[News] EM SUA ÚLTIMA SEMANA, MOSTRA BERNARDET E O CINEMA EXIBE NOVE OBRAS QUE O CINEASTA PARTICIPOU

 

Foto: “O Caso dos Irmãos Naves”, de Luiz Sergio Person, que será
exibido na quinta-feira (19), às 18 horas



A Mostra BERNARDET E O CINEMA, em homenagem ao crítico, roteirista, diretor, montador, ator, professor, escritor, pensador e um dos maiores nomes da história do cinema brasileiro, Jean-Claude Bernardet, entra em sua última semana para o público aproveitar a programação. A Mostra BERNARDET E O CINEMA é aberta para visitação gratuita no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo.


Em sua útima semana, haverá diversas exibições de longas e curtas em que o homenageado participou, seja dirigindo, escrevendo ou estrelando. Abaixo, tudo o que será exibido entre quinta-feira (19) e domingo (22):


Na quinta-feira, dia 19 de setembro, às 18 horas, “O Caso dos Irmãos Naves”, de Luiz Sérgio Person, será exibido. O roteiro da obra foi escrito pelo diretor e Bernardet. Neste longa, acompanha-se a reconstituição de um caso real, ocorrido no Estado Novo em 1937, na cidade de Araguari (MG) quando um homem foge, levando todo o dinheiro de uma safra de arroz e os irmãos Joaquim (Raul Cortez) e Sebastião Naves (Juca de Oliveira), sócios do fugitivo, denunciam o caso à polícia, desenrolando-se em um caso de injustiça social.


Na sexta-feira, dia 20 de setembro, a partir das 18 horas, serão exibidos dois curtas-metragens: “Um Céu de Estrelas”, dirigido por Tata Amaral e escrito por Jean-Claude Bernardet; e “Agreste”, de Dellani Lima, em que o homenageado da Mostra encabeça o elenco.


No sábado, dia 21 de setembro, serão exibidas três obras. A partir das 16h40, o “Disaster Movie”, de Wilson de Barros, em que Bernardet participa do elenco, e “Eterna Esperança: Sem Pressa e Sem Pausa, Como as Estrelas”, de João Batista Andrade e Bernardet, serão projetados em sequência. E, às 18 horas, “Filmefobia”, de Kiko Goifman, será apresentado ao público.


No domingo, o último dia da Mostra BERNARDET E O CINEMA, dia 22 de setembro, assim como no sábado, três obras serão exibidas. O dia começa às 15h com a projeção de “Crítica em Movimento” um documentário de Kiko Molica sobre Bernardet, e “A Última Valsa”, em que Bernardet assina a direção com Fábio Rogério. E, para encerrar a Mostra, às 16h30, o longa de Taciano Valério estrelado por Bernardet, “Pingo d’água” será exibido.


A programação segue em São Paulo até 22 de setembro, apresentando 20 filmes roteirizados, dirigidos ou com atuação do cineasta. A entrada é gratuita, com exibições de quinta a domingo. O evento aconteceu no CCBB-DF (16/08 a 05/09) e acontece no CCBB-RJ (28/08 a 22/09), com patrocínio do Banco do Brasil.


A Mostra BERNARDET E O CINEMA inclui importantes produções do cinema nacional e explora a vasta trajetória artística de Bernardet, desde a década de 1960 até 2024. Entre os destaques, estão filmes como “São Paulo: Sinfonia e Cacofonia”, dirigido por Bernardet, que completa 30 anos neste ano, o clássico de 1967 “O Caso dos Irmãos Naves”, dirigido por Luiz Sergio Person e escrito por Person e Bernardet, sobre dois irmãos que são torturados por um crime que não cometeram; o curta-metragem documental “Brasília: contradições de uma cidade nova”, também de 1967, com direção de Joaquim Pedro de Andrade e roteiro de Bernardet, que questiona o papel da cidade planejada; “Fome” (2015), longa de Cristiano Burlan sobre um velho homem que perambula pela cidade de São Paulo, estrelado por Bernardet; e “A Destruição de Bernardet” (2016), filme de Claudia Priscilla e Pedro Marques que transita entre ficção e documentário e aborda uma série de questões relacionadas à vida de Bernardet, como as críticas sofridas por suas atuações como ator e as perspectivas de vida como um portador do vírus HIV.


“Dedicar uma mostra de filmes a Jean-Claude Bernardet, pessoa importantíssima para o cinema brasileiro, é crucial. É importante fazer esse reconhecimento, celebrar sua vida, inteligência e produtividade. Aos 88 anos continua ativo, atuando, escrevendo, refletindo, e isso é lindo! E é também uma excelente oportunidade para as novas gerações terem contato com suas obras. Como já foi dito num filme, ‘Jean-Claude Bernardet é incontornável”, comenta a curadora da mostra Andréa Cals.


Programação – CCBB SP:


- 19/09 – QUINTA-FEIRA

18h - O Caso dos Irmãos Naves (92’, 1967, p/b) |14 anos

Direção: Luiz Sergio Person

Roteiro: Luiz Sergio Person e Jean-Claude Bernardet

Elenco: Raul Cortez, de Oliveira e Anselmo Duarte


A reconstituição de um caso real, ocorrido no Estado Novo em 1937, na cidade de Araguari (MG). Tudo começa quando um homem foge, levando todo o dinheiro de uma safra de arroz. Os irmãos Joaquim (Raul Cortez) e Sebastião Naves (Juca de Oliveira), sócios do fugitivo, denunciam o caso à polícia. De acusadores eles passam a réus, sob a acusação de terem matado o desaparecido, por obra e graça do tenente de polícia (Anselmo Duarte) que dirige a investigação. Presos e torturados, os Naves são obrigados a confessarem o crime que não cometeram.


- 20/09 – SEXTA-FEIRA

18h - Um Céu de Estrelas (70’, 1996, cor) | 16 anos

Direção: Tata Amaral

Roteiro: Tata Amaral, Jean-Claude Bernardet, Márcio Ferrari e Roberto Moreira

Elenco: Leona Cavalli e Paulo Vespúcio


Dalva, cabeleireira no bairro da Mooca, em São Paulo, vence um concurso e ganha uma passagem para Miami, e vê sua chance de mudar de vida e sair do cotidiano opressivo que leva ao lado do metalúrgico Vítor. Enquanto arruma as malas para viajar no dia seguinte, pensa em como contar a separação ao violento marido — então ele chega.


Agreste (15’, 2018, cor)

Direção: Dellani Lima

Elenco: Jean-Claude Bernardet, Caio Dias, Fernanda Brasileiro, Vitor Colares


O mar bravo inunda os corações.


- 21/09 – SÁBADO

16h40 - Disaster Movie (32’, 1979, cor) | 14 anos

Direção: Wilson de Barros

Elenco: Jean-Claude Bernardet, Adonirio Oliveira, Bruno Andre, Carlos Adão Volpato, David Pennington


Caleidoscópio do cotidiano através de uma série de estereótipos urbanos que aguardam algo de inusitado que está para acontecer às 6 horas da tarde.


Eterna Esperança: sem pressa e sem pausa, como as estelas (30’, 1971, cor) | Livre

Direção e Roteiro: João Batista de Andrade e Jean-Claude Bernardet

Elenco: Antônio Fagundes, Gianfrancesco Guarnieri, Fernando Pacheco Jordão, Antonio Pedro.


Segundo de três filmes da série Panorama do Cinema Paulista. Abrange o período de 1934 a 1939, quando tentou-se construir em São Paulo um estúdio de cinema denominado Cia Americana de Cinema. Imagens do antigo estúdio, da inauguração do estádio do Pacaembu pelo presidente Getúlio Vargas e de alguns documentários jornalísticos realizados pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).


18h - Filmefobia (84’, 2008, cor) | 16 anos

Direção: Kiko Goifman

Roteiro: Kiko Goifman e Hilton Lacerda

Elenco: Jean-Claude Bernardet, Cris Bierrenbach, Hilton Lacerda, Livio Tragtenberg, José Mojica Marins


Jean-Claude é o diretor de um documentário que explora os limites psicológicos das pessoas, colocando-as diante de suas fobias.


- 22/09 – DOMINGO

15h - Crítica em Movimento (52’, 2004, cor) | Livre

Direção e Roteiro: Kiko Mollica


A personalidade inquieta e múltipla do crítico de cinema, escritor, professor da USP, roteirista e realizador Jean-Claude Bernardet, e sua atuação decisiva na sociedade brasileira, são tema desse documentário.


A Última Valsa (6’, 2024, p/b) | Livre

Direção: Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet

Elenco: Jean-Claude Bernardet


Um filme em preto e branco.


16h30 - Pingo d’água (80’, 2014, p/b) | 16 anos

Direção e Roteiro: Taciano Valério

Elenco: Jean-Claude Bernardet , Carolina Agrisani, Dellani Lima, Duda Lopes, Everaldo Pontes


Um país, três cidades completamente diferentes. Pessoas se deslocam buscando uma mudança não apenas territorial, mas também - e principalmente - interior. Viajando aproximam-se de si mesmos, imersos em um universo de visual poético como a vida.


 

SERVIÇO 

MOSTRA “BERNARDET E O CINEMA” 


Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo 

Período: 24 de agosto a 22 de setembro de 2024 

Ingressos: Gratuitos - Disponíveis em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB 

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP   


Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. 


Funcionamento CCBB: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças  

Informações: (11) 4297-0600 

Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h. 


Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.  


Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela R. da Quitanda até o CCBB (200 m). 


Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h. 


Sobre Jean-Claude Bernardet

Jean-Claude Bernardet é nome fundamental do cinema brasileiro. Nascido na Bélgica, de família francesa, viveu em Paris até 1948. Aos 13 anos, em 1949, chega ao Brasil e fixa-se em São Paulo, onde passa a frequentar a Cinemateca Brasileira e onde conhece o crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes. Na década de 1950, começa a escrever para o “Suplemento Literário” do jornal O Estado de Paulo. Colabora também em outros jornais e revistas.


Em 1965, já naturalizado brasileiro, começa a lecionar no curso de Cinema da Universidade de Brasília, a convite de Paulo Emílio Salles Gomes, onde permanece até 1968, ano em que 80% dos professores da universidade deixam o quadro docente em resposta à repressão da ditadura militar. Transfere-se para a Universidade de São Paulo (USP) e é cassado pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), de dezembro de 1968, sendo proibido de lecionar em universidades públicas. Até 1979, dá cursos de cinema no Instituto Goethe. Jean-Claude retorna ao quadro da Escola de Comunicações e Artes da USP em 1980, onde permanece até se aposentar, em 2004, como professor emérito.


É autor de uma vasta obra, com 25 livros publicados, muitos deles referenciais para o estudo, a pesquisa e a reflexão sobre cinema, além de ficções. São dele títulos como Brasil em tempo de cinema (1967), Trajetória crítica (1978), O que é cinema (1980), Piranha no mar de rosas (1982),  Cineastas e imagens do povo (1985 e 2004),  Aquele rapaz (ficção e memória, 1990), Voo dos anjos: estudo sobre o processo de criação na obra de Bressane e Sganzerla (1990), O autor no cinema (1994), Historiografia clássica do cinema brasileiro (1995), A doença, uma experiência (ficção, 1996) e Caminhos de Kiarostami (2004). Divide a autoria de obras com nomes como José Carlos Avellar, Miguel Borges, Maria Rita Galvão e Ismail Xavier, entre outros. Lançou ainda Guerra camponesa do Contestado (1979), uma obra de análise política e histórica.


Em cinema, atuou como roteirista e corroteirista de aproximadamente uma dezena de filmes, com destaque para títulos como “O caso dos irmãos Naves” (1967), de Luiz Sergio Person;“Um céu de estrelas” (1996) e “Através da janela” (2000), de Tata Amaral; além de dirigir vários documentários. Bernardet também dedica-se à carreira de ator, tendo participado de mais de dez filmes, entre eles “Disseram que voltei americanizada” (1995), de Vitor Angelo, e “Disaster Movie” (1979), de Wilson de Barros.


Sobre o CCBB São Paulo

O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo iniciou suas atividades há mais de 20 anos e foi criado com o objetivo de formar novas plateias, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. A instalação e manutenção de nosso espaço em um prédio, em pleno centro da capital paulista, reflete também a preocupação com a revitalização da área, que abriga um inestimável patrimônio histórico e arquitetônico, fundamental para a preservação da memória da cidade. Temos como premissa ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, em suas diferentes formas. Essa conexão se estabelece mais genuinamente quando há desejo de conhecer, compreender, pertencer, interagir e compartilhar. Temos consciência de que o apoio à cultura contribui para consolidar sua relevância para a sociedade e seu poder de transformação das pessoas. Acreditamos que a arte dialoga com a sustentabilidade, uma vez que toca o indivíduo e impacta o coletivo, olha para o passado e faz pensar o futuro. Com uma programação regular e acessível a todos os públicos, que contempla as mais diversas manifestações artísticas e um prédio, que por si só já é uma viagem na história e arquitetura, o CCBB SP é uma referência cultural para os paulistanos e turistas da maior cidade do Brasil.





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