[News] Golpe milionário: empresa de velas "Deusa do Ouro" é acusada de enganar investidores e ocultar mais de R$ 3,5 milhões
Golpe milionário: empresa de velas "Deusa do Ouro" é acusada de enganar investidores e ocultar mais de R$ 3,5 milhões
Investidores denunciam esquema fraudulento que causou prejuízos superiores a R$ 3,4 milhões
Foto: Empresa Deusa do Ouro, indústria de velas acusada de aplicar o golpe, e Izabela Maria Bierbaumer Pinto, proprietária da empresa e investigada.
A Polícia Civil investiga um suposto esquema de formação de quadrilha e estelionato envolvendo a empresa Deusa do Ouro, uma indústria de velas acusada de aplicar um golpe milionário em investidores. Entre as principais vítimas estão a Pcmaia Consultoria e a Tocha da Fé, empresa que seria aberta como filial no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2024. Ambas alegam ter sofrido prejuízos financeiros significativos devido a um acordo comercial não cumprido.
Segundo relatos, a parceria entre a Deusa do Ouro e as empresas Pcmaia Consultoria e Tocha da Fé teve início em dezembro de 2023, quando foi firmado um acordo no qual a consultoria atuaria como investidora, recebendo 20% dos lucros sobre os pedidos financiados. O modelo de negócio previa a transferência direta de valores para a conta da Deusa do Ouro, que deveria produzir e entregar os pedidos no prazo de 10 a 20 dias, devolvendo o capital investido acrescido do percentual acordado. Esses percentuais foram ajustados para 25% em março de 2024 e novamente em junho de 2024, conforme registrado em áudios.
O empresário Marcelo Maia, sócio-proprietário da Pcmaia e procurador-geral da Tocha da Fé, foi um dos maiores investidores lesados. Inicialmente, ele realizava aportes conforme os pedidos que recebia e, diante da aparente regularidade dos retornos, aumentou os investimentos até atingir R$ 3,4 milhões. "Eu acompanhava todos os pedidos e recebia os pagamentos corretamente. Mas, de repente, a lista de pedidos aumentava a cada semana, e os pagamentos simplesmente cessaram", relata.
Fases do golpe e prejuízos acumulados
A primeira fase da operação ocorreu entre dezembro de 2023 e abril de 2024, quando 24 pedidos ficaram sem pagamento, somando um total de R$ 978.609,80. Em 19 de abril, os pagamentos foram interrompidos, e os investidores ficaram sem retorno. Durante o mês de maio, a empresa alegou que toda a matéria-prima havia sido danificada e que buscaria uma forma de cobrir o prejuízo na reabertura da fábrica.
Em junho de 2024, a Deusa do Ouro retomou as atividades, iniciando uma segunda fase, que durou até agosto de 2024. Nesse período, foram realizados 73 novos pedidos, totalizando R$ 1.260.156,82, além de R$ 126.015,60 em resíduos dos pedidos. No entanto, a empresa novamente deixou de cumprir os compromissos financeiros, alegando desta vez problemas de manutenção na caldeira e falhas na parte elétrica.
Para tentar manter a parceria e evitar um colapso financeiro, Marcelo Maia precisou desembolsar R$ 615.737,00 do próprio bolso entre agosto e outubro de 2024. Além disso, ele afirma ter arcado com R$ 348.000,00 para aquisição de maquinário e pagamento de supostas dívidas da empresa, justificadas por Eliton Tiossi, marido da proprietária Izabela Maria Bierbaumer. Na época, Eliton alegou que havia encerrado sua relação com Izabela, o que posteriormente se mostrou uma mentira. Em conversas por WhatsApp, ela continuava presente nas negociações.
Além disso, em uma visita realizada em setembro de 2024 à residência da avó de Izabela, Maria Francisca Bierbaumer, em Mongaguá (SP), foi descoberto um estoque de velas e a comercialização ativa dos produtos para moradores da região.
Ainda na segunda fase, Marcelo Maia investiu mais R$ 89.000,00 em melhorias estruturais, incluindo a aquisição de uma caldeira, custos com mudança e ajustes elétricos, entre agosto e setembro de 2024, a pedido de Eliton.
Os principais nomes envolvidos no caso são:
Izabela Maria Bierbaumer Pinto – Proprietária da Deusa do Ouro;
Eliton Carriço Tiossi – Marido de Izabela e responsável pelas negociações com os investidores;
Maria Regina Bierbaumer – Mãe de Izabela;
Maria Francisca Bierbaumer – Avó de Izabela, que mantém um comércio de velas em Mongaguá (SP);
Márcio Pinto – Pai de Izabela, acusado de ocultar informações.
Apesar de alegarem que a fábrica fechou, as investigações indicam que o grupo segue operando clandestinamente no ramo de velas, mas em um endereço desconhecido. Além disso, há indícios de que familiares de Izabela estejam ajudando a ocultar os envolvidos, dificultando a responsabilização judicial.
A Pcmaia Consultoria e a Tocha da Fé seguem buscando meios legais para recuperar os valores investidos e alertam outros empresários sobre o risco de esquemas fraudulentos semelhantes. Durante visitas a clientes na Baixada Santista e no interior de São Paulo, foram identificadas novas tentativas de captação de investimentos diretos na Deusa do Ouro, levantando suspeitas de que o esquema ainda esteja ativo. O caso segue sob investigação das autoridades.
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