[News] Cinemateca Brasileira, TV Cultura e Ateliê Editorial lançam Projeto David José para preservação e difusão da cultura brasileira

 

São Paulo, 25 de julho de 2024 - A Cinemateca Brasileira, a TV Cultura e a Ateliê Editorial têm o prazer de anunciar o lançamento do Projeto David José, uma iniciativa inovadora dedicada à preservação e difusão do cinema, do teatro e da televisão no Brasil. O projeto promoverá a digitalização de filmes, que serão exibidos numa mostra, publicação de livros e uma exposição de fotografias e vídeos, celebrando a rica herança cultural do país.

Inauguração e Homenagens

O Projeto David José será inaugurado no dia 15 de agosto, às 19h, na Cinemateca Brasileira, em um evento exclusivo para convidados. A abertura contará com as presenças do ex-ator e historiador David José, do renomado ator Lima Duarte, das atrizes Débora Duarte e Lígia Cortez, e do escritor e dramaturgo Dionísio Jacob. Eles discutirão o nascimento da televisão brasileira em 18 de setembro de 1950, e participarão da exibição dos curtas-metragens “Domingo no Parque", de Izaías Almada (1968), e o episódio "Arroz e Feijão", de Roberto Santos (1977), além de trechos redescobertos do filme "Quase no Céu", de Oduvaldo Vianna (1949).

Publicações e Lançamentos

Durante a abertura do evento, serão lançados quatro livros de David José Lessa Mattos em segunda edição e um inédito: "A TV antes do VT: Teleteatro ao Vivo na TV Tupi de São Paulo – 1950-1960", "O Espetáculo da Cultura: Teatro e TV em São Paulo – 1940-1950" e os volumes 1 e 2 (inédito), de "Os Pioneiros do Rádio e da Televisão no Brasil", todos publicados pela Ateliê Editorial.


Programação Especial

O evento de abertura, fechado para convidados, incluirá a projeção dos curtas-metragens Domingo no Parque, de Izaías Almada (1968), e o episódio Arroz e Feijão, de Roberto Santos (1977), além dos trechos recentemente digitalizados deQuase no Céu. Após as exibições, David José conversará com Lima Duarte, Débora Duarte, Lígia Cortez e Dionísio Jacob sobre o início da televisão brasileira e a história da extinta TV Tupi-Difusora de São Paulo. A conversa terá acessibilidade em Libras e será transmitida ao vivo no canal YouTube da Cinemateca Brasileira.

 


Mostra de Cinema e Exposição de Fotografias e Vídeos

Uma das grandes contribuições do projeto é a mostra de cinema, que ocorrerá de 16 a 18 de agosto na Cinemateca Brasileira, apresentando todos os 12 filmes nos quais David José atuou, com cópias digitalizadas. Esta é uma oportunidade única para o público redescobrir obras menos conhecidas do cinema brasileiro, e o filme francês Céleste, de Michel Gast, que contará com a presença de Débora Duarte na abertura da sessão.

A exposição de fotografias e vídeos, que ficará na Cinemateca Brasileira durante a mostra de cinema, documenta essa rica trajetória, com imagens capturadas, dentre outros fotógrafos, por Raymundo Lessa Mattos, irmão de David José, que foi fotógrafo da TV Tupi-Difusora.

 


Objetivos do Projeto

O Projeto David José visa preservar e divulgar os trabalhos de artistas que contribuíram significativamente para a cultura brasileira, abrangendo teatro, cinema e televisão. A iniciativa permitirá ao público acessar essa produção artística por meio de mostras de cinema, exposições, lançamentos de livros e debates. O Projeto é integralmente filantrópico e todos os filmes digitalizados e fotografias são doados para uso da Cinemateca Brasileira e da TV Cultura.

 


Legado de David José

David José Lessa Mattos, cuja carreira artística e acadêmica é destaque do projeto, começou como ator aos 12 anos, em 1954, no Teatro Escola de São Paulo. Participou de importantes produções na TV Tupi-Difusora de São Paulo, como: As Aventuras de Tom Sawyer e O Sítio do Picapau Amarelo, no qual foi um dos primeiros atores a interpretar o personagem Pedrinho. Trabalhou com grandes nomes do teatro e do cinema brasileiros, como Lima Duarte e Augusto Boal, e atuou em peças icônicas como Arena Conta Zumbi e Arena Conta Tiradentes.

Foi pelas mãos de Lima Duarte que David José foi parar no Teatro de Arena em 1964, e lá trabalhou na companhia dirigida por Augusto Boal. Fez peças do repertório do teatro mundial, como Tartufo, de Molière, seu primeiro papel, vivendo Damis, e os espetáculos realizados pela companhia: Arena Conta Zumbi, de 1965/66, e Arena Conta Tiradentes, de 1967, ambas de autoria de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, nesta última dando vida ao personagem histórico de Tiradentes. 

Fora do Teatro de Arena, atuou na peça É, de Millôr Fernandes, de 1979, ao lado de Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Ester Góes, dando vida ao professor Oto, com direção de Paulo José. Também foi ator de novelas nas décadas de 1970 e 1980.

David José trabalhou ainda com importantes cineastas brasileiros, como João Batista de Andrade, em Doramundo, de 1978, premiado como melhor filme do ano no Festival de Gramado, no qual foi também um dos co-roteiristas, Joaquim Pedro de Andrade, no último filme dirigido por ele, O Homem do Pau Brasil, de 1981, e Roberto Santos, com quem mais colaborou. Foram três filmes: dois longas: Os Amantes da Chuva, de 1979, e Nasce Uma Mulher, de 1983, e um dos quatro episódios deContos Eróticos, o Arroz e Feijão, de 1977.

 


Carreira Acadêmica

Após encerrar sua carreira artística em 1984, David José voltou à academia, tornando-se professor e pesquisador no Instituto de Artes da Unicamp, dando continuidade a uma trajetória iniciada depois da graduação, quando estudou na Universidade de Paris-VIII, em Vincennes, nos anos de 1969 e 1970, e na Universidade de Paris-X, em Nanterre, em 1973, na qual defendeu mestrado em Sociologia da Cultura, orientado pela professora Annie Goldmann. 

No ano de 2002, concluiu seu doutorado em História Social pela USP, sob orientação do professor Carlos Guilherme Mota, com uma tese que resultou no livro "O Espetáculo da Cultura: Teatro e TV em São Paulo – 1940-1950", relançado pela Ateliê Editorial. 

Na época do lançamento de sua tese em livro, em 2002, David José comentou a obra: “tentei reconstruir historicamente esse período, que vai do início do século até o final da década de 1950. Preocupo-me com as gerações mais novas, impossibilitados de compreender o que se passava no país, como se desenvolveram histórica e culturalmente o rádio e a televisão em virtude de certos acontecimentos políticos. Como, o período em que durou a ditadura militar, por exemplo”

O Projeto David José não apenas celebra a trajetória de nomes importantes da cultura brasileira, mas também assegura que futuras gerações tenham acesso a esse legado artístico e histórico do cinema, teatro e televisão no Brasil.

 


 


CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana

 


Horário de funcionamento

Espaços públicos e jardins: de segunda a segunda, das 08 às 18h

Café da Cinemateca: de quarta a domingo, das 13h às 21h

Salas de cinema: de acordo com a programação

Centro de Documentação e Pesquisa: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados

Sala Grande Otelo (206 lugares regulares + 02 cadeiras extragrandes + 04 espaços para cadeiras de rodas)

Sala Oscarito (103 lugares regulares + 01 cadeira extragrande + 03 espaços para cadeiras de rodas)

Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão


CINEMATECA BRASILEIRA

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

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TV CULTURA

A TV Cultura é uma emissora pública de televisão comprometida com a educação, cultura e cidadania, reconhecida por sua programação de alta qualidade.

 

ATELIÊ EDITORIAL

A Ateliê Editorial é uma editora dedicada à publicação de obras de relevância cultural e histórica, contribuindo para a preservação da memória cultural brasileira.





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