[News]Para Meu Amigo Branco se apresenta sábado (14) e domingo (15) na Mostra 2024 em Cena, no Teatro Arthur Azevedo

 Livremente inspirada em livro homônimo de Manoel Soares, peça Para Meu Amigo Branco participa da Mostra 2024 em Cena, com sessões no Teatro Arthur Azevedo

 

Com direção de Rodrigo França, que assina o texto com Mery Delmond, espetáculo enfoca um caso de racismo na escola e volta a cidade a convite da Mostra 2024 em Cena, após sessões esgotadas em diversas cidades

 


Crédito: Ágatha Flora


 

Durante uma reunião escolar entre pais e professores, um homem levanta um importante debate sobre racismo: sua filha de 8 anos foi chamada de “negra fedorenta” por um colega branco. Esse é o mote do espetáculo “Para Meu Amigo Branco”, com direção de Rodrigo França, retorna à São Paulo após bem-sucedidas temporadas no Rio de Janeiro, em 2023, em São Paulo e Salvador em 2024. Essa nova chance para assistir ao espetáculo é fruto do projeto Mostra 2024 em Cena que acontece do dia 6 ao dia 15 de dezembro nos teatros municipais da prefeitura, com realização da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. As apresentações acontecem no Teatro Arthur Azevedo nos dias 14 e 15 de dezembro, com sessões no sábado, às 18h e 21h, e no domingo, às 19h.

 

Livremente inspirada no livro homônimo do jornalista e ativista social Manoel Soares, a peça venceu o edital Sesc RJ Pulsar (2023), os Editais da Caixa Cultural Salvador (2024) e Recife (2025)  e foi indicada ao Prêmio Shell de melhor cenário 2023. Na trama, enquanto a escola prefere lidar com a questão da violência contra a garota apenas como um mero bullying, seu pai, interpretado por Marcelo Dog, luta para mostrar aos presentes que a situação é bem mais complexa. O impasse ganha novos contornos quando um pai branco (Alex Nader), inicialmente solidário à causa, muda de comportamento ao descobrir que seu filho é o responsável pela agressão.

 

O texto é assinado por Rodrigo França, que atualmente concorre ao Prêmio Shell de Dramaturgia no Rio de Janeiro por "Angu", e Mery Delmond. A ideia é que personagens brancos e negros discutam o racismo em cena, estimulando a plateia a refletir sobre as suas ações cotidianas.

 

Para isso, o público deixa de ser passivo. “A encenação faz o possível e o impossível para que as pessoas esqueçam que estão no teatro e mergulhem na realidade da reunião escolar. Ou seja, além de os espectadores estarem posicionados como se estivessem dentro da ação, a atriz que interpreta a professora circula entre todo mundo, incluindo todos os presentes naquele ambiente”, conta França.

 

“O espetáculo fala sobre uma figura paterna incansável, que não tolera o racismo e deixa isso bem claro. A peça clama por dignidade. O texto defende que só é possível respeitar o outro se enxergarmos a humanidade do outro”, defende França. 

 

Também foi importante para o diretor o fato de esse personagem combativo ser um pai. “Embora o abandono paternal seja uma realidade bastante presente, esse fato não é uma verdade absoluta. Acredito que devemos oferecer bons exemplos para as crianças e jovens, mostrando que é possível viver de uma maneira diferente”, argumenta.

 

Para Manoel Soares, o histórico de racismo no Brasil coloca as vitórias da comunidade negra sempre em segundo plano. “Tudo que os pretos têm de positivo acaba sendo ofuscado pela agenda da dor. Essa agenda só vai deixar de existir se for dividida com as pessoas de pele clara”, analisa o comunicador e ativista.

 

Repercussão do espetáculo
A peça foi sucesso de público e crítica em suas duas primeiras temporadas no Rio de Janeiro, no Arena do Sesc Copacabana, e no Teatro Domingos Oliveira em 2023, como também em São Paulo no Sesc Belezinho e na Caixa Cultural Salvador em 2024. Segundo a crítica, é um espetáculo “para ver e rever”, “traz verdades difíceis de engolir” e pode causar “uma bela revolução interior”. Por esse motivo, tem sido intensa a procura pela peça por instituições e empresas interessadas em debater o racismo no interior de suas engrenagens.

 

“Muitas pessoas que se dizem não racistas acabam reproduzindo o racismo sem se dar conta. Ao assistir ao espetáculo, elas percebem que precisam se autofiscalizar e modificar seus comportamentos”, comenta o diretor e dramaturgo.

 

A idealização é do diretor, produtor e jornalista João Bernardo Caldeira.

 

Sobre a encenação
Em relação ao cenário, Clebson Prates buscou sublimar os padrões de conduta da branquitude dominante e hegemônica de uma escola de elite. Por isso, o linóleo, a lousa e as carteiras escolares têm a cor branca. Ao mesmo tempo, diversos livros de autores negros estão suspensos no ar. Por esse trabalho impactante, o cenógrafo concorre ao Prêmio Shell de 2023 pelo Rio de Janeiro.

 

Crédito: Ágatha Flora

 

Os espectadores são convidados a se sentar nas carteiras, dispostas em formato circular. E, contribuindo ainda mais para unir público e atores, a iluminação de Pedro Carneiro é bastante viva, quase simulando um ambiente real. 

   

“Se uma sociedade é racista, suas instituições também são. E a escola é um espaço onde as máscaras não se sustentam por muito tempo. Assim, não foi difícil pensar nessa história. O livro do Manoel Soares é um manual antirracista, e eu, que sou professor há mais de 20 anos, já ouvi muitos absurdos de educadores e dos responsáveis pelos alunos nas reuniões”, conta França.

 

Inclusive, um levantamento divulgado pelo Ipec (Instituto de Referência Negra Peregum) e o Projeto SETA mostrou que 81% da população entre 16 e 24 anos afirma que o Brasil é um país racista e que 64% dos brasileiros dizem que racismo começa na escola.

 

Mery Delmond ainda complementa: “a partir do olhar sobre a branquitude, a peça desnuda as problemáticas do racismo e localiza o ‘sujeito branco’ como um indivíduo racializado dentro da estrutura de uma sociedade ainda tão racista como a nossa”.

 

SOBRE O DIRETOR E DRAMATURGO
Rodrigo França 
é cineasta, articulador cultural, ator, diretor, dramaturgo, escritor e artista plástico. Escreveu sete peças teatrais, como "O Pequeno Príncipe Preto", "Capiroto" e "Inimigo Oculto". Entre as obras que dirigiu estão "Oboró - Masculinidades Negras", "O amor como revolução", "Enlaçador de mundos” e “Jorge para sempre Verão”. Ganhou o Prêmio Shell de Teatro 2019, na categoria Inovação, pelo Coletivo Segunda Black, no qual é cocriador e curador, iniciativa também contemplada com o 18º Prêmio Questão de Crítica. Além disso, é filósofo político e jurídico, atuando como pesquisador, consultor e professor de direitos humanos fundamentais. É ativista pelos direitos civis, sociais e políticos da população negra no Brasil.

 

SOBRE OS ATORES
Marcelo Dog é ator e já recebeu e foi indicado a diversos prêmios. Foi vencedor em 2007 como Melhor Ator em O ovo de Colombo; em 2009 indicado como Melhor Ator em O milagre do santinho desconfiado; em 2011 indicado como Melhor Ator em Leonardo O pequeno gênio da Vinci no Festival Internacional de cinema de Atibaia em São Paulo; em 2008 ganhou o Prêmio SATED como Melhor ator em O Brilho dos meus Olhos; No Festival de cinema de Belo Horizonte em 2007 foi indicado como Melhor Ator em O Brilho dos meus Olhos no Prêmio Shell e em 2007 na Categoria Especial com a peça Superiores. 

 

Alex Nader começou no teatro aos 11 anos, tendo estudado com nomes como Domingos Oliveira, Hamilton Vaz Pereira, Moacir Chaves e Fabio Barreto. Em 2003, formou-se em Cinema pela Unesa. No teatro, destaca-se por “O Âncora”, “Caranguejo Overdrive” (vencedor dos prêmios Cesgranrio, Shell e APTR nas categorias Texto e Direção) e “A Paz Perpétua” (direção de Aderbal Freire Filho). Na TV, seus últimos trabalhos foram a novela “Quando Mais Vida Melhor”, da TV Globo; e as séries da Globopay “Arcanjo Renegado”, dirigida por Heitor Dhalia; e a segunda temporada de “A Divisão”, dirigida por Vicente Amorim.

 

SOBRE A ATRIZ
Stella Rodrigues
 é atriz, cantora e produtora com mais de 30 anos de carreira. Formada pelo Centro de Artes Calouste Gulbenkian, já participou de espetáculos como “O Abre Alas- 150 anos de Chiquinha Gonzaga”, “Cole Porter, ele nunca disse que me amava”, “Suburbano Coração”, “A Ópera do malandro”, “A Presença de Guedes”, com direção de Irene Ravache, “Toilete”, de Walcyr Carrasco, e “Uma Professora Maluquinha”, cuja atuação lhe rendeu uma indicação de melhor atriz no Troféu Mambembe. Entre 2017 e 2019, protagonizou o musical "Emilinha".

 

SOBRE A ATRIZ E DRAMATURGA
Mery Delmond 
é uma atriz, produtora, diretora e roteirista que se dedica ao desenvolvimento de projetos criativos e culturais desde 2015. Em parceria com a produtora Diverso Cultura e Desenvolvimento, implementou várias iniciativas nas áreas de teatro, cinema/audiovisual, música e literatura, com enfoque em questões raciais, de gênero e de diversidade, com destaque para “Contos Negreiros do Brasil”, “Oboró Masculinidades Negras”, “O amor como Revolução”, “O Pequeno Príncipe Preto” e “Inimigo Oculto”.

 

SINOPSE
Pais e professores discutem o caso de racismo vivido pela menina Zuri, de 8 anos, chamada de “negra fedorenta” por um colega branco da escola.

 

FICHA TÉCNICA
Inspirado no
 Livro de MANOEL SOARES
Texto RODRIGO FRANÇA E MERY DELMOND
Direção RODRIGO FRANÇA
Elenco MARCELO DOG E ALEX NADER
Atrizes Convidadas STELLA MARIA RODRIGUES E MERY DELMOND
Direção de Movimento TAINARA CERQUEIRA
Cenário CLEBSON PRATES
Figurino MARAH SILVA
Iluminação PEDRO CARNEIRO
Trilha Sonora Original DANI NEGA
Consultoria Pedagógica CLARISSA BRITO
Consultoria de Representações Raciais e de Gênero DEBORAH MEDEIROS
Fotografia AFROAFETO POR GABRIELLA MARIA, SABRINA DA PAZ E ÁGATHA FLORA
Arte Gráfica THIAGO SAK
Assessoria de Imprensa CANAL ABERTO - MÁRCIA MARQUES E DANIELE VALÉRIO
Operação de Som HUGO CHARRET
Operação de Luz LUCAS DA SILVA
Assistência de Produção ALIPIA MATTOS
Produção Executiva IZA MARIE MICELI
Direção de Produção JULIA RIBEIRO, ANA LAURA CASTRO E SILAS REDONDO
Idealização JOÃO BERNARDO CALDEIRA
Produção MIRANTE PROJETOS
Instagram: @parameuamigobranco

 

SERVIÇO
Para Meu Amigo Branco, 
na Mostra 2024 em Cena
Data: 
14 e 15 de dezembro de 2024. Sábado, às 18h e 21h. Domingo, 19h.
Local: 
Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955, Mooca, São Paulo)
Capacidade: 349 pessoas | Ingressos: Gratuitos | Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Estacionamento no local
Transporte Público - 
Metrô Bresser – Mooca (2500m)

 

Informações à imprensa
Canal Aberto Assessoria de Imprensa

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