[News] Melhor Direção de Documentário no Festival do Rio, “A Queda do Céu” termina o mês com exibições na Mostra de SP e no Ji.halva IDFF, principal mostra do gênero documental

 


Destaque de imprensa internacional, "A Queda do Céu" teve sua première brasileira no Festival do Rio, onde levou para casa os Redentores de Melhor Direção de Documentário e Melhor Som - assinado por Marcos Lopes, Guile Martins e Toco Cerqueira. Ainda este mês, o longa será exibido na Mostra de São Paulo, dia 28 de outubro, às 21h20, no Espaço Itaú Augusta. Além dos diretores Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha, o cineasta Yanomami Morzaniel Iramari, um dos fotógrafos do filme, também estará presente no evento. A reprise será no dia seguinte, às 15h45, na Cinemateca. Também no dia 29, o documentário vai até Paris para a sessão de abertura do festival Le Mois du Doc, maior evento de cinema documentário da França, no Centre Pompidou. No dia 30, a produção tem exibição marcada no Ji.halva IDFF, principal festival do gênero documental do mundo. Em novembro, o filme participa do DOC NYC, com presença dos diretores, e do Festival Independente de Barcelona. Além das seleções e premiações, a equipe do filme também anunciou a entrada de uma nova distribuidora americana, a KimStim, e a confirmação da estreia na França em janeiro. 

"A Queda do Céu” tem construído uma extensa trajetória de festivais. Exibido pela primeira vez em Cannes, o filme venceu Melhor Documentário em Guanajuato, no México, e o Prêmio Especial do Júri no DMZ Docs, na Coreia do Sul, um dos principais festivais de cinema asiáticos. Produzido pela Aruac Filmes, o filme é uma coprodução Brasil-Itália, da Hutukara Associação Yanomami e Stemal Entertainment com Rai Cinema, e produção associada francesa de Les Films d'ici. 
O roteiro assinado por ambos os diretores foi baseado no livro homônimo escrito pelo xamã Yanomami Davi Kopenawa e pelo antropólogo francês Bruce Albert. A narrativa, conduzida com a colaboração de Kopenawa, é centrada na festa Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami, que reúne centenas de parentes dos falecidos com a finalidade de apagar todos os rastros daquele que se foi e assim colocá-lo em esquecimento. A partir de três eixos fundamentais do livro (Convite, Diagnóstico e Alerta), o filme apresenta a cosmologia do povo Yanomami, o mundo dos espíritos xapiri, o trabalho dos xamãs para segurar o céu e curar o mundo das doenças produzidas pelos não-indígenas, o garimpo ilegal, o cerco promovido pelo povo da mercadoria e a vingança da Terra. 
O diretor Eryk Rocha entende a função do filme em mostrar a relação entre os povos Yanomami e os napë (os não-indígenas). “O nosso desejo no filme é de que a cultura yanomami seja vista como uma cultura viva, contemporânea e florescente, mas também que a cultura napë veja a si mesma a partir de uma perspectiva xamânica e de uma geopolítica contracolonial”, explica o cineasta. A diretora Gabriela Carneiro da Cunha complementa: “O longa é a expressão cinematográfica do arrebatamento que tivemos ao ler o livro. Mas principalmente da nossa relação e do que foi vivido em carne, osso e espírito ao longo dos últimos sete anos ao lado de Davi, da comunidade Watorikɨ e dos Yanomami. É um filme onde a câmera não olha só para os Yanomami, mas para nós não-indígenas também. E isso sempre foi um fundamento do filme tanto para mim quanto para Eryk. Trabalhamos para fazer um filme que expressasse a materialidade onírica de uma relação”, explica. 
 
“A floresta está viva. Só vai morrer se os brancos insistirem em destruí-la. (…) Então morreremos, um atrás do outro, tanto os brancos quanto nós. Todos os xamãs vão acabar morrendo. Quando não houver mais nenhum deles vivo para sustentar o céu, ele vai desabar.” 
Davi Kopenawa 
 
"Estamos no começo do fim do modelo de predação generalizada dos povos e do planeta inventado pelo ‘povo da mercadoria’ há poucos séculos. A palavra do Davi não é, portanto, uma mera profecia exótica. É um diagnóstico e um aviso." 
Bruce Albert 
 
 
DESTAQUES DA IMPRENSA 
"Um dos planos mais bonitos que Cannes nos ofereceu este ano (...). Já não se trata apenas de transmitir um aviso essencial e uma mensagem de emergência. Nem mesmo um ato criativo que integre técnicos indígenas à equipe de filmagem. Mas de oferecer sons, silêncios, luzes e formas a uma cosmologia que nos repensa. " 
CARRIERS DU CINEMÁ, Thierry Meranger 
 
"Cheio de beleza e fúria, o filme oferece um retrato imersivo de uma comunidade ameaçada. (...) 'A Queda do Céu' apresenta algo mais imediato que um argumento, algo mais poderoso que estatísticas. E, talvez o mais doloroso, oferece as memórias de um idoso Yanomami cuja vida foi revirada por missionários beligerantes que devastaram a sua comunidade e o puseram para trabalhar." 
THE HOLLYWOOD REPORTER, Sheri Linden 
 
“Uma das obras mais necessárias e ardentes de narrativa de não-ficção na memória recente, 'A Queda do Céu' não oferece nenhum conforto, e aponta o dedo com uma retidão feroz enquanto olhamos para o abismo da inescapável catástrofe ambiental que as chamadas “nações desenvolvidas” têm forjado." 
VARIETY, Carlos Aguilar 
 
"É um filme intransigente, que não se curva ao didatismo. (...) Rocha e Cunha não tentam dar tanto conforto aos telespectadores. Em vez disso, estão pedindo ao público que veja, ouça e sinta o mundo do ponto de vista dos povos Yanomami e Watoriki. Essa produção destemida, mesmo quando prolongada, torna 'A Queda do Céu' tão urgente quanto o título exige.” 
SCREEN INTERNATIONAL, Robert Daniels 
 
“Tragicamente atual. Uma obra complementar que captura os ensinamentos muitas vezes apocalípticos que [Davi Kopenawa] prega com imagens líricas e um fluxo paciente.” 
INDIEWIRE, Guilherme Jacobs 
 
"A luta xamânica e ambiental do povo Yanomami é tratada com conhecimento e respeito nesse documentário visualmente atrativo. (...) O que precisamos na atualidade é que a voz dos Yanomamis e de outros grupos que lutam pela própria sobrevivência seja ouvida ao redor do mundo. E os realizadores estão alcançando isso neste documentário." 
THE FILM VERDICT, Lucy Virgen 
 
 
FESTIVAIS E PREMIAÇÕES 
- Melhor Longa Metragem Documentário Internacional no 27º Festival Internacional de Cinema de Guanajuato GIFF 2024  (México) 
- Prêmio Especial do Júri no DMZ Docs 2024 (Coreia do Sul) 
- Prêmio de Melhor Som e Melhor Direção de Documentário no Festival do Rio (Brasil) 
- Festival de Cannes 2024 - Quinzaine de Cinéastes (França) - Estreia Mundial 
- Festival do Rio 2024 - Estreia Brasileira 
- Doc Lisboa 2024 (Portugal) 
- Ji.Halva International Documentary Film Festival 2024 (República Tcheca) 
- L'alternativa Festival de Cinema Independent de Barcelona (Espanha) 
- FIDBA - International Documentary Film Festival Buenos Aires 2024 (Argentina) 
- MIDBO - Mostra Internacional Documental de Bogotá (Colombia) 
- 28º Festival de Cine de Lima 2024 (Peru)  
- Festival Biarritz Amérique Latine 2024  (França) 
- AFI Latin American Film Festival 2024 (EUA) 
- Melbourne International Film Festival  2024 (Australia) 
- DokuFest, International Documentary and Short Film Festival 2024 (Kosovo) 
- Hawaii International Film Festival 2024 (EUA) 
- 4º Citronela Doc - Festival de Documentários de Ilhabela (Brasil) 
- FICA - Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba 2024 (Brasil) 
- Brésil en Mouvements 2024  - Documentary Film Festival (França) 
- Festival La Manufacture d’Idées 2024 (França) 
 
LOGLINE 
Com a ameaça iminente da queda do céu e cercados por garimpeiros e epidemias xawara, o xamã Davi Kopenawa e a comunidade Yanomami de Watorikɨ realiza o ritual sagrado Reahu e confrontam o “povo da mercadoria” com uma contundente crítica xamânica.  
  
SINOPSE 
A partir do poderoso testemunho do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, o filme “A Queda do Céu” acompanha o importante ritual, Reahu, que mobiliza a comunidade de Watorikɨ num esforço coletivo para segurar o céu. O filme faz uma contundente crítica xamânica sobre aqueles chamados por Davi de povo da mercadoria, assim como sobre o garimpo ilegal e a mistura mortal de epidemias trazidas por forasteiros que os Yanomami chamam de epidemias “xawara”, e traz em primeiro plano a beleza da cosmologia Yanomami, dos espíritos xapiri e sua força geopolítica que nos convida a sonhar longe. 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção e Roteiro: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha 
Com  Davi Kopenawa, Justino Yanomami, Givaldo Yanomami, Raimundo Yanomami, Dinarte Yanomami, Guiomar Kopenawa, Roseane Yariana e comunidade de Watorikɨ 
Produtores: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha e Donatella Palermo 
Produtor Associado: Richard Copans 
Direção de Fotografia e Câmera: Eryk Rocha e Bernard Machado 
Câmera Adicional: Morzaniel Ɨramari e Roseane Yariana 
Montagem: Renato Vallone 
Som Direto: Marcos Lopes 
Desenho de Som: Guile Martins 
Mixagem de Som: Toco Cerqueira 
Color Grading: Brunno Schiavon, Giovanni Bivi 
Consultoria: Bruce Albert, Ana Maria Machado, Dário Vitório Kopenawa, Morzaniel Ɨramari e Marília Senlle 
Assistente de Direção: Mariana de Melo 
Produção Executiva: Heloisa Jinzenji e Tárik Puggina 
Direção de Produção: Margarida Serrano 
Tradução Yanomami: Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo Moura e Morzaniel Ɨramari 
Produção Local: Lidia Montanha Castro e Naira Souza Mello 
Gerente de Projeto: Lisa Gunn 
Designer: Sofia Tomic, Camilla Baratucci 
Produção: Aruac Filmes 
Co-produção: Hutukara Associação Yanomami, Stemal Entertainment com Rai Cinema 
Produção Associada: Les Films d'Ici 
 
Apoio: Fondation Cartier pour l’art contemporain, ISA - Instituto Socioambiental, Nia Tero, Ford Foundation, Porticus, CLUA - Climate and Land Use Alliance, Instituto humanize, Instituto Arapyaú, RFN - Rainforest Foundation Norway, NICFI - Norway's International Climate and Forest Initiative, RCA - Rede de Cooperação Amazônica, Instituto Iepé, Instituto Meraki, IRIS - International Resource for Impact and Storytelling, Projeto Paradiso, Amazon Watch e Fondation AlterCiné 
 
ERYK ROCHA | Diretor 
Eryk Rocha, nascido no Brasil em 1978, formou-se em Los Baños, Cuba. Seu primeiro filme, “Rocha que Voa” (2002), foi selecionado em Veneza, Rotterdam, Locarno e outros festivais importantes. Em sua extensa filmografia, destacam-se “Campo de Jogo” (2014), “Breve Miragem de Sol” (2019) e “Edna” (2021) que receberam diversos prêmios e presença em festivais renomados no mundo como CPH:DOX, Telluride, Sundance, MoMa New Directors, Visions du Réel. “Cinema Novo” (2016) recebeu L’Oeil d’Or (Olho de Ouro) Melhor Documentário em Cannes em 2016. 
 
GABRIELA CARNEIRO DA CUNHA | Diretora 
Gabriela Carneiro da Cunha é uma artista brasileira, diretora de teatro, cineasta, atriz, pesquisadora e ativista artístico ambiental que atua há mais de 10 anos com a Amazônia brasileira. É sócia da Aruac Filmes, produtora independente de cinema, e idealizadora do Projeto Margens - Sobre Rios, Buiúnas e Vaga-lumes, projeto multilíngue dedicado à criação artística a partir da escuta do testemunho de rios brasileiros em situação de catástrofe. O escopo deste projeto já incluiu peças de teatro (Guerrilha ou Para a Terra Não Há Desaparecidos (2015) e Altamira 2042 (2019), longas e curtas-metragens documentais, publicações, debates, oficinas, a rede Buiunas - uma rede entre mulheres, rios e arte. O Altamira 2042 integrou a programação dos mais relevantes festivais e espaços teatrais europeus, como Wiener Festwochen, Festival D'automne à Paris, International Summer - Festival Kampnagel Hamburg, Baltic Circle, Holland Festival, Théâtre Vidy-Lausanne, Centre Georges Pompidou e outros. 
No cinema, atua como diretora, produtora, roteirista e assistente de direção. Destacam-se trabalhos como o longa-metragem “Edna” (2021), produzido pela Aruac Filmes que estreou no prestigiado festival suíço Visions du Réel e circulou em mais de 50 festivais ao redor do mundo como Telluride, Doc NY, RIDM, Porto Postdoc e recebeu vários prêmios no Chile, França, Itália, México, Argentina, Turquia e Brasil. Atuou nos filmes “Anna” de Heitor Dhalia, “Breve Miragem de Sol” e “Jards”, de Eryk Rocha, e “O Duelo”, de Marcos Jorge. Recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio por seu trabalho no longa "Anna". Atualmente, Gabriela prepara seu próximo trabalho no teatro com o Rio Tapajós, que estreará em 2024 com coprodução do Teatro Vidy. 
Junto com Eryk Rocha, é produtora dos curtas-metragens Mãri hi - A Árvore do Sonho, Yuri u xëatima thë - A Pesca com Timbó e Thuë pihi kuuwi - Uma Mulher Pensando, dirigidos pelos cineastas Yanomami Morzaniel Ɨramari, Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana, que desde o ínicio de 2023 circulam no circuito de prestigiados festivais internacionais de cinema no Brasil e no mundo, nomeadamente Festival de Veneza, Sheffield Doc Fest, Hotdocs, entre outros. 
Em 2024, lança o filme ‘A Queda do Céu’ seu primeiro longa-metragem como dir etora e co-dirigido e produzido com Eryk Rocha. O filme é produzido pela Aruac Filmes, em co-produção com a Hutukara Associação Yanomami e é uma co-produção entre Brasil, Itália e França. O filme é baseado na obra homônima do xamã Yanomami Davi Kopenawa e do antropólogo Bruce Albert. 
 
ARUAC FILMES | Produtora 
A Aruac Filmes, produtora brasileira, fundada em 2002, vem desde o início de sua trajetória desenvolvendo projetos para diversos segmentos de expressão artística e audiovisual. Com foco na qualidade, tanto na apresentação como nos conteúdos artísticos, a Aruac alinha criação autoral visando ampla comunicação com o público. 
Com uma longa e consistente atuação no mercado audiovisual, teve seus filmes distribuídos comercialmente em cinemas do Brasil e outros países. Além dos principais festivais de cinema do Brasil, teve seus filmes selecionados em festivais internacionais renomados, como Cannes, Berlinale, Veneza, Telluride, IDFA e Rotterdam, Sundance, BAFICI, Locarno, New Directors/New Movies, MoMA, Tribeca (EUA), Guadalajara (México), CPH:DOX (Dinamarca), Havana, RIDM, DMZ Docs, Doc NY e recebeu diversos prêmios ao longo dessa trajetória, entre eles o prêmio de L'Œil d'or (Olho de Ouro) de melhor documentário no Festival de Cannes de 2016. 
Seus filmes também estão presentes nas principais plataformas de streaming, como Netflix, Amazon Prime Video, Dafilms e GloboPlay. Em produção para TV, já realizou séries e programas em parceria com o Canal Brasil, Canal Curta!, GloboNews, TV SESC e CineBrasil TV. 
Paralelamente à produção audiovisual, a Aruac vem nos últimos anos investindo na área de teatro e performance, cujos trabalhos foram apresentados nos festivais de teatro mais prestigiados do Brasil e em diversos países europeus na França, Portugal, Alemanha, Suíça e Áustria. Em 2024, lança a sua mais recente produção “A Queda do Céu”, uma coprodução com França e Itália', filme baseado na obra literária homônima do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, e do antropólogo francês Bruce Albert e com direção de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. 
Atualmente, a Aruac Filmes está em pós-produção do filme 'Elza', filme que acompanha os últimos 8 anos da vida e carreira da artista Elza Soares dirigido por Eryk Rocha e coproduzido com Globofilmes e Maria Farinha Filmes, o filme tem previsão de lançamento para 2025. 
 
HUTUKARA ASSOCIAÇÃO YANOMAMI 
A Hutukara Associação Yanomami (HAY) é uma associação sem fins lucrativos que congrega todo o povo Yanomami e o povo Ye’kwana, que vivem na Terra Indígena Yanomami, situada entre os Estados de Roraima e Amazonas, no Brasil. Foi fundada em 2004, na aldeia Watorikɨ, região do Demini, e tem como finalidade a defesa dos direitos dos Yanomami e Ye’kwana. Davi Kopenawa Yanomami é seu presidente, xamã e grande liderança reconhecido internacionalmente por seu trabalho. Durante as últimas quatro décadas ele tem lutado para garantir a proteção do território Yanomami e o direito de seu povo. Seu filho Dário Vitório Kopenawa Yanomami é vice-presidente da associação e tem desempenhado um importante papel no movimento indígena atual e em esferas internacionais de defesa dos direitos humanos. Entre os principais diretores está também Maurício Ye’kwana, com forte atuação ao lado de Dário como representante indígena da TI Yanomami. 





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