[News]Partindo da estética burlesca, Vou Lá No Fundo! reflete sobre os fracassos do amor na contemporaneidade
Partindo da estética burlesca, Vou Lá No Fundo! reflete sobre os fracassos do amor na contemporaneidade
Com sátiras e números musicais, a peça põe em cena a pesquisa feita a partir das músicas de Angela Ro Ro, especialmente do álbum *Escândalo* (1981), incluindo "Vou Lá No Fundo", que dá nome ao espetáculo. Outras referências foram os livros “A Arte Queer do Fracasso”, de Jack Halberstam, e “Morangos Mofados”, de Caio Fernando Abreu.
Crédito: Carlos de Jesus
Interessados em discutir as impossibilidades do amor romântico, o Coletivo Histérico De Emoções Não Processadas criou a peça “Vou Lá No Fundo!”, um espetáculo que flerta com o brega e o burlesco. O trabalho faz sua estreia em quatro espaços na cidade de São Paulo: nos dias 29 de março, às 19h, e 30 de março, às 18h, as apresentações acontecem no Centro Cultural Santo Amaro; já nos dias 4 de abril, às 20h, e 5 de abril, às 19h, as sessões são no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso. Nos dias 11 de abril, às 19h30, e, 12 de abril, às 19h, a montagem acontece no Casa de Cultura Butantã; e, por fim, nos dias 3 de maio, às 20h, e, 4 de maio, às 18h, as sessões são no Teatro Flávio Império. Os ingressos são gratuitos.
Na trama, o público acompanha uma jornada exagerada e ácida pelos altos e baixos do amor. Para o grupo, a grande questão é que esse sentimento tão almejado e cobiçado tem facetas problemáticas que não cabem no romance best-seller ou na novela das 19h, como ciúme, abandono, frustração de uma transa mal-sucedida, incompreensão, não reciprocidade, dificuldades da homoafetividade na sociedade, desdém, desilusão e solidão de amar sozinho.
"E são essas nuances que levam ao fracasso das relações. Essa ideia de relacionamento perfeito, com casamento e filhos, é quase irreal, principalmente quando falamos da população LGBTQIAP+”, conta Isabela Lacerda, uma das fundadoras da companhia.
Para explorar essa temática, o coletivo optou por criar uma comédia. A pesquisa começou com as músicas e toda a sofrência da Angela Ro Ro, principalmente as do álbum “Escândalo” (1981). Inclusive, “Vou Lá No Fundo” é o nome de uma das canções do disco. Outras referências importantes para a dramaturgia foram os livros “A Arte Queer do Fracasso”, de Jack Halberstam, e “Morangos Mofados”, de Caio Fernando Abreu.
O elenco, a dramaturgia e a direção colaborativa são de Isabela Lacerda, Kelmy Basílio, Marina Sutton, Rafael do Carmo e Wes Uchoa. Trata-se do primeiro trabalho do grupo que surgiu no Instituto de Artes da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-IA) em 2023.
Sobre a encenação
A história é centrada em cinco personagens estereotipados e exagerados: o Mágico que desaparece com o seu ex, a Noiva cristã sem noivo, a Sirigaita que dá dicas amorosas de maneira debochada em um programa de TV, a Histérica que está no fundo do poço e o inseguro e enrustido Frustrado.
“Todas essas figuras têm em comum o fracasso, não apenas amoroso. Tem quem queira matar o ex, quem se submete a qualquer coisa nos relacionamentos, quem sonha com a fama e até quem não consegue se assumir como indivíduo”, comenta Isabela.
Suas experiências foram baseadas tanto nas vivências românticas e sexuais dos atores e atrizes quanto nas histórias estapafúrdias compartilhadas por amigos e conhecidos. Além disso, relatos constrangedores encontrados na internet tiveram muita contribuição para a construção do texto.
De acordo com Rafael do Carmo, “Vou Lá No Fundo!” foi se estruturando como um espetáculo de teatro de variedades. A sátira dá o tom do trabalho, mas os espectadores também se divertem com números musicais coreografados.
Para a trilha sonora, foram selecionadas canções românticas dos anos 1980 e 1990 de artistas como Angela Ro Ro e Reginaldo Rossi, bem como Love Songs norte-americanas. “Pensamos em coisas bem bregas que se encaixavam perfeitamente no clima de comédia”, afirma o ator.
A ambientação foi inspirada em programas de auditório bem tradicionais, como o do Chacrinha. O cenário é bem colorido e exagerado, assim como os figurinos. A estética camp, bem conhecida no universo drag, também será explorada.
Essa temporada de circulação tem apoio do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo - VAI.
Sobre o Coletivo Histérico De Emoções Não Processadas
O Coletivo Histérico de Emoções Não Processadas formou-se em 2023 por artistas que residem em diferentes áreas periféricas de São Paulo e que se conheceram no Instituto de Artes da Universidade Paulista de São Paulo (UNESP-IA). Suas pesquisas envolvem temas como relacionamentos amorosos contemporâneos, luxúria, tesão reprimido, encontros românticos frustrados, liquidez das relações, desigualdades de gênero e desilusões amorosas.
Em novembro de 2023, ocorreu a abertura do processo de “Vou Lá No Fundo!” no Teatro Reynúncio Lima, do Instituto de Artes da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-IA). O grupo também se apresentou no Festival universitário “Cruza” em fevereiro de 2024, realizou uma intervenção de dança intitulada "Flashdance” no Instituto de Artes - UNESP durante o Encontro de Teatro Universitário (ETU) de 2024, no Festival Histérico, festival organizado pelos integrantes do grupo e que contava com solos de dois integrantes do grupo além da apresentação do espetáculo autoral do coletivo.
Sinopse
Vou Lá No Fundo! proporciona uma jornada exagerada e ácida pelos altos e baixos do amor. Tratado como um sentimento nobre, almejável e cobiçado, o espetáculo procura trazer à tona todas as partes do amor que não cabem no romance best-seller ou na novela das 19h. A peça é uma comédia misturada com sarcasmo e autocrítica para explorar as experiências românticas e sexuais da sociedade contemporânea.
Ficha Técnica
Elenco, dramaturgia e direção colaborativa por Isabela Lacerda, Kelmy Basílio, Marina Sutton, Rafael do Carmo e Wes Uchoa
Direção de produção por Kelmy Basílio
Produção executiva por Anacê Cortez e Kelmy Basílio
Produção logística por Anacê Cortez
Assistência de produção por Rafael do Carmo
Orientação de encenação por Luane Sato
Orientação de voz por Rebeca Lua
Fotografia de divulgação por CMAX Fotografia
Fotografia de palco por Kalú
Desenho de luz por Yasmin Ebere
Operação de luz por Yasmin Ebere e Sun Conquista
Operação de som por Esmeralda Gabriela
Design por Maury Medeiros
Assessoria de imprensa por Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério
Serviço
Vou Lá no Fundo
De 29 de março a 4 de maio
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos
CENTRO CULTURAL SANTO AMARO
Data: 29 de março, às 19h, e, 30 de março, às 18h
Endereço: Av. João Dias, 822 - Santo Amaro - Zona Sul
Ingresso: Grátis | Retirar na bilheteria com 1 hora de antecedência
CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE RUTH CARDOSO
Data: 4 de abril, às 20h, e, 5 de abril, às 19h
Endereço: Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 - Vila dos Andrades - Zona Norte
Ingresso: Grátis | Retirar na bilheteria com 1 hora de antecedência
CASA DE CULTURA BUTANTÃ
Data: 11 de abril, às 19h30, e, 12 de abril, às 19h
Endereço: Av. Junta Mizumoto, 13 - Jardim Peri Peri - Zona Oeste
Ingresso: Grátis | Retirar na bilheteria com 1 hora de antecedência
TEATRO FLÁVIO IMPÉRIO
Data: 3 de maio, às 20h, e, 4 de maio, às 18h
Endereço: R. Prof. Alves Pedroso, 600 - Cangaíba - Zona Leste
Ingresso: Grátis | Retirar na bilheteria com 1 hora de antecedência
Informações à imprensa
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
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