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Em agosto, a Cia de Danças de Diadema apresenta
ANTROPO100 - DE CASCUDO A EROS
em Mauá, no Teatro Municipal e em Diadema, no Centro Cultural, grátis
Cena do espetáculo Antropo100 - De Cascudo a Eros - Foto Paulo Cesar Lima
Link de fotos e teaser AQUI
O Teatro Municipal de Mauá recebe Antropo100 - De Cascudo a Eros, da Companhia de Danças de Diadema, para uma apresentação única no dia 9 de agosto, sexta-feira, às 20h, com entrada franca. No final do mês, dia 31 de agosto, sábado, o espetáculo também faz sessão no Centro Cultural Diadema, às 20h. Ambas as apresentações fazem parte da circulação do grupo apoiada pelo ProAC Editais - 04/2023 (Dança / Circulação de Espetáculo).
O espetáculo é uma obra coreográfica concebida por Ana Bottosso, com a colaboração fundamental dos artistas intérpretes criadores da Companhia de Danças de Diadema. “A ideia de Antropo100 - De Cascudo a Eros era resgatar a origem de cada um dos bailarinos da companhia, a história de onde veio, os bisavós, os avós, pai, mãe, um pouco daquele resgate antropofágico do começo do século passado. Então, cada um foi falando suas histórias, e estes textos, transformados em dramaturgia, roteiro, estão em cena”, explica Bottosso.
Antropo100 - De Cascudo a Eros busca trazer à cena uma reflexão artística a partir dos grandes acontecimentos históricos da década de 1920, como a Semana de Arte Moderna. O subtítulo da coreografia faz referência direta a Câmara Cascudo e Eros Volúsia. Na década de 1920, o folclorista Luís da Câmara Cascudo aprofundou suas pesquisas sobre a história dos gestos na cultura brasileira. Ele documentou as expressões corporais que refletiam a miscigenação de etnias e tradições no Brasil, destacando como gestos cotidianos, danças e rituais comunicavam identidades e emoções como uma linguagem não verbal significativa.
Cascudo observou a influência das danças africanas no samba e no maracatu, gestos indígenas em cerimônias e a incorporação de elementos europeus em danças folclóricas. Ele também ressaltou o papel de artistas como Eros Volúsia, que ressignificou gestos tradicionais em suas coreografias, integrando folclore e dança moderna. Assim, suas pesquisas ajudaram a valorizar e preservar as manifestações culturais brasileiras, contribuindo para a construção de uma identidade nacional baseada na diversidade e riqueza das tradições.
Eros Volúsia (Rio de Janeiro, 1914 - 2004), foi uma artista brasileira que se projetou nacional e internacionalmente através de coreografias próprias inspiradas na cultura brasileira, fez de seu corpo um instrumento catalisador das inovações tão necessárias à dança brasileira. Aos quatro anos, Eros iniciou sua formação clássica em balé na Escola de Bailados, com Maria Olenewa. No mesmo ano, deu seus primeiros passos de dança na macumba de João da Luz, em frente à sua casa, algo que a marcaria para a vida. Aos oito anos, estreou descalça no Teatro Municipal, recebendo elogios pela técnica clássica, mas sempre se interessou mais pelo ritmo étnico. Buscou na raiz do intenso processo de miscigenação, fruto de fatores sócio-histórico-culturais, os elementos essenciais para a construção de uma dança, cuja singularidade de movimentos refletia não somente a diversidade de culturas, mas, sobretudo, a busca de uma identidade própria para a dança brasileira, influência do nacionalismo então em voga.
Sobre a montagem Antropo100 - De Cascudo a Eros
Com 10 bailarinos em cena e uma trilha original composta por LoopB - colaborador frequente da companhia - a ideia era trazer para o palco elementos que dialogassem com o momento efervescente da década de 1920. A trilha tem uma sonoridade que remete ao impulsionamento industrial da época, aos operários e um som percussivo, martelos e uma sonoridade metalizada, mescladas a outros ritmos brasileiros como o maracatu e o samba. Há referências, na trilha, que estão ligadas à obra de Tarsila do Amaral, e de Heitor Villa-Lobos, por exemplo.
A intenção era ter um cenário que pudesse trazer em si a ideia de um Brasil que queria mostrar suas raízes, que significasse o engessamento dos artistas em uma cultura que já não os representava mais. Assim nasceu a ideia de ter caixas - ao todo são 68 no palco. “Uma simbologia de um muro concreto, uma divisória, um aprisionamento, é um pouco a ideia como os artistas talvez se sentissem naquele momento em que queriam falar mais das raízes do Brasil, falar mais das suas origens. E os bailarinos vão desmontando esse muro e em cada cena as caixas assumem um certo significado e função”, explica a coreógrafa Ana Bottosso.
Cena do espetáculo Antropo100 - De Cascudo a Eros - Foto de Francisco Silva
A Companhia de Danças de Diadema
A Companhia de Dança de Diadema é formada, atualmente, por 12 profissionais, e conta com apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Diadema. Em constante contato com a comunidade do entorno, a companhia ministra cursos e oficinas de forma gratuita para crianças, a partir dos 3 anos até a terceira idade. Em 2023, o número de espectadores dos espetáculos mais o de alunos em oficinas foi de 20.737 pessoas. “Acho essencial o ABCD ter esse expoente em artes e dança e toda cidade deveria ter uma escola e uma companhia municipal de dança”, afirma ao considerar que é muito importante manter viva a arte no dia-a-dia das pessoas.
Ana Bottosso destaca também a adesão da comunidade aos cursos e oficinas que são oferecidos, mas é importante destacar que as audições para os profissionais que desejam integrar a Companhia de Dança de Diadema acontecem anualmente, e não são restritas a moradores de Diadema.
A coreógrafa adianta que a Companhia tem hoje, projetos aprovados em leis de incentivo, e está em busca de colaboradores para seus projetos sócio culturais.
FICHA TÉCNICA
Direção geral e concepção coreográfica: Ana Bottosso
Assistência de direção e produção administrativa: Ton Carbones
Intérpretes colaboradores: Carlos Veloso, Carolini Piovani, Daniele Santos, Felipe Julio, Flávia Rodrigues, Guilherme Nunes, Leonardo Carvajal, Noemi Esteves, Thaís Lima e Ton Carbones
Assistência de coreografia: Carolini Piovani
Concepção musical: Loop B
Desenho de luz: Alexandre Zullu
Operação de luz: Rossana Boccia ou Roseli Marttinely
Assistência de produção e sonoplastia: Jehn Sales
Figurino: Salomé Abdala
Assistência de figurino: Caio Katchborian
Estampa: DaCota Monteiro
Cenografia: Marcos Sanches e Patrícia Lopes
Pintura cenográfica: Rafael Boese
Professores de Dança Clássica: Márcio Rongetti e Paulo Vinícius
Professor de Pilates: Wil Helvecio
Professores de Dança Contemporânea: Ana Bottosso e Ton Carbones
Professor de View Points: Bruno de Oliveira
Condicionamento físico: Carolini Piovani
Orientação em Yoga: Daniele Santos
Professores convidados: Ilara Lopes, Daniela Moraes e Henrique Lima
Assistência de comunicação: Cristina Ávila
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques
Serviço
Antropo100 - De Cascudo a Eros
DURAÇÃO: 50 min
INDICAÇÃO ETÁRIA: 12 anos
Entrada Franca (retirada de ingressos no local)
09 de agosto (sexta-feira), às 20h
Teatro Municipal de Mauá (R. Gabriel Marques, 353 - Vila Noêmia - Mauá/SP)
+ bate-papo após o espetáculo
31 de agosto (sábado), às 20h
Centro Cultural Diadema (Rua Graciosa, 300 - Centro - Diadema/SP)
+ bate-papo após o espetáculo
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
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