[News] Artista cearense transforma espaços públicos em territórios políticos a partir da performance

 Artista cearense transforma espaços públicos em territórios políticos a partir da performance

Projeto “Espaço para Imaginação Política”, de Vitória Vaz, tem início no dia 2 de setembro, às 16h, saindo da Escola Municipal de Tempo Integral João Matos. A ideia é propor uma reflexão sobre como a política é uma extensão daquilo que somos e fazemos

Crédito: Fernanda Maia

A cidade de Fortaleza se prepara para receber a performance urbana "Espaço para Imaginação Política", que convida o público a refletir sobre o conceito de política em nosso cotidiano por meio da arte. A ação, que acontecerá durante o mês de setembro, em diversos pontos da cidade, é protagonizada por Vitória Vaz, com colaboração criativa de Eduardo Bruno, visualidade e arquitetura do corpo por Anna Caroline, identidade visual de Waldírio Castro e fotografia de Fernanda Maia. Este projeto é uma produção da Plataforma Imaginários e conta com o apoio da Secretaria da Cultura de Fortaleza, Lei Paulo Gustavo e Ministério da Cultura do Brasil.

O trabalho surgiu a partir do questionamento de Vitória Vaz sobre os diálogos possíveis que cabem na política. A partir da performance, ela busca instigar o público a pensar sobre como ser e estar presente nos mais variados campos políticos, para além das decisões governamentais ou das disputas eleitorais. Assim, a artista explora temas como luta por justiça, busca por direitos, pertencimento e transformação. 

“’Espaço para Imaginação Política’ é um convite para partilhar a reflexão política, incentivando o público a imaginar além das estruturas formais e a reconhecer seu papel na construção de uma política mais horizontal. A performance enfatiza que a política é uma extensão de nossas vidas, desejos e, principalmente, do nosso compromisso com a criação coletiva de um futuro. Ao mobilizar nossos corpos, territórios de imaginação e construção política, somos chamados a desorganizar o sistema estabelecido e a imaginar um novo porvir no presente”, explica Vitória Vaz.

Histórico

A performance "Espaço para Imaginação Política" teve sua origem como um exercício criativo ao final da residência artística "Contra Metodologias de Criação em Performance", facilitada por Eduardo Bruno e Waldírio Castro. A ação inicial ocorreu de forma coletiva na Praça José de Alencar, em Fortaleza. Desde então, a investigação continuou em diferentes espaços, incluindo a Escola EMTI Nossa Senhora de Fátima, onde Vitória Vaz trabalhou como professora de artes. Agora, a performance será experimentada em diversos espaços públicos da cidade, propondo o exercício coletivo de imaginações políticas que ultrapassem as limitações das instituições formais, especialmente em um contexto de crescente descrença no fazer político.

“A performance não tem a intenção de ensinar política ou promover partidarismos, mas sim de fomentar uma reflexão coletiva sobre a política para além do estabelecido. Trata-se de uma ação provocativa que visa abrir um diálogo no espaço público sobre a natureza da política e a importância da imaginação política na sociedade contemporânea”, finaliza Vitória

Datas das performances

Em setembro de 2024, a performance será realizada em diferentes locais de Fortaleza, sempre às 16h:

• 02/09: Itinerante - Saída do terminal da Praça José de Alencar ao Terminal da Parangaba

• 09/09: Escola EEMTI João Matos

• 16/09: Arredores da Assembleia Legislativa do Ceará

• 30/09: Praça do Ferreira

Sobre a artista 

Vitória Vaz  é performer, arte-educadora e mãe. Atualmente, é mestranda em artes (IFCE), onde dedica-se à investigação da performance em espaços de educação formais e não formais como forma de romper com o papel cristalizado do professor de arte em instituições de ensino. Também se interessa pela videoperformance, videoarte e videopoesia, trazendo uma perspectiva da cena para o vídeo. Participou da 3° edição do PRIS (Programa de Residências e Intercâmbios do Porto Dragão do Mar e Plataforma Imaginários), tendo desenvolvido uma pesquisa sobre a professora-performer, pensando a performance como um instrumento contrahegemônico de troca de conhecimento e formulação de saberes a partir da experiência vivida e compartilhada.