[News] RODRIGO FRANÇA ESTREIA EM SÃO PAULO, NO SESC PINHEIROS, O SOLO “EU SOU UM HAMLET”

 RODRIGO FRANÇA ESTREIA EM SÃO PAULO, NO SESC PINHEIROS, O SOLO “EU SOU UM HAMLET

Dirigida por Fernando Philbert, a peça explora as relações humanas e as condições da existência, trazendo a visão e os questionamentos de um homem negro sobre a realidade. Na temporada carioca, a montagem recebeu três indicações aos prêmios Shell (Música) e Cenym (Monólogo e Texto Adaptado)

Rodrigo França em Eu sou um Hamlet - Foto Marcio Farias



O Hamlet de Shakespeare quer vingança; no Brasil, os diversos ‘Hamlets’ só querem justiça. Imagina se quisessem vingança?” Rodrigo França, ator de Eu sou um Hamlet

 

Após uma temporada aclamada no Rio de Janeiro, com indicações a prêmios, o monólogo "Eu sou um Hamlet" faz sua estreia em São Paulo, trazendo Rodrigo França no papel do icônico personagem de Shakespeare. A temporada começa no dia 9 de janeiro de 2025, às 20h, no Sesc Pinheiros - Auditório (R. Pais Leme, 195 - Pinheiros, São Paulo). Sob a direção de Fernando Philbert, o espetáculo oferece uma releitura contemporânea da obra do bardo, com tradução assinada por Aderbal Freire-Filho, Wagner Moura e Barbara Harrington. A adaptação, fruto da colaboração criativa entre Jonathan Raymundo, Fernando Philbert e Rodrigo França, reforça a parceria dos dois últimos, já consagrada no impactante "Contos Negreiros". As apresentações seguem até 22 de fevereiro, quintas, sextas e sábados às 20h e feriados às 18h. Os ingressos custam de R$15 a R$50.

A montagem utiliza as falas de Hamlet para refletir sobre um mundo violento e segregado, lançando luz sobre as questões da sociedade atual e a condição de humanidade de um homem negro no Brasil. Ao incorporar um ator negro, a peça amplia os dilemas do clássico, trazendo a consciência da realidade ao personagem.

Este Hamlet questiona o mito da democracia racial e enfrenta o desafio de criar um discurso que provoque reflexão sobre o presente. Rodrigo França, ao assumir o papel, reflete sobre o impacto da tragédia colonial na identidade do homem negro, forçado a lidar com uma humanidade fragmentada e constantemente questionada.

Como sobreviver à consciência de uma condição vulnerável, em um sistema que marginaliza e estigmatiza? Como não ceder ao desespero? A peça busca respostas nos ancestrais, iluminando um coração em luta contra uma cultura opressora.

“Shakespeare foi popular em sua época ao encenar peças que se comunicavam com os mais diferentes tipos de pessoas, de nobres aos populares. Não será diferente em nossa montagem. Não gosto da arte para poucos, com muros. Quero que a tia do Complexo do Alemão saia do teatro contemplada, assim como a madame do Leblon”, profere Rodrigo França. 

Rodrigo França em Eu sou um Hamlet - Foto Marcio Farias

"Queríamos um Hamlet que abordasse o racismo e o dilema do homem comum em uma sociedade que ameaça direitos e liberdades. Nosso Hamlet reflete sobre a tensão do mundo e busca entender como chegamos aqui. A peça coloca o ser humano no centro do pensamento, mostrando como enfrentar um sistema que oprime negros, LGBTs, pobres e quem luta por justiça. Em cena, Rodrigo enfrenta essa batalha solitária, mas encontra coragem nas vozes dos ancestrais para desafiar as regras do poder", explica Philbert.

Para Rodrigo, estar à frente desta montagem é significativo, sobretudo por mostrar que artistas negros podem interpretar qualquer personagem. Ele destaca que interpretar um texto como esse, que reflete o ser humano, traz um impacto único ao ser incorporado por um ator negro. A peça, embora respeite a obra de Shakespeare, explora novos territórios ainda não revelados, mostrando que amor, ódio, fúria e vingança são universais, mas suas expressões variam conforme a subjetividade de cada grupo. Essas emoções são naturais, mas a forma como são vivenciadas é construída socialmente. Nesse contexto, um homem negro buscando descobrir quem matou seu amado pai adquire outra dimensão.

Para o ator, que divide seu tempo ainda como diretor, debatedor, filósofo, autor e escritor, a população negra ainda está em busca de ser humanizada no Brasil. “Só é tratado como humano aqueles que têm dignidade em suas estruturas. Estamos longe de uma equidade para existir uma reparação de nossas mazelas causadas pela escravização. Contextualizando ‘Hamlet’, os nossos fantasmas (ancestrais) ainda clamam. O Hamlet de Shakespeare quer vingança; no Brasil, os diversos ‘Hamlets’ só querem justiça. Imagina se quisessem vingança? Não posso dispersar, pois os meninos estão morrendo lá fora. E temos muito o que fazer”, finaliza Rodrigo França.

Sinopse
A montagem, ao empregar as falas de Hamlet, funciona como um espelho da nossa sociedade violenta e segregada. A partir da perspectiva de um ator negro, a peça provoca reflexões profundas sobre as relações humanas, a condição do homem negro no Brasil e a busca por identidade. Ao fazer isso, a obra amplia os dilemas clássicos de Shakespeare, convidando o público a questionar sua própria humanidade em um mundo marcado por desigualdades.

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia:
 William Shakespeare Tradução: Aderbal Freire-Filho, Barbara Harrington e Wagner Moura Adaptação: Fernando Philbert, Jonathan Raymundo e Rodrigo França Direção: Fernando Philbert Elenco: Rodrigo França Assistente de Direção: Jonathan Raymundo Dramaturgia Sonora e Trilha Original: Dani Nega Cenografia: Natália Lana Assistente de Cenografia: Alessandra Rodrigues Cenotécnico: André Salles Iluminação: Pedro Carneiro Assistente de Iluminação: Thaysa Carvalho e Jéssica Barros Operadora de Iluminação: Dara Duarte Operador de Som: André Papi Figurino: Rodrigo Barros Assistente de Figurino: Layza Dias Preparação de Elenco: Kennedy Lima Coreografia: Valéria Monã Pesquisa Yorubá: Gui Leal Preparação Física: Bia Black Camareira: Cacierly Tiengo Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério Relações Públicas: Anderson Oliveira Fotos: Márcio Farias Fotos de Cena: Nil Caniné Videomaker: Jonatas Marques Direção de Producão: Gabrielle Araújo [Caboclas Produções] Produção Executiva: Deborah Oliveira Produtores Associados: Fernando Philbert e Rodrigo França Realização: Diverso Cultura e Desenvolvimento, Caboclas Produções, Mar Aberto Produções Artísticas e Orí Conhecimentos

SERVIÇO
“EU SOU UM HAMLET”

Temporada: 9 de janeiro a 22 de fevereiro de 2025
Quinta a sábado, às 20h; Feriado (25/01), às 18h.
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 60 minutos
Sesc Pinheiros - Auditório
R. Pais Leme, 195 - Pinheiros, São Paulo - SP, 05424-150
Telefone: (11) 3095-9400
Ingressos: R$50 (inteira) / R$25 (meia entrada) / R$15 (credencial plena)

 

Informações à imprensa
Canal Aberto Assessoria de Imprensa

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