[Teatro]Peça A Última Raposa do Mundo traz personagem solitária que coleciona celulares sem bateria na esperança que toquem

 Peça A Última Raposa do Mundo traz personagem solitária que coleciona celulares sem bateria na esperança que toquem


Peça adapta fábula premiada de Moisés Baião que propõe uma reflexão sobre o valor da amizade, a importância do contato físico e os livros como portais para imaginar novos mundos

 

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Crédito: Edu Figueiredo


 

Uma raposinha-do-campo sobreviveu a um apocalipse. Sozinha há mil dias e sem esperança de encontrar outro ser-vivo, ela coleciona os smartphones sem bateria que encontra pelo caminho. Um dia, um smartphone toca.

 

Uma raposa solitária sobrevivente ao apocalipse é a protagonista de A Última Raposa do Mundo, uma fábula contemporânea voltada para o público jovem que marca o primeiro trabalho do grupo Fumaça. A peça estreia no dia 8 de agosto de 2024 na sala Ademar Guerra, no porão do Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, Vergueiro, SP), onde segue em cartaz até 25 de agosto, com apresentações de quarta a domingo, às 20h.

A montagem adapta a fábula juvenil escrita em 2021 por Moisés Baião, que também está à frente da dramaturgia e direção, vencedora do Prêmio Cepe de Literatura Juvenil em 2022 e do Concurso Nascente USP em 2021. A obra também foi publicada em livro pela Cepe Editora em 2023. A estreia no palco é possível graças ao 18º Prêmio Zé Renato de Teatro, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. No elenco estão Jhennifer PeguimNuno José e Patrick Moreira Lima.

Esta é a segunda obra premiada do autor. Em 2020, ele venceu o Concurso Nacional Jovens Dramaturgos do Sesc com a peça Peixe Vivo. Além disso, Baião conquistou, em 2023, o segundo lugar no prêmio OffFlip de Literatura com o conto Luiza Capote, publicado e lançado na programação da Festa Literária de Paraty daquele ano.

Sobre o texto
A Última Raposa do Mundo acompanha os solitários dias de uma raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus). Essa sobrevivente vive no topo de um edifício alto e, todos os dias, desce até a rua para procurar livros e juntar smartphones que encontra pelo caminho, na esperança de que um deles toque e ela não se sinta mais tão sozinha. Quase sem esperança, depois de mil dias vivendo nessa situação, ela finalmente recebe uma ligação.

A dramaturgia evoca o gênero da fábula, uma tradição milenar de contar histórias com personagens animais antropomorfizados que tem sua origem na Grécia Antiga, para discutir questões extremamente atuais e universais. Entre esses grandes temas trazidos pela obra estão a solidão contemporânea, a atmosfera de luto e incerteza em situações extremas (como aquelas vividas na pandemia de Covid-19), o valor da amizade, a importância do contato físico em um mundo cada vez mais virtual e os livros como portais para imaginarmos novos mundos.

“Somos uma companhia que pesquisa a fábula para diferentes idades. Acho que só de ter uma raposa no título, já carregamos muitos estigmas sobre que tipo de história é essa, mas a fábula é uma coisa ancestral. A nossa peça fala de temas de jovens e adultos e é legal que a obra tenha sido enquadrada como infanto-juvenil quando foi publicada porque fala com um público em formação como leitor”, revela autor e diretor Moisés Baião. E, para atrair ainda mais a juventude, o grupo tem pesquisado sobre teatro contemporâneo e experimental.

Outra questão interessante é que o texto coloca em destaque um animal encontrado apenas no cerrado brasileiro, a raposinha-do-campo, que, atualmente, está ameaçada de extinção no mundo real. E a própria fumaça tóxica que ameaça a vida nesse ambiente apocalíptico é uma referência às queimadas que colocam a biodiversidade brasileira em xeque. Além disso, ao trazer esse animal para o centro da história, o grupo presta uma homenagem à presença recorrente de raposas em fábulas clássicas de diferentes tradições literárias ao redor do mundo.

Sobre a encenação
Para contar essa fábula, o grupo aposta em uma cenografia com alguns objetos envelhecidos, mostrando que a trama acontece em um cenário pós-apocalíptico. E o público está posicionado em um espaço não-convencional, no caso, o porão do CCSP, em um espaço sem coxias, onde tudo está exposto – quase como o deserto urbano onde a história se passa.

Já a trilha sonora é executada em sua maior parte ao vivo pelo clarinetista Patrick Moreira Lima e reflete uma pesquisa sobre gêneros musicais tipicamente brasileiros, como samba, choro, seresta e bossa nova. Elas são usadas para marcar os diferentes estados emocionais presentes no espetáculo.

Sobre essa investigação musical, Baião explica: “a maior parte das músicas que o Patrick toca no clarinete são de repertório em domínio público. Fizemos questão, eu e ele, de fazer uma pesquisa musical destas obras. Tem coisas muito antigas, melodias clássicas que as pessoas vão reconhecer. Só que com arranjos que modificam essa estrutura. Então, até nisso tem uma experimentação”.

Sobre a Fumaça
A Fumaça é composta pelos artistas Jhennifer Peguim, Moisés Baião, Nuno José e Patrick Moreira Lima, cujas trajetórias artísticas passeiam por teatro, literatura, dança, música, design gráfico e produção cultural.

O grupo investiga dramaturgia autoral, humor e interação de diferentes linguagens artísticas. Em seu primeiro trabalho, A Última Raposa do Mundo, o coletivo pesquisa a criação de uma fábula contemporânea para o público jovem e adulto, subvertendo a associação comum desse gênero narrativo apenas ao universo infantil.

Sobre Moisés Baião
Artista de teatro, escritor, violinista e designer gráfico. Como escritor, produz dramaturgia teatral, roteiro de cinema e conto. Formado em Letras na USP, integrou o curso de atuação da SP Escola de Teatro e o Núcleo de Iniciação Teatral da Escola Livre de Teatro de Santo André. Foi ator, dramaturgo e designer gráfico da Cia Clandestina, coletivo cênico paulistano com pesquisa voltada para poéticas de gênero e sexualidade, atuando nos espetáculos Sujeito Clandestino e Lampião. Participou de inúmeros conjuntos musicais no interior do estado, entre eles a Orquestra Sinfônica de Limeira, a Orquestra Sinfônica Jovem de Paulínia e a Camerata Mahle. Atuou como músico no espetáculo Estudo Para o Encontro, com direção de Key Sawao.

Sinopse
Uma raposinha-do-campo sobreviveu a um apocalipse. Sozinha há mil dias e sem esperança de encontrar outro ser-vivo, ela coleciona os smartphones sem bateria que encontra pelo caminho. Um dia, um smartphone toca.

Ficha Técnica
A Última Raposa do Mundo

Fumaça

Elenco: Jhennifer Peguim, Nuno José e Patrick Moreira Lima

Direção e dramaturgia: Moisés Baião

Pesquisa musical: Patrick Moreira Lima e Moisés Baião

Treinamento de humor: Thais Melo

Cenografia: Julio Vida

Luz: Dida Genofre

Figurino: Acacio Mendes

Design de objetos: Leon Henrico Geraldi

Concepção de maquiagem: Thais Valentin

Arranjo musical de ʽPeixe Vivoʼ: Bruno Avoglia

Operação de luz: Dida Genofre

Operação de som: Moisés Baião

Design gráfico, ilustração e mídias sociais: Larissa da Cruz e Moisés Baião

Fotos digitais: Edu Figueiredo

Fotos analógicas: Larissa da Cruz

Assessoria de imprensa: Canal Aberto

Produção: Lud Picosque — Corpo Rastreado

 

SERVIÇO

A Última Raposa do Mundo

Data: de 8 a 25 de agosto de 2024
Quarta a domingo, às 20h
Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Ademar Guerra – Rua Vergueiro, 1.000, Liberdade, São Paulo, SP
Ingresso: Entrada gratuita
Classificação: 12 anos | Duração: 75 minutos

 

Informações à imprensa

Canal Aberto Assessoria de Imprensa

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