[News]MC de Salvador, Rua 06 lança EP “Terror Nenhum”

 MC de Salvador, Rua 06 lança EP “Terror Nenhum”






Foto: Wander Scheeffër


MC desfila rimas que foram afiadas pelas ruas de Salvador e destaca a proximidade percussiva do grime com o pagodão baiano.


Ouça aqui:
https://rua06.lnk.to/TerrorNenhumPR



O surgimento de Cajazeiras, no miolo de Salvador, indicava que “uma cidade de 150 mil habitantes” estava nascendo no centro da capital baiana. De lá, surgiu o nome e o MC Rua 06, que lança pela Leigo Records e pela Deck seu trabalho de estreia, “Terror Nenhum”, nesta quinta-feira.


Através de rimas que se fundem no andamento das bases, Rua 06 apresenta em “Terror Nenhum” um repertório que, apesar dos esforços do MC para, em suas palavras, “variar de tema”, surge como forma de expressão de raiva.


Rua 06 versa sobre a falta de medo de encarar os desafios e desafetos, na vida e na cena, como afirma na faixa-título do trabalho: “Seu som é o comum, o meu não tem nada igual / Escrevo a favela, é a vida real / Terror pros fake, sou original / Vocês são cosplayer de marginal”. 


Quando eu parava pra canetar, era só aquilo que eu estava sentindo”, conta o MC sobre o processo de composição. “Fiquei muito inconformado com a situação que eu estava e fiquei cheio de ódio mesmo, então deixei acontecer, ser o mais sombrio que eu podia ser ali. Também foi daí que surgiu o nome do EP”, completa.


Foto: Wander Scheeffër


A formação musical de Nid, artista por trás do vulgo, passa pelo incontornável pagodão baiano. “Não tinha pra onde correr, era por osmose mesmo. Quando passei a curtir o swing, o groove, a métrica da percussão, percebi que o grime lembra muito o pagodão”, conta o MCDVDs piratas dos anos 2010 que apresentaram a Rua 06 o trabalho de artistas como Dizzee Rascal, e pela escola Pracatum, projeto encabeçado por Carlinhos Brown em Salvador.


Com produção musical de ANTCONSTANTINO e Taleko, “Terror Nenhum” busca na estética suja e grave da velha escola do grime elementos que unem referências britânicas e brasileiras, aproximando universos que se encontram cada vez mais nas produções do gênero no Brasil.

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