[Crítica] A vilã das nove
Sinopse:
O quê eu achei?
A longa-metragem se passa no Rio de Janeiro dos dias atuais, acompanhamos o drama da nossa protagonista, Roberta(Karine Teles), uma professora de canto, está se separando de seu atual marido e convive com sua filha "aborrecente" de 13 anos e tem um segredo a esconder ligado ao nome Eugênia, a qual temos essa primeira pista nas primeiras cenas quando uma senhora se aproxima e tem um desentimento pela razão do motivo que ela fez o que fez.
Ao decorrer do filme, a personagem Debora(Alice Wegmann), chega ao Rio para visitar uma tia doente, ao andar pelas ruas a mesma acaba encontrando um panfleto de um famoso autor de novela das nove a procura de histórias de vida das pessoas, a fim de ter novas inspiração para suas novelas.
Ao decorrer do filme temos os desdobramentos dos dois núcleos, sendo um deles o de Debora, que deu a história de vida de sua mãe e com um toque caricato e exagerado, a novela do famoso autor foi um sucesso de audiência. Aqui vemos as cenas com maior humor, tirando risadas do andamento da novela criada por uma história real e uma pitada de criatividade surreal típicas de telenovelas.
Roberta em seu núcleo se desespera com a história de sua vida sendo contada e aumentada de forma torpe, com direto a frases de efeito e histórias hiper fantasiosas do que estava sendo sua vida após abandono de sua vida antiga. A protagonista tenta de forma um pouco obsessiva se aproximar do meio artístico que faz parte da novela, para que saiba qual irá ser o desenrolar dos próximos capítulos.
No entanto vemos por meios de capítulos da novela e por flashbacks que muito provavelmente a protagonista sofria de depressão e não estava satisfeita com a vida em que levava e Debora acaba por sofrer as consequências disso, ou seja, o abandono materno e suas sequelas. Por meio de ambos os pontos de vista exibidos vemos que não há a quem culpabilizar pois cada uma tem sua história e suas prioridades, desejando suprir suas próprias necessidades
Na minha opinião, o filme foi bem feito e vale muito a pena, a única coisa que senti falta foi o desenrolar da história da Tia de Debora, que foi o motivo para visitar o Rio, pois em nenhum momento mencionaram se ela está bem ou se houve visita, porém como ela tem uma doença difícil, é plausível o motivo de não ser mostrado, podendo desfocar da trama principal.
Com muitos nomes conhecidos da comunicação audiovisuais brasileira, o filme me fez refletir alguns pontos sociológicos citados e representados, histórias que vemos todos os dias dignas de novela das nove e ao mesmo tempo tão banais, tais quais na cena do bar a atriz que representa a Eugênia na novela, é fisicamente importunada por telespectadores devido ao abandono materno retratado na ficção, no entanto atualmente no Brasil 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhos e os homens não são importunados da mesma forma.
O filme traz questões também do meio artístico, sendo eles o relacionamento desse meio, sua hierarquia e normas a serem seguidas.
Minha consideração final sobre o filme "A Vilã das Nove": um drama que faz rir e refletir em determinados momentos, que sensibiliza, toca e desespera em outros momentos, e torcemos para que tudo não vá para o pior final possível.
Sempre recomendo o cinema nacional e esse filme realmente se destaca por prender do começo ao fim os desdobramentos do drama principal de forma instigante e atiçante como tudo vai se resolver ao final de tudo, com um final satisfatório para a audiência e condizente com a grande realidade dos dias de hoje.
Trailer:
Escrito por Ana Carolina Nascimento Pi
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