[News] A 9ª edição da Farofa do Processo reúne mais de 60 trabalhos artísticos, entre aberturas de processo e espetáculos recentes; movimento acontece pela primeira vez no Complexo Cultural Funarte SP
A 9ª edição da Farofa do Processo reúne mais de 60 trabalhos artísticos, entre aberturas de processo e espetáculos recentes; movimento acontece pela primeira vez no Complexo Cultural Funarte SP
Entre os dias 13 e 23 de março, dezenas de obras em diferentes estágios de finalização, provenientes de estados como Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo ganham o olhar do público paulistano; da Argentina vem Pepo & Tom
Ponto de encontro de quem ama artes cênicas, a Farofa do Processo chega à 9ª edição com uma novidade: a mostra agora ocupa o Complexo Cultural Funarte SP, que inclui quatro salas, um pátio interno e o Teatro de Arena Eugênio Kusnet. O evento gratuito acontece em paralelo à MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo; ambas ocorrem entre os dias 13 e 23 de março.
Este ano, o público poderá acompanhar uma programação intensa e diversa, com mais de 60 processos artísticos, incluindo criações recentes e trabalhos em desenvolvimento. As sessões acontecem ao longo de todo o dia, distribuídas entre manhã, tarde e noite, das 11h às 22h. No total, são mais de 100 horas de atividades voltadas especialmente para o público adulto, oferecendo uma imersão extensa de diferentes linguagens e experimentações da cena artística contemporânea.
O evento foca sua atenção no que há de mais pulsante nos processos artísticos contemporâneos, incentivando o surgimento de novas formas de criação. Desde sua origem, a Farofa mantém uma programação dinâmica, sujeita a mudanças ao longo dos 11 dias de atividades. Acompanhe todo o movimento dessa Farofa pelo Instagram (@faroffasp) e pelo site oficial (https://www.faroffa.com.br/).
A cada edição a mostra se expande mais. Desta vez, estão reunidos trabalhos de artistas como Yasmin Gomes (CE), Fábio Osório (BA), Hilton Cobra (RJ), Grupo Carmin (RN), HBLynda Morais (PE), Alexandre Américo (RN) e Wellington Gadelha (CE) e de Dudu Melo Pigmentar companhia (MG), além de Pepo & Tom, da Argentina.
Para ampliar a experiência dos espectadores, ainda estão previstas rodas de conversa, bate-papos, encontros com programadores e mais. A ideia é aproveitar a oportunidade para debater questões relacionadas à criação, à distribuição, à circulação e à mediação das artes.
Espetáculos da Farofa do Processo
Marina Esteves mostra ao público o espetáculo “Magnólia”, uma estreia de 2024 livremente inspirada no álbum “A Tábua de Esmeralda” de Jorge Ben Jor. Na história, a personagem-título é uma deusa astronauta que vive na dimensão azul e rosa por entre estrelas e cometas até encontrar um cavaleiro negro, São Jorge. Ele propõe a ela uma missão: descer para a Terra e experimentar o que é ser humana.
Alguns dos processos artísticos na Farofa de 2025
Livremente inspirado em “A Gaivota”, de Anton Tchekhov, “Horizonte de Eventos”, do Coletivo Inominável, fundado em 2015 com o intuito de pesquisar e borrar os limites entre palco e plateia, leva os espectadores a uma grande festa. Durante 40 minutos, todos são convidados a dançar sem parar. Mas, afinal, as pessoas estão felizes ou apenas têm medo de parar e ouvir o silêncio? Trata-se de uma comédia sobre amor, teatro e morte.
Em “Alegre mas Cansada”, o Grupo Claricena - fundado em 2013, na Universidade Federal de Alagoas - decidiu investigar procedimentos de teatro a partir da vida e da obra de Clarice Lispector. O coletivo se debruçou sobre a entrevista que a escritora concedeu para o programa Panorama, da TV Cultura.
Inspirado pelas reflexões do sociólogo Jessé de Souza sobre a classe média, o Grupo Carmin, de Natal, no Rio Grande do Norte, está construindo “Gente de Classe”. Na trama, uma família endividada, mas que mantém as aparências, vive em um condomínio onde todos os conflitos acontecem.
Luiz Fernando Marques divide com a plateia o processo de construção de “Um Clássico: Matou a Família e Foi ao Cinema”, que reflete sobre a questão da homoafetividade no Brasil a partir do longa “Matou a Família e Foi ao Cinema” (Júlio Bressane, 1969) e do curta-metragem “Um Clássico, Dois em Casa e Nenhum Jogo” (Djalma Limongi, 1968). O diretor pesquisa como a presença do público, tanto no teatro quanto no cinema, pode transformar a obra de arte.
Ronaldo Serruya apresenta o processo criativo para “Chechênia”, trabalho que aborda a homofobia institucional e dá continuidade à sua pesquisa sobre a linguagem de peça palestra. O artista parte de um substrato jornalístico, que é a existência de campos prisionais para homossexuais em pleno século 21, da República da Chechênia.
Silvana Marcondes e Urga Maira utilizam a linguagem do teatro de sombras para contar uma história indígena em “Como Surgiu a Noite - Uma História Munduruku”. Na narrativa, toda musical, um curumim vive uma aventura na floresta em busca da noite, já que na sua aldeia só tem sol e claridade.
Renata Carvalho dirige e assina a dramaturgia de dois trabalhos. Em “Antígona Travesti”, releitura do clássico de Sófocles, aborda o assassinato de Polinice, uma travesti de 23 anos, em uma Tebas autoritária. O texto, estreado em Roma, denuncia o conservadorismo e ataques aos direitos trans. Carvalho interpreta Antígona, acompanhada por um coro de sete travestis e mulheres trans. Já “Diamba”, inspirado na HQ de Daniel Paiva, retrata a chegada da cannabis ao Brasil e sua proibição ligada ao racismo estrutural. Com músicas originais, traz Luis Navarro, Danilo de Moura, Timm Arif e Wesley Guimarães no elenco. A estreia foi na Expo Cannabis Brasil.
“Carcaça das Emas", escrito por Luiz Marfuz, é um processo artístico em desenvolvimento, dirigido por Onisajé, com quem Hilton Cobra já esteve em "Traga-Me a Cabeça de Lima Barreto", também escrito por Marfuz. A obra coloca a personagem em uma encruzilhada, observando pássaros, até ser violentamente abordada pela polícia. Sobrevivendo, ela reflete sobre questões raciais, tensionando a arte de matriz africana e eurocêntrica. A estética se ancora na cultura contemporânea afrodiásporica, influenciando visagismo, vestuário e espaço. A performance será construída em microcenas, cada uma com uma abordagem diferente de corpo e voz. Basquiat e Baldwin são referências que alimentam a pesquisa feita pela equipe criativa.
O processo "Elisa em Fuga" dá continuidade a uma pesquisa iniciada pela Sociedade Arminda em 2023, com "Ensaio Sobre o Terror", baseado no conto "Pai Contra Mãe", de Machado de Assis. Agora, o coletivo se volta novamente para Assis, mas desta vez com foco em "Virgínius", um conto que aborda a morte de uma menina negra. Neste novo trabalho, a ideia é explorar as possibilidades e as estratégias para a fuga—mas a fuga antes que a catástrofe se instaure.
A grade de programação completa da programação da 9ª edição da Farofa do Processo, de 2025, está disponível em www.faroffa.com.br/
Sobre a Farofa
A Farofa nasceu em 2020 como “FarOFFa – Circuito Paralelo de Artes de São Paulo”, a partir de uma provocação da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, com um olhar voltado aos processos de trabalho e internacionalização. No mesmo ano e já em plena pandemia, o coletivo realizou a 2ª edição, denominada “FarOFFa no Sofá”, e se debruçou a pensar sobre a memória da cena. O ano de 2021 é marcado por duas edições: a “OcupAÇÃO FarOFFa”, 3ª edição, que reuniu durante quatro dias cerca de 100 produtores, e 4ª edição, a FarOFFa a mil atravessa fronteiras e chega em Santiago, para participar do Platea 21, encontro internacional de programadores e profissionais das artes cênicas, parte da programação do Festival Santiago a Mil.
Em 2022 foi realizado o “Dispositivo FarOFFa”, a 5ª edição. No formato de um pra um, no quintal, na rua, no jardim ou na praça, um artista e um público se encontraram, para contar e ouvir histórias. Neste ano aconteceu também a “FarOFFa do Processo 2022”, 6ª edição, que reuniu pesquisas que em estágios diferentes e suas múltiplas perspectivas. Após experimentar múltiplos formatos, em sua 7ª edição (2023), foi realizada a “Faroffa Zona”, uma edição na qual a dinâmica consistia em abrir a porta da Kombi “Joyce Sunshine” e partir pela cidade de São Paulo, em diálogo com diversos contextos e construção coletiva. Em 2024 a Farofa ganhou novos contornos, por isso o nome não inclui mais os dois “Fs”.
FAROFA DO PROCESSO – Equipe
Alba Roque, Aline Borges, Alírio Assunção, Anderson Nepomuceno, Anderson Vieira, Ângelo Fábio, Ariane Cuminale, Caê Coragem, Caetano Lars, Cathy Moreira, Danusa Carvalho, Dara Duarte, David Costa, Felipe Medeiros Tils, Fernando Pivotto, Gabi Gonçalves, Gabs Ambròzia, Giovanna Clara, Gisely Alves, Graci Fiori, Helena Veliago, Jack dos Santos, Jacob Alves, Jessica Rodrigues, Jéssica Barbosa, Jimmy Wong, Juliana Augusta, Keila Maschio, Leo Devitto, Letícia Alves, Lucas Cardoso, Lud Picosque, Luiz Guilherme Santos, Marô Zamaro, Nathalia Christine, Paloma Freitas, Rodrigo Fidelis, Sol Steven, Tamara Andrade, Thaís Venitt, Vanessa Bruna, Vini Inacio.
SERVIÇO
Mostra Farofa do Processo
De 13 a 23 de março de 2025
Gratuito - ingressos distribuídos uma hora antes das apresentações.
Atividades das 11h às 22h.
Informações e programação completa em: https://www.faroffa.com.br/
Locais:
Complexo Cultural Funarte SP
Alameda Nothmann, 1058 - Campos Elíseos
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Informações à imprensa
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
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