[News] LIVROS E ENCONTROS NA MOSTRA ENTRE, PALAVRAS NO ATELIER FERNANDO JAEGER

Os alunos do curso de Design de Interiores da Universidade Candido Mendes, em Ipanema, vão tomar conta do Atelier Fernando Jaeger, a partir de 27 de novembro. Tudo por conta da mostra “Entre, Palavras’”, que vai ocupar o casarão da rua Corcovado, no Jardim Botânico, até 15 de fevereiro de 2025. A proposta do evento foi lançar o desafio, para os alunos criarem uma decoração surpreendente em cinco ambientes da casa, além da loja VITRINE, tendo o tema LIVROS como inspiração.

E como o Atelier está respirando literatura, Regina Kato trouxe a Janela Livraria e a editora Mapa Lab para dentro do espaço, promovendo o evento Entre, Palavras - Ler e Escrever. Serão quatro encontros durante o mês de dezembro e a proposta é discutir um tema diferente sobre o que inspira os autores publicados pela editora na série Plaquetes. Dia 4/12 (quarta, 19h), Paula Gicovate e Camila Perlingeiro falam sobre Ler e Escrever SOBRE O AMOR; dia 7/12, (sábado, 11h), é a vez de Su Amelia e Priscila Sztejnman com Ler e Escrever SOBRE AMADURECER e dia 11/12 (quarta, 19h), Julia Wahmann e Eugênia Ribas-Vieira debatem Ler e Escrever SOBRE SI. Heloísa Seixas e Bianca Ramoneda encerram o ciclo de conversas dia 18 (quarta, 19h), com Ler e Escrever SOBRE O TEMPO

A mostra “Entre, Palavras’” conta com cinco ambientes decorados e produzidos por 20 alunos do último período do curso de Design da Candido Mendes - divididos em grupos -, com a mentoria do arquiteto Pedro de Hollanda, professor da turma e sócio do Aocubo Arquitetura.

Cada ambiente tem uma dupla de escritores como inspiração. São eles Itamar Vieira e Martha Batalha; Arnaldo Antunes e Ferreira Gullar; Torquato Neto e Hilda Hilst; Fernanda Young e Carla Madeira; Cartola e Matilde Campilho; Ana Cristina César e Manoel de Barros.

- Queríamos que os autores que inspiram os espaços e os livros, em si, fossem parte integrante do visual de cada ambiente. A ideia é trabalhar com palavras em diferentes formas e formatos”, afirma Regina Kato, dona da marca e curadora do evento, ao lado da jornalista Simone Raitzik, que reforça a proposta: “Incentivamos os participantes a montarem espaços permeados de personalidade”.

OS AMBIENTES

“O Silêncio” (Sala de estar) - Homenagem a Cartola e Matilde Campilho

O espaço promove uma ode ao silêncio em uma sala de estar que convida ao recolhimento, ao mesmo tempo em que exibe as marcas do desajuste e das pedras que compõem toda jornada. O conceito minimalista é traduzido através de uma linguagem com paleta em tons neutros e uso de materiais que evocam a natureza. Em destaque, no ambiente: uma árvore flutuante, simbolizando nossa "semente interior", que, ao ser cuidada, floresce e se torna vigorosa. Criação:André Vieri, Fabrícia Moubayedie e Mariana Betting

“Ousadia & Transgressão” (Sala de Jantar) - Homenagem a Hilda Hilst e Torquato Neto

Para abraçar a intensidade, a profundidade emocional e a transgressão da vida e da arte de Hilda Hilst e Torquato Neto, as designers usaram na sala de jantar tons intensos e fortes. Criam ali a brincadeira de um jantar fictício, onde os autores trocam suas visões de mundo.

Criação: Ana Luiza Saboia, Isabela Alvim, Daniele Alcantara e Kiki Arruda

“Tramas & Raízes” (Sala de leitura) - Homenagem a Itamar Vieira e Marta Batalha

Inspirado nas obras dos autores Martha Batalha e Itamar Vieira, o ambiente traz uma atmosfera especialmente acolhedora, o pouso para a persona escritora e criativa da moradora. Na estante, um mix de coleções de arte popular brasileira se misturam a fotos, livros e peças antigas, refletindo um espaço plural, repleto de personalidade, e onde as narrativas estão presentes. Destaque para a luminária-arte de Antonio Medeiros.

Criação: Adriana Góes, Bel Tinoco e Angélica Miranda

“Oásis urbano” (Varanda e Jardim) - Homenagem a Arnaldo Antunes e Ferreira Gullar

Inspirada pela obra de Arnaldo Antunes e Ferreira Gullar, a varanda explora a dualidade entre movimento e introspecção, capturando a essência do convívio e da contemplação. Os visitantes são convidados a uma experiência sensorial onde a natureza e a cidade se encontram em perfeita harmonia. A paleta de cores privilegia verde, ocre, madeira e grafite, refletindo a harmonia entre o natural e o urbano, aliando peso e leveza, em doses equilibradas. No teto, destaque para a luminária com descartes de plástico da Pirilampos.

Criação: Maitê Chalfin, Crosara, Camila Petterle e Cris Marto

“O Caos” (Quarto) - Homenagem a Carla Madeira e Fernanda Young

O projeto reúne aconchego, sofisticação, intensidade e ao mesmo tempo o maximalismo, através da paleta de cores e da diversificada curadoria de obras de arte e objetos garimpados. O olhar é atraído pela parede que reúne memórias, como um álbum exposto e revela o real e o imaginário que transborda na escrita de Fernanda e Carla. Destaque para a móbile-arte de Virgilio Bahde.

Criação: Cândida de Moraes, Carolina Guimarães e Flávia Duarte (Participação especial: Manuela Rodrigues e Francine Fernandes)

“Nossas avós sabiam que a lua não fica cheia em um dia” (Corredor)

A proposta foi valorizar especialmente a arquitetura generosa da casa centenária, com sancas e pé direito alto. Teto e paredes brancos dão destaque a obra “Nossas avós sabiam que a lua não fica cheia em um dia”, das artistas cariocas, e irmãs, Alice e Gabi Gelli. Frases escritas com letras feitas de crochê de linha azul, presas por pequenos alfinetes, são resultado de uma pesquisa da dupla sobre a perspectiva do encontro, da troca e do tempo.

“O vazio” (Vitrine Von Martius) - Homenagem a Ana Cristina César e Manoel de Barros

No desimportar dos significados das palavras de Manoel de Barros ao diálogo quase monólogo e intimista de Ana Cristina César, parece haver um vazio. Ou melhor, parecem brotar múltiplos vazios. O projeto da vitrine encontra nesses vazios a simplicidade das formas primitivas e orgânicas como é o pulsar da poesia. As cores se manifestam na areia, nas folhas, no barro do tijolo ou na textura da madeira de nossa ancestralidade.

Criação: Renato Estrella e Ana Luiza Saboia*

SOBRE O ATELIER

Essa não é a primeira vez que o Atelier Fernando Jaeger abre as portas para o coletivo. Desde 2021, Regina começou a promover esses encontros, unindo arquitetos, artistas plásticos, designers e paisagistas para ocupar o casarão, a fim de movimentar o espaço depois da pandemia. Junto com Simone, ela está sempre criando eventos, como as mostras “Atelier Botânico”, “10 x 12 – 10 ambientes, 12 ceramistas” e “A casa de quem cria” e, recentemente, “Sobras e restos nos interessam”, entre outros.

Sócia de Fernando Jaeger desde 1998, a designer descobriu, por acaso, o casarão tombado na rua Corcovado, no Jardim Botânico em 2005, e decidiu criar o atelier, apostando em um ambiente diferente para apresentar sua linha de móveis e objetos. Construído no final do século XIX, o imóvel pertenceu a um profissional da antiga fábrica de tecidos América Fabril e também já teve seu uso associado ao design, quando abrigou o restaurante Papo de Anjo, do arquiteto Sérgio Rodrigues, nos anos 1960.

- Acho importante promover estes encontros. Essa casa é uma relíquia do século passado, com pé direito alto, janelões e uma arquitetura original, que merece ser visitada. Esses encontros e exposições são uma forma de incentivar esse acesso. – afirma Regina.

ENTRE, PALAVRAS

ATELIER FERNANDO JAEGER - RUA CORCOVADO 252 - JARDIM BOTÂNICO

VITRINE FERNANDO JAEGER

Rua Pacheco Leão 320 - Bloco A - Loja F* (Ao Lado Do La Bicyclette)

Horário de Funcionamento: de segunda a sexta, de 10h às 19h

Sábado, de 10h às 15h

De 27 de novembro de 2024 a 15 de fevereiro de 2025

ENCONTROS ENTRE, PALAVRAS Ler e Escrever.

ATELIER FERNANDO JAEGER - RUA CORCOVADO 252 - JARDIM BOTÂNICO

Dia 4/12 (quarta, 19h) - SOBRE O AMOR - Com Paula Gicovate e Camila Perlingeiro

Dia 7/12, (sábado, 11h) - SOBRE AMADURECER - Com Su Amelia e Priscila Sztejnman

Dia 11/12 (quarta, 19h) - SOBRE SI - Com Julia Wahmann e Eugênia Ribas-Vieira