[News] Em “Vida moinho”, Eduardo Barchiesi brinca com o cotidiano, a simplicidade e a ironia para abordar as complexas relações e percepções humanas

 

“Tudo em suas palavras salta, apanha, prende e, sobretudo, cativa. O mais fino crochê, o mais fino bordado, um richelieu poético — que nos traja e, igualmente, desnuda.”

Ísis Cunha em artigo sobre a poesia do autor



“Vida Moinho” (106 págs.) dá continuidade à carreira literária do escritor e engenheiro metalúrgico Eduardo Barchiesi (@eduardo_barchiesi). Composto por um pouco mais de 40 poemas e publicado de maneira independente, esse poemário trabalha a vida e a subjetividade humana a partir do encontro do trágico e do cômico. Com uma ironia fina e jogos de palavras, a obra explora o eu a partir dos encontros e desencontros do eu com o Outro.

Para o autor, o livro aborda o drama desse Eu persona poética em suas relações tragicômicas com um Tu (representado pelo próximo) e com alguns Eles (que são os outros) num contexto bem comezinho. A partir desse jogo, os poemas apontam as possíveis consequências dessas interrelações na vida das pessoas, tratando assim daquilo que constrói, define e afeta a subjetividade humana.

A linguagem aparece nesse livro de forma apurada, o autor usa de uma pretensa simplicidade poética e estética para falar daquilo que é complexo e repleto de camadas. Essa busca pelo que parece simplório é proposital, Eduardo considera que é uma ótima ferramenta para sensibilizar o receptor ao texto poético. Assim, todas as palavras encontram seu lugar e esse lugar é e não é o lugar comum, como é próprio do estilo poético desse poeta. 

Ísis Cunha, em artigo publicado no portal Fazia Poesia, resume ao afirmar: “A poesia de Eduardo encanta pela maturidade estilística em usar tudo que lhe convém — rimas e formas diversas, jogos de palavras, figuras de linguagem, somados a um humor ímpar. Sua obra provoca por sua acidez — ou seriam verdades incômodas? —, por sua maneira pungente de deflagrar tudo que se esconde aos nossos olhos.”

“Vida Moinho” fala sobre ser gente para assim abarcar aquilo que se chama de humanidade. “O ser humano é um gigante anão, capaz de ações boas e belas, e outras catastróficas”, comenta o poeta que brinca com essa aparente contradição em toda sua obra. Para ele, escrever esse livro rendeu alguns grãos de areia em sua ampulheta e isso provocou transformações que ocasionaram reflexões sobre a felicidade de viver e a tristeza inerente ao processo.

Eduardo Barchiesi é um poeta que une o banal ao ácido para dar vida às palavras


Eduardo Barchiesi, de 81 anos, é nascido paulistano (SP) em 4/4/44. Vive hoje em Vinhedo, no interior paulista. Engenheiro, mestre e doutor em metalurgia (Politécnica USP), além de bacharel em letras (português-latim FFLCH USP), exerceu a profissão de professor e engenheiro no campo de suas especializações. 

Começou a escrever textos literários publicamente em 2004, mas somente a partir de 2008 passou a se dedicar à poesia, sendo hoje parte da equipe de poetas da Fazia Poesia. Sua estreia literária se deu com o romance Demanda Furibunda (Edições Inteligentes, 2005) e foi sucedida por outras treze publicações, entre romance, conto, infantil e poesia. Bestiário da Saúde (Chiado, 2021) é seu livro mais recente. 

“Com linhas faz crochês, com palavras faz poemas”, diz Eduardo, ao comentar sobre o que lhe move. Para ele, a interação com a pintura, a escultura e a literatura do Modernismo produziu uma mixórdia em seu cérebro e isso inspirou a escrita dos poemas de “Vida moinho”. Em suas redes, ele se define um ser da espécie dita sapiens tentando convencer palavras a se juntar em frases e versos na talvez vã tarefa de dar algum sentido a sua existência e isso talvez resuma tudo. 


Confira o poema Letras fatais (página 46):


“minha literatura


deve ser


coisa 


tão 


impura


obscura


dura 


        de engolir 


que 


até as traças 


habitantes aqui do meu escritório


diante de algum dos meus escritos


roem


meticulosamente 


os espaços em branco 


das folhas de papel


mas


evitam a todo custo


triscar a mínima letra  


certamente 


com medo 


de morrer de indigestão”




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FICHA TÉCNICA




Livro: “Vida Moinho”


Autor: Eduardo Barchiesi


Rede social: @eduardo_barchiesi


Número de páginas: 106


Editora: publicação independente


Data de lançamento: 2019


Gênero: poesia


ISBN: 978-85-918429-2-6





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