[News]“RIO DE CORPO E ALMA”, EXPOSIÇÃO INÉDITA EM COMEMORAÇÃO AOS 460 ANOS DO RIO DE JANEIRO

 

Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura apresentam:

“RIO DE CORPO E ALMA”, EXPOSIÇÃO INÉDITA EM COMEMORAÇÃO AOS 460 ANOS DO RIO DE JANEIRO


José Carlos Garcia - Cuspindo Marimbondo


Em cartaz de 19 de janeiro a 09 de março, no Museu Histórico da Cidade, exposição apresenta o trabalho de dez artistas contemporâneos que dialogam com o acervo do museu.

Repensar e refletir o Rio de Janeiro pelo olhar plural de diversos artistas. Essa é a principal proposta da exposição "RIO DE CORPO E ALMA", que abre suas portas no casarão de exposições temporárias do Museu Histórico da Cidade, na Gávea, dia 19 de janeiro, um dia antes do aniversário de São Sebastião, padroeiro da cidade. Sob a curadoria de Isabel Portella, os artistas foram convidados a apresentar uma obra inspirada a partir de um seleto acervo da reserva técnica do museu, trazendo um diálogo entre o passado e o presente da cidade maravilhosa através de diferentes linguagens.

Realizado pela Fava Comunicação & Arte com produção da BelOlhar, o projeto, contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura, foi criado com o objetivo de enaltecer as belezas, a cultura e o estilo de vida da capital fluminense em meio às comemorações dos 460 anos de sua fundação, comemorados em 02 de março de 2025.

“Tivemos essa oportunidade maravilhosa de realizar um projeto que resgata um Rio de Janeiro poético e celebrativo de uma forma alegre, sem ser nostálgico. Queremos trazer esse clima de festa e celebração com um olhar atualizado e contemporâneo sobre essa cidade tão amada - em seus 460 anos”, comenta a produtora executiva do projeto, Fabiana Gabriel.

Ao todo, a exposição reúne o trabalho de dez artistas contemporâneos, diversos e multidisciplinares, que foram instigados a repensar o traçado, a beleza, natural ou construída do Rio de Janeiro para apresentar um novo/outro olhar contemporâneo para a cidade. “Nem todos são cariocas. Alguns vêm de outros estados, mas adotaram o Rio como casa. Nosso objetivo foi trazer uma visão diversificada e plural da cidade, seja pela origem, percepção, posicionamento ou linguagem artística”, explica Bel Tinoco, coordenadora geral do evento.

 

 

 

O ponto de partida foi o acervo do próprio Museu Histórico da Cidade, que representa um importante registro do desenvolvimento urbanístico, político e social do Rio de Janeiro. Com cerca de 24.000 bens culturais, a coleção (sempre em expansão) conta com mobiliário, numismática, armaria, escultura, pintura, joalheria, gravura, fotografia, porcelana, cristais, mapas e projetos paisagísticos e arquitetônicos, entre outros itens, pertencentes aos Prefeitos da Cidade, como, Pereira Passos, Pedro Ernesto, Carlos Sampaio e César Maia. “Com Rio de Corpo e Alma, celebramos os 460 anos do Rio de Janeiro ao conectar passado, presente e futuro. A exposição reflete a essência do Museu Histórico da Cidade: um espaço vivo, em constante transformação, que abraça a pluralidade de olhares e narrativas para reinterpretar a história e o futuro da nossa cidade.", diz Gisele Nery, diretora do museu.

Cada artista escolheu uma ou mais peças da reserva técnica do museu para criar uma (s) obra (s) em diálogo com a original.  O resultado são esculturas, fotografias, pinturas, instalações e performances, que trazem uma reflexão coletiva sobre a história da cidade, sua configuração de metrópole contemporânea e as transformações pelas quais vem passando ao longo desses anos.

“Eu tenho essa raiz museológica de buscar a conversa entre os objetos antigos e o contemporâneo. O maior diferencial da exposição é que o público terá a oportunidade de ver este seleto acervo da reserva técnica que deu origem às novas obras. Além disso, é a primeira vez que o casarão abriga uma exposição contemporânea que dialoga com o acervo do museu”, frisa a curadora Isabel Portella.

Entre os trabalhos, podemos destacar o da artista Andrea Hygino, carioca do Méier, que costuma trabalhar sobre a questão da carência alimentar. A artista criou pinturas em louças em contraponto a peças do museu que fazem referências a banquetes, propondo uma reflexão do sentar-se à mesa e da fartura como uma crítica social. 

Moradora do Rio há muitos anos, envolvida com o carnaval carioca, a paraense Rafa Bqueer criou para a exposição uma obra instalativa com referências amazônicas, a partir de um figurino de uma turma de Bate-bolas do acervo do museu. O carnaval dos Clóvis ou Bate-bolas (grupos tradicionais de foliões do subúrbio carioca) também serviu de inspiração para o fotógrafo carioca Andre Arruda, que traz ampliações de fotos ainda inéditas no Rio de Janeiro de sua premiada série sobre os Bate-bolas em contraponto a registros fotográficos do carnaval do Rio antigo. 

 

 


 

Nascida na Guatemala, a artista plástica e professora de arte, Julie Brasil, criou sete grafites inspirados em fotografias do acervo de sete maravilhas do Rio, além de uma intervenção nas bocas dos canhões localizados em frente ao Casarão Principal do Parque da Cidade. O carioca Zé Carlos Garcia, de Santa Teresa, vai trabalhar em cima de um dos ícones da cidade maravilhosa. Inspirado em fragmentos remanescentes da construção do Cristo Redentor e em fotos antigas do Corcovado antes de sua construção, ele apresenta uma escultura em madeira que ressignifica o monumento histórico frente à “falência humana”.

 

 “A exposição nos traz a possibilidade de construir e manter esse diálogo - através do tempo - da cidade com seus habitantes. O artista tem por hábito refletir a respeito das distintas realidades que se manifestam no espaço urbano, o que influencia diretamente sua poética. Desta forma, através de um grupo tão heterogêneo de criadores, acredito que a mostra representa uma linha de pesquisa estética contemporânea que explora a percepção, a interatividade e a diversidade”, observa Portella.

 

A exposição conta ainda com performances, um ciclo de debates com a curadora, convidados e os artistas envolvidos, além de visitas guiadas para estudantes da Rede Pública de Ensino do Rio de Janeiro.

 

SOBRE O MUSEU HISTÓRICO DA CIDADE - O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro (MHCRJ) foi criado em 1934, durante a gestão do prefeito Pedro Ernesto, refletindo a preocupação em preservar a história do Rio de Janeiro desde a fundação da República. Localizado no Parque da Cidade, oferece não apenas um rico acervo histórico, composto por doações e aquisições, mas também uma vista panorâmica e ampla área verde. Inaugurado provisoriamente no parque em 1941, passou por diferentes locais até ser reaberto em 1948, na gestão do prefeito Mendes de Moraes. Em 1994, um convênio entre a Prefeitura e o Governo do Estado reforçou sua administração. Além de exposições e atividades culturais, o MHCRJ promove visitas mediadas e trabalhos educativos para escolas e comunidades. Seu objetivo é ser referência em cultura, arte e educação, preservando e divulgando a história carioca.

 

 

 

 

 

SOBRE A CURADORA - Isabel Sanson Portella é museóloga e crítica de arte, doutora e mestre em história e crítica da arte pela Escola de Belas-Artes/UFRJ, especialista em história da arte e arquitetura do Brasil pela PUC-Rio, pesquisadora de acervo e coordenadora da Galeria do Lago Arte Contemporânea do Museu da República, Rio de janeiro. Crítica e curadora independente desde 2005, com textos e entrevistas em várias publicações (catálogos, periódicos e livros), fez curadoria e elaborou textos de dezenas de exposições.

 

ARTISTAS CONVIDADOS:

 

Agripina Manhattan (carioca de São Gonçalo) - artista, pesquisadora e travesti. Nasceu e cresceu em São Gonçalo, hoje vive e corre atrás de trabalho no Rio de Janeiro. Seu trabalho é parte de uma profunda preocupação sobre tudo aquilo que restringe a liberdade. A palavra, a norma, a hierarquia, o pensamento. Diz que sente que não é obrigada a nada e isso a realiza. Foi indicada ao Prêmio Pipa em 2019.

Andre Arruda (carioca de Copacabana) - trabalhou como fotojornalista nos principais jornais do Rio (JB e O Globo), entre 1992 e 2000. Há mais de 30 anos atua como artista visual. Em 2017, foi premiado pelo ensaio revelação ‘Clovis’ no Prêmio Fotografia Brasil Porto Seguro, em São Paulo. Acumula alguns outros prêmios como o ANER, Itaú Cultural e Casa Firjan. Seu trabalho já foi exibido em mais de 10 exposições. É autor do livro “100 coisas que cem pessoas não vivem sem” e coautor de dezenas de outros. Em junho de 2023, ganhou o prêmio ''O Rio do Futuro'' do edital Firjan/Sesi 2023. No início de 2024 participou da exposição coletiva: “E o palhaço, quem é”, no Paço das Artes, em SP.

Andréa Hygino (carioca do Méier) - atua como artista visual, arte-educadora e professora. Nos últimos anos integrou exposições coletivas em espaços nacionais e internacionais de referência, como o Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Galeria Antônio Sibassoly (GO), Galeria Nara Roesler (Nova Iorque) e Galeria Belmacz (Londres). Foi vencedora do 3o Prêmio SeLecT de Arte e Educação (categoria Camisa Educação) e do Prêmio FOCO ARTRio 2022. Entre dezembro (2021) e fevereiro (2022), participou de residência artística na Bag Factory Artists’ Studio e realizou uma ocupação no Wits Art Museum, em Joanesburgo, África do Sul. Atualmente, participa da residência artística do JA.CA Center (MG).

 

 

 

Julie Brasil (da Guatemala) - Julie Brasil vive e trabalha no Rio de Janeiro. É doutora em Imagem e Cultura, Mestre em Artes Visuais pela linha de Linguagens Visuais, Bacharel em Pintura, todos pela UFRJ. Já participou em exposições individuais e coletivas na Bienal da Caixa, Instituto Cervantes, Festival de Vídeos de Kassel, Espaço Vórtice, Curto-Circuito, Centro de Arte Hélio Oiticica, IBEU, SESC, Furnas, MUBE SP entre outros.

Marcela Araujo (carioca do Alto da Boa Vista) - Marcela Araujo vive e trabalha no Rio de Janeiro, graduada em Desenho Industrial pela PUC-Rio, se dedica às artes visuais desde 2016, quando entrou na EAV – Parque Lage e foi aluna de João Magalhães, no curso Pintura II; de Ana Miguel, Brígida Baltar e Clarissa Diniz, no curso Conversas de Arte. No 1o semestre de 2021, concluiu o curso Imersões Poéticas, da Escola Sem Sítio, com Pollyana Quintella, Cadu e Efrain Almeida.

Patrizia D’Angelo (paulistana) - nasceu em SP, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Se dedica mais assiduamente à pintura, mas também à produção de objetos, à performance, à fotografia e ao video. Frequentou a EAV em diversos cursos livres, esteve em intercâmbio com a ENSBA-Paris em 2014/2015, foi indicada ao prêmio PIPA de 2012, participou de várias exposições coletivas no Rio, SP, Brasília, joão Pessoa e Paris, realizou 8 exposições individuais.

Pedro Varela (Niterói - vive e trabalha em Petrópolis) - Entre suas principais exposições destacam-se: Tender Constructions (com Carolina Ponte), Cité Des Arts Paris, 2017; Pedro Varela, Zipper Galeria, São Paulo, 2016; O grande tufo de ervas (Com Mauro Piva) Galeria do Lago, Museu da República, Rio de Janeiro, 2015; Crônicas tropicais, MDM Gallery, Paris, 2015; Tropical, Galeria Enrique Guerrero, Mexico DF, 2014; Dusk to dawn... Threads of infinity (com Carolina Ponte), Anima Gallery, Doha, Catar, 2014; Tropical, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2012. Indicado ao PIPA 2011 e 2019.

Rafa Bqueer (De Belém – PA) - Suas práticas performáticas partem de investigações sobre arte política, gênero, sexualidade, afrofuturismo, decolonialidade e interseccionalidade. Drag queen e ativista LGBTQI+, Bqueer tem um trabalho que dialoga também com vídeo e fotografia, utilizando de sátiras do universo pop para construir críticas atentas às questões da contemporaneidade. Participou de exposições nacionais e internacionais, entre elas a coletiva “Against, Again: Art Under Attack in Brazil”, na Anya & Andrew Shiva Gallery, em Nova York (2020), e fez a individual “UóHol” no Museu de Arte do Rio (2020). Foi premiadx no 7º Prêmio Foco Art Rio (2019). Suas obras fazem parte das coleções do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio).


 

Zé Carlos Garcia (De Sergipe) - As esculturas de Zé Carlos Garcia se apresentam como entes insólitos, combinando membros de diferentes espécies e, por vezes, mesclando plumas e partes de mobiliário de madeira. Participou de exposições coletivas em instituições como Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Brasília (2022, 2021); Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2022); Goethe Institut, Salvador, Brasil (2019); Fondazione Prada, Milão, Itália (2018); Ujazdowski Castle Centre for Contemporary Art, Varsóvia, Polônia (2017); e eventos como Bienal do Barro, Caruaru, Brasil (2019); Busan Biennale, Coreia do Sul (2018) e Frestas Trienal de Artes, Sorocaba, Brasil (2017). Foi o vencedor da primeira edição do Prémio Arte Sustentável ARCOmadrid, em 2023.

 

 

SERVIÇO:

Exposição Rio De Corpo e Alma

Data: 19 de janeiro a 09 de março de 2025

Local: Museu Histórico da Cidade (Casarão de exposições temporárias)

Endereço: Parque da Cidade - Estrada St Marinha s/n, Gávea.

Horário:  09h às 16h (terça a domingo)

Entrada Franca

Classificação: LIVRE

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