[Crítica] A vilã das nove

 

Sinopse:
Em A Vilã das Nove, Roberta (Karine Teles) está finalmente vivendo a melhor fase de sua vida. Recém-divorciada e desfrutando de uma nova liberdade ao lado de sua filha, Nara (Laura Pessoa), Roberta se sente revitalizada e pronta para abraçar novas oportunidades. No entanto, sua paz é abalada quando ela descobre que sua história pessoal, marcada por escolhas difíceis e abandono, foi transformada em enredo de uma novela das nove, onde ela é retratada como a vilã. O enredo da novela é inspirado na vida de Roberta, que, no passado, deixou seu marido, Bento (Otto Jr.), e a filha, Débora (Alice Wegmann), em busca de sua própria felicidade. Débora, marcada pelo abandono, acaba expondo sua história ao autor da novela em busca de um novo sucesso. Agora, Roberta se vê enfrentando uma situação surreal e desconfortável, onde o drama e as decisões de seu passado são recriados na televisão para o público ver e criticar. À medida que Roberta lida com a exposição pública e a maneira como sua história é retratada, ela é forçada a confrontar suas escolhas passadas e a reacender o relacionamento com sua filha Débora, que agora está profundamente ferida e ressentida. A Vilã das Nove é uma comédia dramática que explora temas de arrependimento, redenção e a complexidade das relações familiares, oferecendo um retrato tocante e humorístico da jornada de uma mulher para reconciliar seu passado com seu presente e encontrar a verdadeira liberdade.



                            O quê eu achei? 

A longa-metragem se passa no Rio de Janeiro dos dias atuais, acompanhamos o drama da nossa protagonista, Roberta(Karine Teles), uma professora de canto, está se separando de seu atual marido e convive com sua filha "aborrecente" de 13 anos e tem um segredo a esconder ligado ao nome Eugênia, a qual temos essa primeira pista nas primeiras cenas quando uma senhora se aproxima e tem um desentimento pela razão do motivo que ela fez o que fez.

Ao decorrer do filme, a personagem Debora(Alice Wegmann), chega ao Rio para visitar uma tia doente, ao andar pelas ruas a mesma acaba encontrando um panfleto de um famoso autor de novela das nove a procura de histórias de vida das pessoas, a fim de ter novas inspiração para suas novelas.

Ao decorrer do filme temos os desdobramentos dos dois núcleos, sendo um deles o de Debora, que deu a história de vida de sua mãe e com um toque caricato e exagerado, a novela do famoso autor foi um sucesso de audiência. Aqui vemos as cenas com maior humor, tirando risadas do andamento da novela criada por uma história real e uma pitada de criatividade surreal típicas de telenovelas.

 Roberta em seu núcleo se desespera com a história de sua vida sendo contada e aumentada de forma torpe, com direto a frases de efeito e histórias hiper fantasiosas do que estava sendo sua vida após abandono de sua vida antiga. A protagonista tenta de forma um pouco obsessiva se aproximar do meio artístico que faz parte da novela, para que saiba qual irá ser o desenrolar dos próximos capítulos.

No entanto vemos por meios de capítulos da novela e por flashbacks que muito provavelmente a protagonista sofria de depressão e não estava satisfeita com a vida em que levava e Debora acaba por sofrer as consequências disso, ou seja, o abandono materno e suas sequelas. Por meio de ambos os pontos de vista exibidos vemos que não há a quem culpabilizar pois cada uma tem sua história e suas prioridades, desejando suprir suas próprias necessidades 

Na minha opinião, o filme foi bem feito e vale muito a pena, a única coisa que senti falta foi o desenrolar da história da Tia de Debora, que foi o motivo para visitar o Rio, pois em nenhum momento mencionaram se ela está bem ou se houve visita, porém como ela tem uma doença difícil, é plausível o motivo de não ser mostrado, podendo desfocar da trama principal.

Com muitos nomes conhecidos da comunicação audiovisuais brasileira, o filme me fez refletir alguns pontos sociológicos citados e representados, histórias que vemos todos os dias dignas de novela das nove e ao mesmo tempo tão banais, tais quais na cena do bar a atriz que representa a Eugênia na novela, é fisicamente importunada por telespectadores devido ao abandono materno retratado na ficção, no entanto atualmente no Brasil 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhos e os homens não são importunados da mesma forma.

O filme traz questões também do meio artístico, sendo eles o relacionamento desse meio, sua hierarquia e normas a serem seguidas.

Minha consideração final sobre o filme "A Vilã das Nove": um drama que faz rir e refletir em determinados momentos, que sensibiliza, toca e desespera em outros momentos, e torcemos para que tudo não vá para o pior final possível.

Sempre recomendo o cinema nacional e esse filme realmente se destaca por prender do começo ao fim os desdobramentos do drama principal de forma instigante e atiçante como tudo vai se resolver ao final de tudo, com um final satisfatório para a audiência e condizente com a grande realidade dos dias de hoje.


                               Trailer:




 Escrito por Ana Carolina Nascimento Pi

Nenhum comentário