Um dos principais nomes do cinema paulistano atual, Cristiano Burlan é tema da mostra BELA FILMES APRESENTA: UMA RADIOGRAFIA PAULISTANA que exibirá alguns de seus longas no CINE MATILHA entre os dias 14 e 16 de novembro, com sessões gratuitas seguidas de debates.
A mostra começa (14/11, às 18h) com MATARAM MEU IRMÃO, documentário de 2013, no qual o cineasta reconstrói os eventos que resultaram na morte de seu irmão, Rafael, em 2001. Partindo de um lugar altamente pessoal, o filme investiga a violência na periferia paulistana. A sessão é seguida de debate com o cineasta, educomunicador e poeta Daniel Fagundes.
No dia 15, às 15h, será exibido ESTOPÔ BALAIO (2016), no qual Burlan acompanhou o coletivo paulistano de artistas entre 2014 e 1016. A sessão é seguida de debate com o cineasta Gregório Graziosi. Ainda no dia 15, às 18h, é a vez da ficção FOME (2015), que acompanha um homem que abandonou seu passado e perambula pelas ruas de São Paulo. O debate sobre o filme será com a crítica de cinema Isabel Wittmann.
No sábado (16), a sessão das 17h, será apresentado ANTES DO FIM (2017), que traz Jean-Claude Bernardet e Helena Ignez, como dois personagens que abordam a morte de si mesmo e de suas imagens no cinema nacional. A jornalista Beltrina Côrte debaterá o filme. Por fim, no mesmo dia, às 19h, será exibido SINFONIA DE UM HOMEM SÓ (2012), que parte da música concreta “Sinfonia para um homem só” de Pierre Henry (1950), para contar a história de um homem que sai do interior, e vai em busca de uma vida melhor em São Paulo. A jornalista Lorenna Montenegro debate o longa.
Este projeto foi contemplado no EDITAL LEI PAULO GUSTAVO SP Nº 16/2023 do Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, o Governo Federal, o Ministério da Cultura e a Lei Paulo Gustavo.
Programação
14/Nov - 18h: MATARAM MEU IRMÃO, debate com Daniel Fagundes
Reconstituindo os detalhes da morte de seu irmão, Rafael Burlan da Silva, ocorrida há 12 anos, o cineasta Cristiano Burlan lança-se a uma jornada pessoal que conduz ao coração de um círculo de violência em torno dos bairros da periferia paulistana – como o Capão Redondo, onde morava a família e o irmão, de 22 anos, foi morto com sete tiros, em 2001. Explorando as razões do envolvimento do irmão com drogas e roubo de carros, o diretor expõe partes de sua própria história familiar, ouvindo parentes e amigos, cujos depoimentos trazem à tona os destinos de diversos personagens, mapeando o histórico de dolorosas feridas emocionais.
15/Nov - 15h: ESTOPÔ BALAIO, debate com Gregório Graziosi
Durante os anos de 2014 a 2016, o diretor Cristiano Burlan acompanhou o Coletivo Estopô Balaio em seu cotidiano no bairro e durante temporadas em outros lugares. Estimulado pela comunhão do teatro com a comunidade, surgiu a ideia de realizar um longa-documentário a partir da inquietação: Como opera a arte em situações de trauma social? O filme Estopô Balaio fez sua pré-estreia no 11o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, em 2016. O filme apresenta duas narrativas norteadoras para contar a história da presença do Coletivo Estopô Balaio no bairro do Jardim Romano. O teatro, a vida, a cidade, os processo de migração, as enchentes estão presentes na obra.
Nas veredas da metrópole paulistana, um velho homem abandona o passado e deambula na invisibilidade. Carrega consigo apenas um carrinho, alguns trapos e a velhice. Depois que se viu a morte é possível morrer de amor por alguém?
16/11 - 17h: ANTES DO FIM, debate com Beltrina Côrte
Jean sente-se preso na lógica de longevidade e decide planejar sua morte conscientemente. Para isso, ele convida Helena para um suicídio a dois, e mesmo hesitante, ela o ajuda em seus planos. Juntos eles preparam todos os detalhes para o funeral, mas enquanto seguem em direção à morte se dão conta de que antes do fim ainda há uma vida inteira.
16/11 - 19h: SINFONIA DE UMA HOMEM SÓ, debate com Lorenna Montenegro
Inspirado na obra prima da música concreta “Sinfonia para um homem só” de Pierre Henry (1950), o filme narra a história de um homem comum, que sai do interior do Brasil para tentar a vida em São Paulo. A cidade, em seu perpétuo processo de construção e desconstrução vista a partir do microcosmo de um canteiro de obras, seus trabalhadores e uma profusão de máquinas em plena atividade. A revolta metafísica deste personagem é a revolta do homem contra sua condição e contra tudo aquilo que o humilha.
Sobre Cristiano Burlan
Nascido em Porto Alegre em 1975, é diretor de teatro e cinema. Na década de noventa, morou em Barcelona, onde dirigiu o grupo de cinema experimental super-8. Em São Paulo, esteve à frente do grupo de teatro A Fúria. É também professor da Academia Internacional de Cinema (AIC), na EScola Superior de Artes Célia Helena e na Universidade do Estado do Amazonas.
CINE MATILHA
Rego Freitas, 542 - 3º andar
República, São Paulo
Sobre o Cine Matilha
O Cine Matilha é um ambiente pet-friendly e acolhe regularmente o público junto com seus animais de estimação. Com capacidade para 68 espectadores, incluindo 2 lugares para cadeirantes, proporcionando uma experiência cinematográfica inclusiva.
A programação é gratuita.
Sobre a Matilha Cultural
Em maio de 2024, a Matilha Cultural celebra 15 anos de existência como uma entidade independente e sem fins lucrativos. Sediada em um edifício de três andares no coração de São Paulo, o espaço abriga um espaço de exposições, uma sala multiuso, um bar e um cinema com 68 lugares. Fundada em maio de 2009 por um coletivo de profissionais de diversas áreas, a Matilha tem como missão primordial apoiar e promover produções culturais e iniciativas socioambientais do Brasil e do mundo.
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