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto

Foto Rodrigo Menezes

Com direção de Wallace Lino e Bruma Machado, espetáculo multilinguagem itinerante é inspirado nas vivências

da atriz Lais Lage enquanto pessoa negra, periférica e PCD (baixa visão)

 

 

Pensando a acessibilidade de maneira global, o solo “Ato I: ensaio sobre uma atriz que está ficando cega”, com atuação de Lais Lage, é uma performance sensorial e itinerante, inspirada nas vivências da atriz enquanto uma pessoa negra, periférica e PCD (baixa visão em ambos os olhos). Com direção de Wallace Lino e Bruma Machado, o projeto estreia em 25 de julho, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Serão apenas quatro apresentações (dias 25, 26, 27 e 28 de julho), todas gratuitas, com audiodescrição feita pela própria atriz e com um intérprete de Libras, além de acessibilidade para todo o público. A dramaturgia coletiva foi criada por Lais em parceria com Wallace e Bruma durante o processo de criação.

 

O espetáculo é itinerante e ocupa praticamente todos os ambientes do Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Dividido em sete “módulos cênicos”, “Ato I: ensaio sobre uma atriz que está ficando cega” tem como ponto de partida o estacionamento (entrada pela Rua Humaitá), onde o público é recebido por Lais que conta curiosidades do seu lugar de origem, o bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ainda do lado de fora do centro cultural, explica que foi diagnosticada aos 12 anos com uma condição chamada ceratocone, doença que aponta para a possibilidade de cegueira em seu estado avançado.

 

A partir deste primeiro “módulo cênico”, o público embarca com Lais num reencontro com sonhos que não começaram ali. Primeiro, a atriz conduz o público por uma espécie de câmara com uma luz tão forte, que mal se pode ver. Em seguida, a cena se passa no espaço “a cegueira branca”, com lentes e objetos pendurados que podem ser tocados. No decorrer do percurso, as cenas vão revelando memórias, afetos, e a família da atriz é reverenciada em fotos e com uma música cantada pela avó, que sonhava em ser cantora.

 

“Eu nunca tive a possibilidade de tratar sobre a questão deficiência, até mesmo porque eu não me entendia como uma pessoa com deficiência, acho que isso é uma coisa muito tardia também. Eu fui me autodenominar PCD por volta de 2020. Então, ainda é um lugar sobre o qual eu não me debrucei completamente”, conta Lais, hoje com 26 anos. 

 

Para Bruma Machado, a história de Lais contempla também a vida de várias mulheres e de outras pessoas. “A gente não se propôs a contar uma história, mas criar um universo para apresentá-lo de forma inteligível”, revela. “A acessibilidade não é só sobre corpos com deficiência. Todo mundo tem uma necessidade específica de recurso para poder manejar bem na sociedade. Todo mundo precisa de algum recurso de acessibilidade”, completa 

 

Wallace Lino destaca as diferentes camadas do espetáculo. “Temos nos questionado muito até sobre as nossas práticas anteriores. Para quem que a gente está produzindo a arte?”, indaga. “O trabalho da Lais traz uma profundidade de descamar também o que a própria artista traz para a cena. Não é só uma pessoa com baixa visão. Ela é uma pessoa com baixa visão de Santa Cruz. E tem toda uma trajetória dos anos em que estudou na UNIRIO”, completa. 

 

Sobre Lais Lage

 

Lais Lage é negra, PCD (baixa visão em ambos os olhos), bissexual, candomblecista e cria de Santa Cruz, bairro localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Trabalha como atriz, produtora e diretora no Coletivo Arame Farpado, vencedor do 8º prêmio Questão de Crítica, além de ser formada em Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). 

 

Participou como atriz nos espetáculos teatrais “Quem é o Zezinho” da Trupe De Lá Tag; “Pastrana - A Mulher mais Feia do Mundo”, “Arame Farpado”, “O Clássico Êxodo”, do Coletivo Arame Farpado; “Corpo Minado” do grupo Atiro; “Xinguela”, “Cabeça de Porco”, estes dois últimos realizados pelo Projeto Prática de Montação. 

 

Em audiovisual, atuou na minissérie da Netflix “Os Quatro da Candelária”, dirigiu o documentário “Piracema”, roteirizou o documentário “Meu Corre” e atuou no curta-metragem “Comigo”, “Por que Brilham as Estrelas” e “Expresso Parador”, do Coletivo Arame Farpado em parceria com a produtora Cafuné na Laje, além de ter dirigido o episódio piloto da websérie “Placa Mãe”.

 

Ficha técnica: 

Ideia Original: Lais Lage

Elenco: Lais Lage

Idealização: Bem Medeiros, Carolina Caju e Lais Lage

Dramaturgia: Bruma Machado, Lais Lage e Wallace Lino 

Direção Artística: Bruma Machado e Wallace Lino 

Direção de Produção: Bem Medeiros e Carolina Caju

Produção executiva: Matheus Ribeiro 

Direção de Arte: Rona 

Assistentes de direção de arte: Ismael David e Dai

Direção de movimento: Milu Almeida 

Direção sonora: Rodrigo Maré

Iluminação: Tainã Miranda

Assistente de iluminação: Louise Anibal

Coordenação de Acessibilidade: Dai Brasil

Identidade visual: Indigo Braga

Mídias Sociais: João Pedro Zabeti

Apoio: Arame Farpado, Entidade Maré e Bar Sambódromo
Realização: SUMA Filmes

Assessoria de imprensa: Catharina Rocha e Paula Catunda

 

 

 

 

 

 

 

SERVIÇO

 

Espetáculo: “Ato I: ensaio sobre a atriz que está ficando cega”

Apresentações: dias 25, 26 27 e 28 de julho de 2024

Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto

(Rua Humaitá, 163 – Humaitá)

Dias e horários: Quinta e sexta, às 20h. Sábado e domingo, às 16h. 

Duração: 75 min.

Classificação etária: 14 anos

Informações: (21) 2535-3846 e 98587-0494
Capacidade: 50 pessoas

Entrada franca

 

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Instagram: @ensaioatriz 

 

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