[News]Novo longa de Marcelo Gomes, "Retrato de um Certo Oriente" está na seleção oficial da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Novo longa de Marcelo Gomes, "Retrato de um Certo Oriente" está na seleção oficial da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Baseado em “Relato de um Certo Oriente”, livro de Milton Hatoum vencedor do Jabuti e publicado em diversos idiomas, filme que acompanha a saga de imigrantes libaneses no Brasil no pós-guerra terá exibições nos dias 24 e 29 de outubro
Baseado na celebrada obra de Milton Hatoum, “Retrato de um Certo Oriente”, novo longa-metragem do cineasta Marcelo Gomes, será exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo nos dias 24 (Cinesystem Frei Caneca, às 21h50) e 29 de outubro (Cinemateca, às 14h e 20h30). Ambientada na floresta amazônica, a coprodução ítalo-brasileira que marca o aniversário de 20 anos da Matizar Filmes narra a saga de imigrantes libaneses no Brasil, mergulhando em temas como memória, paixão e preconceito.
Após sua estreia mundial no Festival de Cinema de Rotterdam (IFFR) e uma marcante passagem pelo Festival do Rio, “Retrato de um Certo Oriente” chega ao público paulistano consolidando a participação do diretor pernambucano em importantes festivais internacionais. O filme acompanha a jornada de dois irmãos católicos que fogem da guerra no Líbano de 1949 e embarcam rumo ao Brasil. Durante a travessia, Emilie se apaixona pelo comerciante muçulmano Omar, o que acentua o ciúme de seu irmão Emir, levando a consequências trágicas.
“Imigrantes libaneses chegaram a todos os cantos do Brasil durante o século XX, mas a singularidade do livro de Milton Hatoum, que retrata a história de seus pais e avós, ilustra como esses imigrantes combinaram o estilo de vida amazônico nativo com suas tradições árabes. Meu desejo era capturar a vitalidade dos jovens imigrantes com uma câmera íntima”, revela.
Marcelo Gomes escolheu para os papéis principais os atores Wafa’a Celine Halawi, Charbel Kamel e Zakaria Kaakour – todos libaneses – porque queria dar mais autenticidade às atuações.
“A presença desses atores traz para mim uma verdade. E cada um deles me mostrou sutilezas de sua cultura e de sua religião que enriqueceram o filme”, resume.
Ao adaptar o livro “Relato de um Certo Oriente”, de Milton Hatoum – vencedor do Jabuti em 1990 e traduzido para diversas línguas –, o cineasta foi atraído pelas camadas de memória e alteridade presentes na obra. Para ele, a obra conta uma história de amor entre pessoas de religiões diferentes, algo impossível no Líbano, mas que encontra novas oportunidades na Amazônia. Inspirado pelo desejo de explorar sentimentos românticos e amores proibidos entre jovens imigrantes libaneses, Gomes faz uma reflexão sobre as barreiras culturais e a busca por um futuro melhor, temas já presentes em sua filmografia, como no aclamado “Cinema, Aspirinas e Urubus”.
“Neste filme, como em outros que dirigi, sou fascinado pela ideia de explorar o conceito de alteridade. Acredito que a única maneira de desconstruir preconceitos é ver o mundo através dos olhos dos outros. Eu ousaria dizer que este é, talvez, o único antídoto para combater o fanatismo”.
O pernambucano filmou em preto e branco para manter a conexão com o passado e as memórias dos personagens. Ao lado do diretor de fotografia brasileiro Pierre de Kerchove, acentuou as diferenças de luz entre a Floresta Amazônica e o Oriente Médio, explorando como essas diferenças se refletiam na mentalidade dos personagens.
“Decidimos filmar em preto e branco para trazer uma aura de mistério ao filme e à Floresta Amazônica, retratando aquela imensidão verde em tons de cinza. Além disso, a fotografia em preto e branco é um elemento-chave na narrativa, pois as fotografias são objetos que evocam memórias de dias melhores, despertam esperança e oferecem uma possibilidade de cura para as feridas do passado.”Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
“Retrato de um Certo Oriente” é uma coprodução entre Matizar Filmes, Kavac Film, Gullane, Muiraquitã Filmes, Globo Filmes, Canal Brasil e Misti Filmes, com produtores associados Bubbles Project, VideoFilmes e Orjouane Productions. No Brasil, o filme será distribuído pela O2 Play, da O2 Filmes.
Sinopse
Líbano, 1949. O país enfrenta uma guerra iminente. Dois irmãos católicos, Emilie e Emir, embarcam em uma viagem rumo ao Brasil em busca de dias melhores. Durante a jornada, Emilie se apaixona por um comerciante muçulmano, Omar. Emir, consumido por ciúmes, usa suas diferenças religiosas para tentar separá-los. Antes de chegar ao destino final, durante uma briga, Emir é gravemente ferido em um acidente com arma de fogo. Desesperada, Emilie desce em uma aldeia indígena no meio da selva para buscar ajuda. Após a recuperação de Emir, a chegada a Manaus leva a uma decisão que terá consequências trágicas. Retrato de um Certo Oriente é um filme sobre memória, paixão e preconceito, revelando a saga dos imigrantes libaneses na Floresta Amazônica.
Ficha Técnica
Direção: Marcelo Gomes
Roteiro: Marcelo Gomes, Maria Camargo e Gustavo Campos
Direção de Fotografia: Pierre de Kerchove
Direção de Arte: Marcos Pedroso e Caterina Pepe
Montagem: Karen Harley
Música Original: Mateus Alves, Piero Bianchi e Sami Bordokan
Figurino: Rô Nascimento, Maria Diaz e Fabio Cicolani
Caracterização: Mari Pin, Sonia Penna, Antonio Esposito e Giuseppina Ummaro
Som Direto: Moabe Filho, Pedrinho Moreira, Giacomo Vitiello e Antonio Casparriello
1ª Assistente de Direção: Maria Clara Escobar
Pós-Produção de Som: Fernando Aranha, Bruno Armelin, Bernardo Adeodato e Cristiano Scherer
Pós-Produção de Imagem: Clandestino
Supervisão Internacional: Manuela Mandler e Laura Rossi
Distribuidora: O2 Play
Produção: Matizar Filmes (Brasil)
Coprodução: Kavac Film (Itália), Gullane (Brasil), Misti Filmes (Brasil), Muiraquitã Filmes (Brasil), Globo Filmes (Brasil) e Canal Brasil (Brasil).
Produção Associada: Orjouane Productions (Líbano), Bubble Projects (Brasil) and VideoFilmes (Brasil)
Produtores: Guilherme Coelho, Mariana Ferraz e Ernesto Soto Canny
Produtores Associados: Sabine Sidawi, Tatiane Leite, Emmanuelle Déprats e Maria Camargo
Coprodutores: Eliane Ferreira, Simone Gattoni, Patrick Carrarin, Fabiano Gullane, Caio Gullane e André Novis.
Produtores Executivos: Mariana Ferraz, Ernesto Soto Canny, Eliane Ferreira, Mauro Pizzo e Patrick Carrarin
Sobre a Matizar Filmes
A Matizar Filmes foi criada em 2004, com o objetivo de produzir cinema e televisão sobre temas de relevância ao Brasil, unindo alta qualidade técnica e artística. Recentemente, a produtora lançou o longa Retrato de um Certo Oriente (IFFR), de Marcelo Gomes, e está em pós-produção do longa Neuros, de Guilherme Coelho. A Matizar também é produtora associada do longa MOTEL DESTINO (Festival de Cannes), de Karin Aïnouz. Em 2020, produziu o curta Fotos Privadas, de Marcelo Grabowsky, e o documentário Luz Acesa, de Guilherme Coelho. Em 2018, produziu O Chalé é uma Ilha Batida de Vento e Chuva, de Letícia Simões (Cinelatino Toulouse). Em 2015, lançou Órfãos do Eldorado, de Guilherme Coelho (Festival de Varsóvia e Festival de Chicago). Em 2012, realizou o documentário Bruta Aventura em Versos, de Letícia Simões (Festival do Rio e Mostra de Cinema de São Paulo). De 2006 a 2011, a Matizar Filmes produziu a série de documentários Retratos Contemporâneos da Arte, composta por Um Domingo com Frederico Morais (2011), de Guilherme Coelho; 5+5+ (2010), de Rodrigo Lamounier; Cildo (2009), de Gustavo Rosa de Moura; e Fernando Lemos, Atrás da Imagem (2006), de Guilherme Coelho. Em 2007, produziu o documentário PQD, de Guilherme Coelho. E em 2003, produziu o documentário Fala Tu, também de Guilherme Coelho (Berlinale; melhor diretor e melhor filme do público no Festival do Rio). A produtora também produziu os filmes Jogo de Cena (2007) e Moscou (2009), do renomado documentarista Eduardo Coutinho.
Mais informações no site da Matizar Filmes.
Sobre a O2 Play
A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes. A distribuidora faz parte do grupo O2, que também tem como sócios o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro. Em atividade desde 2013, a O2 Play se diferencia das demais distribuidoras por trabalhar, além do cinema, TV e vendas internacionais, o VOD (Video on Demand) – licenciando conteúdo para além de 30 plataformas digitais.
Já foram quase 100 filmes lançados em cinemas, entre títulos brasileiros premiados, como Sócrates, Chorão - Marginal Alado, Raquel 1:1, O Homem Cordial, Urubus e Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você, e internacionais, em parceria com a Netflix, como O Irlandês, Dois Papas, Não Olhe Para Cima, Bardo e Pinóquio por Guillermo Del Toro – estes dois últimos indicados ao Oscar® 2023.
A lista de longas ainda inclui parcerias com a MUBI: Annette, que abriu o Festival de Cannes 2021 e conquistou o Prêmio de Melhor Direção; Crimes of the Future, que estreou no Festival de Cannes 2022; o vencedor do Oscar® 2022 de Melhor Filme Internacional Drive My Car; o vencedor do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes 2022 Holy Spider; o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Ator Aftersun; o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Filme Internacional Close; o indicado a Melhor Design de Produção no British Independent Film Awards 2023 Medusa Deluxe; Os Quatro Diabos, que integrou a Seleção Oficial da Quinzena dos Realizadores em Cannes 2023; o indicado a Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Berlim 2023 Passagens; Estranha Forma de Vida, aclamado média-metragem de 2023 de Pedro Almodóvar; e Priscilla, o mais recente e aguardado drama da diretora e roteirista vencedora do Oscar® Sofia Coppola.
Mais informações no site da O2 Playhttps://o2play.com.br/.
Nenhum comentário