[News]MITsp divulga pré-selecionados para a MITbr - Plataforma Brasil 2025

 MITsp divulga pré-selecionados para a MITbr - Plataforma Brasil 2025


A Plataforma recebeu 454 inscrições de vários estados brasileiros. A curadoria, composta por Ave Terrena, Jay Pather e Kenia Dias selecionou dez espetáculos que poderão ser assistidos por programadores nacionais e internacionais durante a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, entre os dias 13 e 23 de março de 2025


Graça, da Giradança, um dos espetáculos pré-selecionados para a MITbr - Plataforma Brasil de 2025. Crédito: Brunno Martins

 

MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo anuncia os dez espetáculos pré-selecionados para compor o eixo MITbr - Plataforma Brasil da edição de 2025, que acontece entre os dias 13 e 23 de marçoDurante o evento, artistas e grupos poderão ser assistidos por programadores nacionais e internacionais.

Desta vez, a curadoria foi assinada pela dramaturga Ave Terrena, o coreógrafo sul-africano Jay Pather e a diretora Kenia Dias. O trio escolheu os seguintes trabalhos: A Última Ceia, do MEXA (SP); Quadra 16, do Coletivo Conectores (MG); Graça, da Giradança (RN), eu tenho uma história que se parece com a minha, de Tetembua Dandara (SP), Língua, de Vinícius Arneiro (RJ); Baculejo, do Coletivo Riddmis e do Encante Território Criativo (CE); Desmonte, do Grupo Girino (MG); Vogue Funk, de Patfudyda/Wallace Ferreira (RJ); Repertório N.3, de Davi Pontes e Wallace Ferreira (RJ); e Parto Pavilhão, de Aysha Nascimento, Jhonny Salaberg e Naruna Costa (SP).

Os espetáculos abordam temas como luto materno, a imagem da mulher ao longo dos séculos, ancestralidade, a destruição causada pela mineração, respeito à diversidade, luta de classes, racialidade e a vida nas penitenciárias. “Apesar do desafio de escolha diante de uma quantidade enorme de trabalhos inscritos, os curadores procuraram compor um quadro diverso, tanto em termos geográficos quanto de linguagens artísticas e de questões que atravessam a sociedade brasileira atual", analisa Antonio Araújo.

Entre os dias 24 de junho e 24 de julho de 2024, a Plataforma Brasil recebeu 454 inscrições de vários estados brasileiros: 330 do Sudeste, 62 do Nordeste, 31 do Sul, 26 do Centro-Oeste e 5 do Norte. Para participar da seleção, era preciso ser uma companhia ou artista profissional representado por uma pessoa jurídica estabelecida no Brasil. Além disso, o espetáculo devia ser para o público adulto e ter cumprido pelo menos uma temporada nos últimos sete anos, independentemente do número de apresentações.

A MITbr - Plataforma Brasil foi criada em 2018 como um programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras. Desde então, a cada edição, diferentes curadores independentes selecionam projetos de teatro, dança e performance, em um esforço para abarcar diferentes regiões do Brasil e temas urgentes de nosso tempo.

Os espetáculos pré-selecionados da MITbr - Plataforma Brasil 2025

Com direção de João TurchiA Última Ceia, do Grupo Mexa, parte do quadro de mesmo nome de Leonardo da Vinci para atualizar, a partir das suas vivências, as ideias de morte e ressurreição, bem como as possibilidades de se criar uma imagem final para um grupo que vai acabar.

Cris Moreira dirige a peça Quadra 16, do Coletivo Conectores. A trama aborda o luto materno e a invisibilidade da dor durante esse processo, entendendo que, na nossa sociedade, a gravidez é pública, mas a dor da perda é privada.

Em Graça, da Giradança, a coreógrafa Elisabete Finger questiona a forma como as mulheres têm sido retratadas, desde a mitologia antiga à vida contemporânea. Para isso, três performers incorporam posturas e posições encontradas em arquivos pessoais, revistas femininas, anúncios, pinturas e esculturas históricas.

Tetembua Dandara criou a performance/ instalação eu tenho uma história que se parece com a minha a partir de seu livro fotográfico homônimo. Na narrativa, o público acompanha o encontro de uma neta e sua avó, Dirce Poli, com interferências de sua mãe, Neuza Poli, e de sua irmã, Mafoane Odara.

Vinicius Arneiro é o diretor e criador de Língua, peça que conta a história de uma mãe que prepara a festa de aniversário para seu filho, um taxista surdo que cresceu rodeado de ouvintes. O encontro revela os afetos, os dilemas e a diferença cultural entre eles.

Erick FlorMiky Vitorino e Raffa Tomaz são os diretores e criadores de Baculejouma festa-ritual que abre caminhos para aproximar o sagrado do profano, a periferia do centro e o bom humor da tragédia. Em cena, três “crias” precisam mostrar quem são, o que carregam, de onde vem e para onde vão.

Com Desmonte, o diretor Tiago Almeida e o Grupo Girino descortinam narrativas de personagens silenciados pela morte e a destruição causados pela mineração no Brasil. Em um espetáculo sem falas, a obra traz mais de 160 elementos cênicos manipulados por atores, que exploram também bonecos, máscaras e maquetes, trazendo para o centro da dramaturgia a visualidade da cena.

Patfudyda (Wallace Ferreira) dirige Vogue Funk, uma coreografia que celebra o encontro de duas culturas e universos que se assemelham e se complementam. É luta de classes, de gêneros, de espaço. É acolhimento, é artevismo, é política, é sobre vida, sobre(viver). É a favela e a periferia como o epicentro cultural do Brasil contemporâneo. O espetáculo recebeu os troféus ImPulsTanz – Prêmio Jovens Coreógrafos e o Prêmio FOCO ARTRIO.

Davi Pontes e Wallace Ferreira são os criadores de Repertório N.3, cuja proposta é elaborar uma dança de autodefesa. Trata-se de um experimento que aposta na incerteza, no provisório e que opera a partir do duo racialidade-coreografia, e mobiliza a imaginação para direções que possam lidar, de alguma maneira, com a tarefa de enfrentar a violência.

Por fim, Aysha Nascimento, Jhonny Salaberg e Naruna Costa apresentam Parto Pavilhão, obra que coloca em destaque Rose, uma ex-técnica de enfermagem e detenta de uma penitenciária provisória para mães que ajuda as mulheres nos partos, nos cuidados com os filhos e a suportar o peso dos dias dentro das celas. A peça foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2024 nas categorias de dramaturgia e direção.

Calendário oficial da cidade

A partir de 2023, a MITsp passou a integrar o calendário oficial de eventos de São Paulo, um marco importante, que demonstra o compromisso da cidade com a cultura, o intercâmbio artístico e o desenvolvimento cultural.

Os idealizadores Antonio Araujo (Teatro da Vertigem) e Guilherme Marques (Ecum - Encontro Mundial das Artes Cênicas), diretor artístico e diretor geral de produção, respectivamente, reafirmam uma das políticas do evento de fomentar e promover grupos e artistas nacionais. A direção institucional é realizada pelo ator e gestor cultural Rafael Steinhauser.

Em 2025, a MITsp fará sua 10ª edição reunindo um panorama das inovações na investigação da linguagem cênica ao redor do mundo.

Sobre os curadores

Ave Terrena - Dramaturga, diretora teatral, poeta e curadora. Com onze textos já encenados no Brasil, no México e em Portugal, publicou três livros, dois de dramaturgia e um de poesia. Tem formação independente nos teatros de grupo paulistanos, nos quais atua desde adolescente. Professora da Escola Livre de Teatro de Santo André, também atua na comunidade Ballroom, sendo filha da Pioneer House of Hands Up-SP.

Kenia Dias - Professora Adjunta do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília-UnB. Doutora em Comunicação e Semiótica/PUC-SP. Mestre em Arte e Bacharel em interpretação Teatral pela UnB. É diretora e performer.

Jay Pather - Jay Pather é coreógrafo, curador e professor acadêmico, residente na Cidade do Cabo (África do Sul), professor e diretor do Instituto de Artes Criativas da Universidade da Cidade do Cabo. Como curador, trabalhou nos festivais Infecting the City, ICA Live Art Festival, Afrovibes (Países Baixos) e Live Art.

 

Informações à imprensa
Canal Aberto Assessoria de Imprensa

Nenhum comentário