O suspense MEU CASULO DE DRYWALL é um projeto profundamente pessoal para a diretora e roteirista Caroline Fioratti. Motivada pela vontade de refletir sobre as angústias e anseios da sua própria adolescência, a cineasta se dedicou durante 10 anos ao projeto até ele finalmente chegar aos cinemas, em 12 de setembro, com distribuição da Gullane+.
Fioratti tem, portanto, uma conexão bastante íntima com a história da sua protagonista Virgínia (Bella Piero), a ponto de entender como uma festa de aniversário pode se transformar em uma verdadeira panela de pressão, cheia de tensões e perigos. Por isso, quando o assunto são suas referências para abordar temas como a solidão e o luto, foi natural para a cineasta lembrar dos filmes que marcaram a sua adolescência. Afinal de contas, o cinema foi onde ela mesma encontrou acolhimento na época.
A diretora Sofia Coppola foi uma das autoras que, para Fioratti, ofereceu uma visão honesta e, ainda assim, generosa para a juventude. “Ela me inspirava muito com seus filmes. ‘As Virgens Suicidas’, com seu olhar sensível para a adolescência, suas dores e máscaras, e ‘Encontros e Desencontros’, no retrato da solidão em uma metrópole de concreto”, revelou. Mas algo que sempre chamou sua atenção na obra da cineasta americana foi como a melancolia se combinava com uma busca por conexão humana e por mudança – uma pulsão que depois também passou a integrar a filmografia de Fioratti, tanto nos longas, quanto nos curtas e nas séries.
A representação honesta dos turbilhões da adolescência sempre a interessaram como espectadora. “Isso passa pela minha compreensão de que essa fase da vida é uma ruptura, um luto em si”, explicou. “Os sentimentos são vivenciados de forma intensa e, quando não compreendidos, podem se traduzir em violência contra si e contra o outro”.
Assista ao trailer abaixo:
Por isso, Fioratti também fez questão de citar ‘Elefante’, do diretor Gus Van Sant, como uma das suas inspirações. “Ele coloca isso na tela, além de fazer um trabalho narrativo muito interessante com cruzamentos e jogo temporal”, disse, pontuando que a dinâmica da trama de MEU CASULO DE DRYWALL partiu justamente daí. “Impossível não mencionar também ‘Kids’, de Larry Clark, pelo trabalho com o elenco jovem e a ousadia de mostrar um retrato duro e monstruoso com muita compaixão”. Como o filme de Fioratti, a trama do longa lançado em 1995 também se desenrola durante 24 horas na vida dos seus protagonistas.
“A realizadora que sou hoje é consequência da espectadora que sempre fui. Essas referências são obras que me tocaram desde o momento em que as vi e que continuam me provocando até hoje”, afirmou. Essa é também sua expectativa para MEU CASULO DE DRYWALL. “Gostaria que o público estabelecesse uma conexão com esses personagens. Olhassem tanto para a dor, como para a inevitável monstruosidade deles, com identificação e empatia. Espero que o filme possa ser um instrumento de diálogo sobre questões como saúde mental e o adoecimento contemporâneo”.
MEU CASULO DE DRYWALL será lançado no Brasil pela distribuidora Gullane+.
Sinopse
Virgínia comemora os seus 17 anos com uma festa em sua cobertura. Apesar de tudo aparentemente perfeito, Virginia não consegue ignorar a ferida que cresce com o correr das horas. O dia seguinte nasce como uma tragédia que abala o condomínio. Virgínia está morta. Patrícia, sua mãe, vive o luto quase a ponto de enlouquecer. Luana se questiona se é culpada pelo destino da melhor amiga. Nicollas tenta ignorar a morte da namorada refugiando-se em sexo casual com funcionários. E Gabriel carrega o peso de um segredo e de uma arma.
Ficha Técnica
Uma produção Aurora Filmes
Em coprodução com a Haikai Filmes
Distribuição: Gullane +
Produção: Rui Pires e André Montenegro
Coprodução: Caroline Fioratti
Direção: Caroline Fioratti
Roteiro: Caroline Fioratti
Elenco: Maria Luisa Mendonça, Bella Piero, Michel Joelsas, Mari Oliveira, Daniel Botelho, Caco Ciocler, Débora Duboc, Flávia Garrafa, Marat Descartes, Lena Roque
Direção de Fotografia: Helcio Alemão Nagamine
Montagem: Leopoldo Joe Nakata
Direção de Arte: Monica Palazzo
Figurino: César Martins
Caracterização: Natie Cortez
Som Direto: Fred França
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis
Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman
Música Original: Flavia Tygel
Produção de Elenco: Diogo Ferreira
Preparação de Elenco: Tomás Rezende
Direção de Produção: Lia Rezende
Produção Executiva: Rui Pires e André Montenegro
Sobre a diretora
Caroline Fioratti é roteirista e diretora, formada em cinema pela FAAP. Iniciou no mercado como roteirista e logo começou a trabalhar também como diretora. Após diversos curtas, assinou a direção e roteiro do filme, Meus 15 Anos. Paralelamente, criou, roteirizou e dirigiu a minissérie A Grande Viagem (TV Brasil), indicada ao International Emmy Awards – Kids 2018. Com o interesse de explorar gêneros diversos, Caroline dirigiu as duas temporadas da série médica, Unidade Básica (Universal Channel/ Globoplay), roteirizou o filme de esporte 4x100 - Correndo Por Um Sonho; e dirigiu o longa-metragem de comédia Amarração do Amor. Recentemente, com a chegada dos streamings, Caroline dirigiu a série juvenil, Temporada de Verão, para a Netflix, e fez a direção geral da série policial investigativa, Os Ausentes, para a HBO Max. Em 2023, estreou Um Ano Inesquecível - Inverno, primeiro filme original do Amazon Prime Video e seu longa-metragem autoral, Meu Casulo de Drywall, no prestigiado festival SXSW. Atualmente, prepara-se para dirigir seu novo projeto autoral, um longa-metragem de terror.
Sobre Aurora Filmes
Aurora Filmes é uma produtora audiovisual fundada em 2006. Com projetos nacionais e internacionais voltados para cinema e TV, suas produções são aclamadas por crítica e público e já participaram de festivais como Festival de Cannes, Berlinale, Locarno Festival, Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, Festival Cinélatino, Encontros de Toulouse, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival do Rio, entre outros. Em 2017, a Aurora Filmes lançou seu mais recente longa-metragem, Era o Hotel Cambridge (Eliane Caffé, 2017), que recebeu os prêmios de pós-produção e finalização Hubert Bals Fund e Cine en Construcción/Prêmio da Indústria do Festival de San Sebastián, e as séries de TV Axogun (5 eps. 26 min) e A Grande Viagem (13 eps., 26 min), indicada ao Emmy Kids Internacional. Seus próximos lançamentos, previstos para 2020, são: o longa metragem Sobre Girassóis (dirigido por Caroline Fioratti), o longa-metragem Meu Último Desejo (dirigido por Arnaldo Jabor) e o documentário Para Onde Voam as Feiticeiras (dirigido por Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral)
Sobre a Haikai Filmes
Liderada pela diretora Caroline Fioratti, a Haikai Filmes é uma produtora audiovisual focada na realização de projetos que unem relevância social, inovação narrativa e comunicabilidade com o público. Com dez anos de atuação no mercado, a Haikai tem suas atividades principais centradas na criação e desenvolvimento de projetos. Entre as obras lançadas, destacam-se a minissérie A Grande Viagem (2017 – TV Brasil), indicada ao International Emmy Awards Kids, e o longa-metragem Meu Casulo de Drywall, exibido no festival South by Southwest - SXSW 2023.
Sobre a Gullane +
Gullane+ é uma distribuidora de obras audiovisuais que faz parte do grupo Gullane, dos sócios Fabiano Gullane, Caio Gullane, Debora Ivanov e André Novis, que conta com reconhecimento internacional pela qualidade de suas realizações. Mais que distribuição de filmes, nossa motivação é a visão criativa que amplifica o alcance e impacto de cada história. São mais de 40 títulos em nosso catálogo. Desde filmes lançados em salas de cinema, a conteúdos exibidos em canais de TV e plataformas de streaming em mais de 70 países. A Gullane+ soma seus esforços para a difusão da pluralidade do conteúdo brasileiro.
[News] DIRETORA DE MEU CASULO DE DRYWALL, CAROLINE FIORATTI REVELA INSPIRAÇÃO EM FILMES QUE MARCARAM SUA ADOLESCÊNCIA
Reviewed by Clara Monnerat
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22:16
Rating: 5
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