[Cinema]Jean-Claude Bernardet participa de debate gratuito no CCBB RJ nesta quinta-feira, 5


 

Jean-Claude Bernardet em cena do filme “A destruição de Bernardet”, que integra programação de mostra em sua homenagem no CCBB RJ (foto divulgação)


Jean-Claude Bernardet participa de debate gratuito no CCBB RJ nesta quinta-feira, 5


EM CARTAZ ATÉ 22 DE SETEMBRO, MOSTRA ‘BERNARDET E O CINEMA’ APRESENTA 20 FILMES DO CINEASTA DE 88 ANOS



Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2024 - Um dos principais nomes da história do cinema brasileiro, Jean-Claude Bernardet estará no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) nesta quinta-feira, 5, às 18h20, para participar de um debate sobre sua trajetória e as principais obras de sua longeva carreira. O encontro faz parte da programação da mostra “Bernardet e o Cinema”, em cartaz no centro cultural até 22 de setembro, com 20 filmes roteirizados, dirigidos ou com atuação do cineasta. O patrocínio é do Banco do Brasil.


No debate, com tradução de Libras, Jean-Claude estará ao lado de Cezar Migliorin, psicanalista e professor de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF). Antes do encontro, dois filmes dirigidos pelo cineasta homenageado serão exibidos a partir das 17h: Sobre Anos 60 (1999) e São Paulo: Sinfonia e Cacofonia (1994).  Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados em bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB, a partir das 9h de quinta-feira. 


Crítico, roteirista, diretor, montador, ator, professor, escritor, pensador e um dos maiores nomes da história do cinema brasileiro, Jean-Claude Bernardet completou 88 anos em 2 de agosto de 2024 e ganhou uma mostra em sua homenagem nos CCBBs de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A programação inclui importantes produções do cinema nacional e explora sua ampla trajetória, desde a década de 1960 até 2024. 


Além da mostra em exibição no CCBB, quatro filmes dirigidos por ele ou em parceria estão disponíveis na plataforma gratuita Sesc Digital. “São Paulo sinfonia e cacofonia” (1994, 40 min), “#eagoraoque” (2020, 70 min), “A última valsa” (2024, 6 min), e “Cama vazia” (2020, 6 min). Os títulos podem ser acessados, sem necessidade de inscrição, através dos endereços: sescsp.org.br/cinesesc e sescsp.org.br/cinemaemcasa.


Dedicar uma mostra de filmes a Jean-Claude Bernardet, pessoa importantíssima para o cinema brasileiro, é crucial. É importante fazer esse reconhecimento, celebrar sua vida, inteligência e produtividade. Aos 88 anos continua ativo, atuando, escrevendo, refletindo, e isso é lindo! E é também uma excelente oportunidade para as novas gerações terem contato com suas obras. Como já foi dito num filme, ‘Jean-Claude Bernardet é incontornável”, comenta a curadora da mostra, Andréa Cals.


Entre os destaques da programação estão o clássico de 1967 “O Caso dos Irmãos Naves”, dirigido por Luiz Sergio Person e escrito por Person e Bernardet, sobre dois irmãos que são torturados por um crime que não cometeram; o curta-metragem documental “Brasília: contradições de uma cidade nova”, também de 1967, com direção de Joaquim Pedro de Andrade e roteiro de Bernardet, que questiona o papel da cidade planejada; “Fome” (2015), longa de Cristiano Burlan sobre um velho homem que perambula pela cidade de São Paulo, estrelado por Bernardet; e “A Destruição de Bernardet” (2016), filme de Claudia Priscilla e Pedro Marques que transita entre ficção e documentário e aborda uma série de questões relacionadas à vida de Bernardet, como as críticas sofridas por suas atuações como ator e as perspectivas de vida como um portador do vírus HIV. Uma entrevista gravada, em 2015, entre Bernardet e Andréa Cals será exibida no dia 6/9, sexta-feira, às 18h; e uma sessão com recursos de acessibilidade (audiodescrição e legenda descritiva) de “FilmeFobia” (2008), de Kiko Goifman, será realizada em 19 de setembro, às 18h. 


JEAN-CLAUDE BERNARDET

Jean-Claude Bernardet é nome fundamental do cinema brasileiro. Nascido na Bélgica, de família francesa, viveu em Paris até 1948. Aos 13 anos, em 1949, chega ao Brasil e fixa-se em São Paulo, onde passa a frequentar a Cinemateca Brasileira e onde conhece o crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes. Na década de 1950, começa a escrever para o “Suplemento Literário” do jornal O Estado de Paulo. Colabora também em outros jornais e revistas. 


Em 1965, já naturalizado brasileiro, começa a lecionar no curso de Cinema da Universidade de Brasília, a convite de Paulo Emílio Salles Gomes, onde permanece até 1968, ano em que 80% dos professores da universidade deixam o quadro docente em resposta à repressão da ditadura militar. Transfere-se para a Universidade de São Paulo (USP) e é cassado pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), de dezembro de 1968, sendo proibido de lecionar em universidades públicas. Até 1979, dá cursos de cinema no Instituto Goethe. Jean-Claude retorna ao quadro da Escola de Comunicações e Artes da USP em 1980, onde permanece até se aposentar, em 2004, como professor emérito.


É autor de uma vasta obra, com 25 livros publicados, muitos deles referenciais para o estudo, a pesquisa e a reflexão sobre cinema, além de ficções. São dele títulos como Brasil em tempo de cinema (1967), Trajetória crítica (1978), O que é cinema (1980), Piranha no mar de rosas (1982),  Cineastas e imagens do povo (1985 e 2004),  Aquele rapaz (ficção e memória, 1990), Voo dos anjos: estudo sobre o processo de criação na obra de Bressane e Sganzerla (1990), O autor no cinema (1994), Historiografia clássica do cinema brasileiro (1995), A doença, uma experiência (ficção, 1996) e Caminhos de Kiarostami (2004). Divide a autoria de obras com nomes como José Carlos Avellar, Miguel Borges, Maria Rita Galvão e Ismail Xavier, entre outros. Lançou ainda Guerra camponesa do Contestado (1979), uma obra de análise política e histórica. 


Em cinema, atuou como roteirista e corroteirista de aproximadamente uma dezena de filmes, com destaque para títulos como “O caso dos irmãos Naves” (1967), de Luiz Sergio Person;“Um céu de estrelas” (1996) e “Através da janela” (2000), de Tata Amaral; além de dirigir vários documentários. Bernardet também dedica-se à carreira de ator, tendo participado de mais de dez filmes, entre eles “Disseram que voltei americanizada” (1995), de Vitor Angelo, e “Disaster Movie” (1979), de Wilson de Barros.


SOBRE O CCBB RJ 


Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. Em 2024 serão 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo o que você imaginar. 


Confira abaixo a lista completa de filmes, sinopses e horários da mostra “Bernardet e o cinema”.


PROGRAMAÇÃO DIA A DIA – CCBB RJ


4/9 - QUARTA-FEIRA 

18h - A última valsade Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (2024, 6 min, P&B) | Livre

Crítica em Movimento, de Kiko Mollica (2014, 52 min, cor) | Livre


5/9 - QUINTA-FEIRA

17h - Sobre Anos 60, de Jean-Claude Bernardet (1999, 30min, P&B) | Livre
São Paulo: Sinfonia e Cacofonia, de Jean-Claude Bernardet (1994, 40min, P&B) | Livre

DEBATE com a presença de Jean-Claude Bernardet. Participação do psicanalista e professor de cinema (UFF) Cezar Migliorin. [ACESSIBILIDADE – Tradução em libras]


6/9 - SEXTA-FEIRA 

18h - Entrevista de Jean-Claude Bernardet para Andréa Cals (2015, 10min, cor) | Livre

Fome, de Cristiano Burlan (2015, 90 min, cor) | 12 anos


7/9 - SÁBADO 

16h30 - Disseram que voltei americanizada, de Vitor Angelo (1995, 14 min, cor) | 12 anos

Copo Vaziode Dellani Lima (2019, 74min, cor) | 16 anos

18h15 - Agrestede Dellani Lima (2018, 15min, cor) | 10 anos

Um céu de estrelas, de Tata Amaral (1995, 71 min, cor) | 16 anos


8/9 - DOMINGO

18h - Brasília: contradições de uma cidade nova, de Joaquim Pedro de Andrade (1967, 24 min, cor) | Livre

#eagoraoque, de Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald (2020, 70 min, cor) | Livre


11/9 - QUARTA-FEIRA

18h - Pingo D’água, de Taciano Valério (2014, 80min, cor) | 16 anos


12/9 - QUINTA-FEIRA

18h - Disseram que voltei americanizada, de Vitor Angelo (1995, 14 min, cor) | 12 anos

Copo Vaziode Dellani Lima (2019, 74min, cor) | 16 anos


13/9 - SEXTA-FEIRA 

17h30 - A Navalha do Avô, de Pedro Jorge (2013, 23min, cor) | Livre

Antes do Fim, de Cristiano Burlan (2017, 86min, cor) | 14 anos


14/9 - SÁBADO

16h15 - Entrevista de Jean-Claude Bernardet para Andréa Cals (2015, 10min, cor) | Livre

Fome, de Cristiano Burlan (2015, 90 min, cor) | 12 anos

18h15 - O Caso dos Irmãos Naves, de Luiz Sergio Person (1967, 92 min, P&B) | 14 anos


15/9 - DOMINGO 

18h - Sobre Anos 60, de Jean-Claude Bernardet  (1999, 30min, P&B) | Livre
São Paulo: Sinfonia e Cacofonia, de Jean-Claude Bernardet  (1994, 40min, P&B) | Livre


18/9 - QUARTA-FEIRA 

18h - Eterna Esperança: sem pressa e sem pausa, como as estrelas, de João Batista de Andrade e Jean-Claude Bernardet (1971, 30min, P&B) | Livre

Disaster Movie, de Wilson de Barros (1979, 32min, cor) | 14 anos


19/9 - QUINTA-FEIRA

18h - FilmeFobia, de Kiko Goifman (2008, 84 min, cor) | 16 anos – com legenda descritiva e audiodescrição


20/9 - SEXTA-FEIRA

18h - Agrestede Dellani Lima (2018, 15min, cor) | 10 anos

Um céu de estrelas, de Tata Amaral (1995, 71 min, cor) | 16 anos


21/9 - SÁBADO

16h - A Navalha do Avô, de Pedro Jorge (2013, 23min, cor) | Livre

Antes do Fim, de Cristiano Burlan (2017, 86min, cor) | 14 anos

18h10 - Cama Vazia, de Jean-Claude Bernardet e Fábio Rogério (2023, 6 min, cor) | Livre

A destruição de Bernardet, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (2016, 72 min, cor) | 14 anos 


22/9 - DOMINGO

18h - A última valsade Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (2024, 6 min, P&B) | Livre

Crítica em Movimento, de Kiko Mollica (2014, 52 min, cor) | Livre


PROGRAMAÇÃO POR ORDEM ALFABÉTICA


CURTAS

Agreste (Brasil, MG, 15’, 2018)

Direção: Dellani Lima

Elenco: Caio Dias, Fernanda Brasileiro, Jean-Claude Bernardet, Vitor Colares

Sinopse: O mar bravo inunda os corações.

7 de setembro, sábado, às 18h15
20 de setembro, sexta-feira, às 18h


A Navalha do Avô (Brasil, SP, 23’, 2013)

Direção: Pedro Jorge

Elenco:  Carlos Baldim, Eliana Bolanho, Ester Laccava, Fernão Lacerda, Pedro Goiffman, Jean-Claude Bernardet 

Sinopse: A vida de José está mudando. Seu neto começa a perceber.

Trailer: https://filmow.com/a-navalha-do-avo-t84970/trailers/

13 de setembro, sexta-feira, às 17h30
21 de setembro, sábado, às 16h


A Última Valsa (Brasil, SP, 6’, 2024)

Direção: Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet 

Sinopse: Um filme em preto e branco.

4 de setembro, quarta-feira, às 18h
23 de setembro, domingo, às 18h


Brasília: contradições de uma cidade nova (Brasil, DF, 24’, 1967)

Direção: Joaquim Pedro de Andrade

Roteiro: Jean-Claude Bernardet

Sinopse: O filme reúne imagens de Brasília seis anos após sua inauguração e entrevistas com habitantes de diferentes extratos sociais. Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país?

29 de agosto, quinta-feira, às 18h
8 de setembro, domingo, às 18h


Cama Vazia (Brasil, SP, 6’, 2023)

Direção: Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet 

Sinopse – A máquina de morte precisa manter sua longevidade para expandir e lucrar.

30 de agosto, sexta-feira, às 18h
21 de setembro, sábado, às 18h10


Disaster Movie (Brasil, SP, 32’, 1979)

Direção: Wilson de Barros 

Elenco: Adonirio Oliveira, Bruno Andre, Carlos Adão Volpato, David Pennington, Jean-Claude Bernardet

Sinopse: Caleidoscópio do cotidiano através de uma série de estereótipos urbanos que aguardam algo de inusitado que está para acontecer às 6 horas da tarde.
31 de agosto, sábado, às 17h
18 de setembro, quarta-feira, às 18h


Disseram que voltei americanizada (Brasil, SP, 14’, 16mm,1995)

Direção e Roteiro: Vitor Angelo

Elenco: Jean-Claude Bernardet, Maria Alice Vergueiro, Maria Della Costa

Sinopse: Da merda viestes, à merda retonarás. O Brasil tem um gosto pela servidão. (Arthur Autran) 

7 de setembro, sábado, às 16h30
12 de setembro, quinta-feira, às 18h


Eterna Esperança: sem pressa e sem pausa, como as estelas (Brasil, SP, 30’, 1971)

Direção e Roteiro: João Batista de Andrade e Jean-Claude Bernardet  

Sinopse: 

Elenco: Antônio Fagundes, Gianfrancesco Guarnieri, Fernando Pacheco Jordão, Antonio Pedro. 

Sinopse: Segundo de três filmes da série Panorama do Cinema Paulista. Abrange o período de 1934 a 1939, quando tentou-se construir em São Paulo um estúdio de cinema denominado Cia Americana de Cinema. Imagens do antigo estúdio, da inauguração do estádio do Pacaembú pelo presidente Getúlio Vargas e de alguns documentários jornalísticos realizados pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).

31 de agosto, sábado, às 17h

12 de setembro, quarta-feira, às 18h


EXTRA - Entrevista de Jean-Claude Bernardet para Andréa Cals em 2015
6 de setembro, sexta-feira, às 18h
14 de setembro, sábado, às 16h15

Sobre Anos 60 (Brasil, SP, 30’, 1999)

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