[News] LONGA DE MILENA TIMES ESTREIA NA PREMIÈRE BRASIL DO FESTIVAL DO RIO

 

Premiada diretora dos curtas Represa (2016) e Au Revoir (2013), a pernambucana Milena Times lança seu primeiro longa AINDA NÃO É AMANHÃ na Première Brasil do Festival do Rio, que acontece entre 03 e 13 de outubro. O filme será exibido na mostra competitiva de longas da seção Novos Rumos, e é produzido por Dora Amorim, Júlia Machado e Thaís Vidal. A produção é da Espreita Filmes, Ponte Produtoras e Ventana Filmes, com distribuição da Embaúba Filmes.

O longa acompanha a trajetória de amadurecimento de Janaína (Mayara Santos), uma garota negra de 18 anos que foi criada pela mãe (Clau Barros) e pela avó (Cláudia Conceição). Três gerações de mulheres que dividem afetos, ambições, embates e espaço em um pequeno apartamento da periferia do Recife. Janaína é bolsista em uma faculdade de Direito e se vê diante da oportunidade de ser a primeira pessoa da sua família a obter um diploma universitário. Quando descobre que está grávida, ela começa a colocar em perspectiva os seus planos, a trajetória da sua família e suas próprias escolhas.

Milena conta que o filme nasceu do desejo de falar sobre famílias formadas por mulheres, sobre as dinâmicas particulares que se estabelecem no convívio entre elas, investigando o que há de semelhanças e diferenças, de reproduções e transcendências. O tema da maternidade sempre esteve presente, mas havia também o desejo de abordá-lo não como algo mandatório na vida de uma mulher, e sim uma escolha. “Mulheres optam pela interrupção voluntária da gravidez em qualquer lugar do mundo, por inúmeras razões, independente de ser permitido. As restrições sociais e legais só contribuem para que seja uma prática insegura e desassistida, especialmente para a parcela de mulheres com menos instrução e poder aquisitivo. Boa parte dos efeitos individuais e sociais mais danosos são resultado da própria criminalização, do silêncio, da falta de informação.”

Trabalhando no roteiro desde 2016, Milena revela que a história passou por muitas mudanças, inclusive influenciadas pela conjuntura no país ao longo dos últimos anos. “Ao invés de avançar na discussão, vemos direitos já previstos por lei serem sistematicamente ameaçados. Por isso, me parece ainda mais relevante tratar sobre o assunto.”

O filme aposta em um ponto de vista muito íntimo e mergulha na experiência atravessada pela personagem para abordar todas essas questões. É a partir do cotidiano privado e dos dramas individuais e partilhados que vão se relevar as opressões de uma sociedade conservadora, violenta e desigual, mas também apontar para um horizonte de mudança, acolhimento e parceria. “Parto muito da sensação – ou seria uma constatação? – de que, via de regra, tanto na vida cotidiana como nos momentos críticos, nós mulheres só podemos contar verdadeiramente umas com as outras. Em se tratando da maternidade, ou da escolha de não ser mãe, talvez isso seja ainda mais verdadeiro. Mostrar essa rede de cuidado, suporte e cumplicidade entre mulheres também sempre foi um dos meus desejos com esse filme.”

Ao selecionar o trio de atrizes que fariam as personagens centrais de AINDA NÃO É AMANHÃ, Milena conta que a afinidade entre Mayara, Clau e Claudia surgiu muito espontaneamente, mas a intimidade e sutilezas nas relações foi algo construído durante um intenso processo de preparação de elenco conduzido por Amanda Gabriel. O elenco ainda conta com a artista-visual Bárbara Vitória, como Kelly, melhor amiga de Janaína, e Mário Victor, como namorado da protagonista. A arte de Lia Letícia e a fotografia de Linga Acácio, premiada por longas como Estranho Caminho (de Guto Parente), ressaltam a atmosfera intimista do filme. Já o som, encabeçado por Martha Suzana e Nicolau Domingues, aposta na organicidade da vida cotidiana, mas também mergulha na sensorialidade que a suspensão de quem está atravessando um grande conflito proporciona.

O filme foi finalista do Prêmio Cabíria de Roteiros e passou por laboratórios como BrLab e Cabíria Lab. Como work in progress, passou pelos eventos Conexão Brasil Cinemundi da Mostra de Tiradentes 2024 e Copia Final do Ventana Sur 2023, e agora é lançado no evento carioca. “O Festival do Rio é uma importante vitrine, não só no Brasil, mas também no cenário internacional. Ficamos muito felizes de poder mostrar o filme em primeira mão para o público brasileiro e acreditamos que a estreia no Festival do Rio vai ser muito importante para impulsionar a carreira do longa em outros festivais e no lançamento comercial.”


AINDA NÃO É AMANHÃ conta com patrocínio da Ancine, FSA e BRDE e incentivo do Funcultura/ Fundarpe/ Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco e do SIC – Sistema de Incentivo à Cultura/ Fundação de Cultura Cidade do Recife/ Secretaria de Cultura/ Prefeitura do Recife.


Programação Festival do Rio

Segunda-feira, 07/10, às 18h45 - Estação NET Gávea

Terça-feira, 08/10, 16h15, Estação NET RIO 5


 

Sinopse:

Janaína é uma jovem de dezoito anos que mora com a mãe e a avó em um conjunto habitacional na periferia do Recife. Ela é a primeira pessoa da família a entrar na universidade, mas uma gravidez indesejada ameaça os planos que ela havia traçado.


Ficha Técnica

Direção e Roteiro: Milena Times

Elenco: Mayara Santos, Clau Barros, Cláudia Conceição, Bárbara Vitória, Mário Victor, Guta Menelau, Lalá Vieira.

Produção: Espreita Filmes, Ponte Produtoras, Ventana Filmes

Produção: Dora Amorim, Júlia Machado, Thaís Vidal

Direção de Produção: Henrique Lapa

Coordenação de Produção: Arícia Alves e Victor Alencar

Casting: Bruna Leite

Preparação de Elenco: Amanda Gabriel

Assistentes de Direção: Anny Stone, Cecília da Fonte, Bruna Leite, Isa Sena

Direção de Fotografia: Linga Acácio

Gaffer: Carlinhos Tareco

Direção de Arte: Lia Letícia

Figurino: Libra Lima

Caracterização: Andrea Afonso

Som Direto: Martha Suzana

Desenho de som, Mixagem e Trilha Original: Nicolau Domingues

Montagem: Marina Kosa

Finalização de Imagem: Estúdio Arco

Colorista: Brunno Schiavon

Gênero: drama

País: Brasil 

Ano: 2024 

Duração: 77 min.

Distribuição: Embaúba Filmes


Sobre Milena Times

Milena Times é recifense, formada em Jornalismo pela UFPE e mestre em Comunicação e Sociedade pela UnB. Trabalha com cinema desde 2007, atuando principalmente como assistente de direção, roteirista e diretora. Fundou a produtora Espreita Filmes e seus dois curtas metragens – Represa e Au Revoir – participaram de diversos festivais nacionais e internacionais e juntos ganharam cerca de 20 prêmios. Foi assistente de direção de longas como Rio Doce (de Fellipe Fernandes), A Febre (de Maya Da-Rin), Greta (de Armando Praça) e Aquarius (de Kleber Mendonça Filho). Codirigiu com Hilton Lacerda a série Chão de Estrelas para o Canal Brasil/Globopay. Atualmente, Milena está lançando no Festival do Rio o seu primeiro longa, Ainda Não é Amanhã, e desenvolve o projeto do seu próximo filme, Vestígios, semifinalista do Concurso de Roteiros Frapa 2023, selecionado para o PanLab e Brasil Cinemundi 2024 e participante do Curso de Desarrollo de Proyectos Audiovisuales Iberoamericanos, promovido pelo Ibermedia e Fundación Carolina em Madri.


Sobre a Espreita Filmes

A Espreita Filmes é uma produtora de cinema independente fundada em 2013 no Recife pela diretora e roteirista Milena Times, voltada para a produção de projetos autorais em Pernambuco. A produtora tem dois curtas metragens de ficção lançados, Au Revoir (2013) e Represa (2016), que participaram de dezenas de festivais nacionais e internacionais e juntos ganharam cerca de 20 prêmios. Desde 2017, a empresa vem desenvolvendo projetos de longa metragem: Ainda Não é Amanhã foi finalista do Prêmio Cabíria de Roteiros e selecionado para o BrLab 2017, Cabíria Lab 2020, WIP Copia Final Ventana Sur 2023 e WIP Conexão Brasil Cinemundi 2024; Vestígios foi semifinalista do Concurso de Roteiros Frapa 2023, selecionado para o PanLab e Brasil Cinemundi 2024 e participante do Curso de Desarrollo de Proyectos Audiovisuales Iberoamericanos - CDPAI.


Sobre a Ponte Produtoras

A Ponte Produtoras é uma produtora independente fundada em 2015, no Recife, por Dora Amorim, Júlia Machado e Thaís Vidal para produzir o trabalho de jovens realizadores. Seus filmes já passaram em importantes festivais nacionais (Brasília FF, Rio IFF, Mostra de SP) e internacionais (Semana da Crítica de Cannes, Winterthur IFF, Chicago IFF, Rotterdam IFF, Locarno FF). A empresa costuma trabalhar com projetos autorais de jovens realizadores brasileiras e brasileiros possibilitando a realização de filmes com temas e estéticas diversas e que refletem fortemente as possibilidades de narrativas e pontos de vista de nossa cultura.


Sobre a Ventana Filmes

Fundada em 2012, a Ventana é uma empresa pernambucana independente que atua na comunicação e produção audiovisual entendendo as potências dessas áreas para fortalecer um projeto político de transformação social. Sua atuação é focada no fortalecimento de artistas e produtores independentes em todas as etapas de produção orientadas por valorizar um ambiente não-hierárquico, coletivo e diverso. Assina a realização dos curtas “Sexta série”, “João Helenos dos brito”, “Roda gigante”, “Terremoto santo” e “Abodô”, dos longas “Parquelândia”, “Sotaque do olhar”, “Território Suape” e “Estamos te esperando em casa”. Filmes que circularam por mais de 30 festivais nacionais e internacionais, além de atuar em diferentes frentes de atuação no cinema, audiovisual, artes visuais e integradas realizando exposições, oficinas de formação e circuitos de distribuição alternativos.


Sobre a Embaúba Filmes

A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas- metragens do cinema brasileiro contemporâneo.





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