[Crítica] Ana Canta Cassia "Estranho seria se eu não me apaixonasse por você"
Eu estava ansiosa para o show, que já era um grande sucesso de público e crítica. A turnê “Ana canta Cássia – Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse Por Você” percorreu mais de 50 cidades e encantou mais de 350 mil pessoas ao longo de dois anos, incluindo apresentações inesquecíveis em Lisboa e Porto, com ingressos esgotados. Eu sabia que estava prestes a vivenciar algo muito especial, uma verdadeira homenagem ao legado de Cássia Eller, com a voz poderosa de Ana Carolina, uma das maiores artistas da nossa música.
No Rio de Janeiro, no dia 23 de novembro, a atmosfera no Qualistage estava vibrante. Ao longo de cinco atos cuidadosamente orquestrados, Ana Carolina se entregava completamente à magia da turnê. O show, dirigido por Jorge Farjalla, começava com “Cartas”, trazendo toda a poesia que marcava o repertório de Cássia. Fui tomada por uma sensação de nostalgia e emoção ao ouvir as canções que, mesmo com o passar do tempo, continuam intensas e atuais. Em seguida, o ato “Palavras” me levou por outros universos das duas cantoras, revelando a paixão delas pelo samba e por ritmos que sempre marcaram a nossa música.
O momento de “Sabotagem” foi outro destaque. Ali, Ana Carolina mergulhou na rebeldia de Cássia, com suas letras irônicas e questionadoras, refletindo a força e a ousadia da cantora que até hoje nos inspira. Depois, o bloco “Girassol” trouxe de volta a delicadeza, fazendo o público suspirar e se emocionar com a beleza da canção. Para fechar, um bis imperdível, com hits que Ana Carolina sabe como ninguém entregar com toda a sua intensidade.
A banda era impecável, com músicos talentosos como Juliano Valle, Theo Silva, e Thiago Faria, que deram uma nova vida às músicas de Cássia, ao mesmo tempo em que preservaram a essência da cantora. Eu me senti tocada não apenas pela força da voz de Ana, mas pela entrega dela a esse projeto tão pessoal e significativo.
Ana Carolina, como sempre, demonstrou sua versatilidade e genialidade como cantora, compositora e arranjadora, e ali, no palco, se entregou de corpo e alma ao legado de Cássia. Durante a turnê, Ana compartilhou que o projeto a fez se reconectar com sua própria musicalidade e reaproximá-la de Cássia de formas que ela nunca imaginou. E eu, como espectadora, não poderia deixar de me emocionar, acompanhando esse reencontro tão bonito e tão cheio de significado.
Ao final do show, fiquei com uma mistura de sentimentos: a alegria de ter vivido aquele momento único, mas também a saudade de uma cantora que nos deixou cedo demais, mas cuja música nunca será esquecida. Sem dúvida, esse espetáculo ficará marcado na minha memória, como um tributo digno à inesquecível Cássia Eller.
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